As coisas aconteceram rápido depois daquela noite. Samantha e eu nos encontramos praticamente todos os dias da semana enquanto nossa relação crescia. Na escola, as fofocas rondavam meus ouvidos como se eu realmente me importasse. Eu tentava não me importar até o ponto que aquilo não incomodasse Samantha, porque pela primeira vez eu me importava com os sentimentos de uma garota que eu estava ficando.
Conhecer Samantha havia se tornando um hábito do qual eu estava começando a me acostumar. Ela possuía um gênio extremamente forte e às vezes era um pouco controladora. Eu nunca foi um maluco por controle e talvez por causa disso, eu gostasse do desafio.
Os desafios sempre me moviam. Sair da zona de conforto não era um problema e sempre gostei de me adaptar às mudanças. Samantha era apenas mais uma novidade.
Ainda havia outro desafio pela frente e esse exigiria quase 100% da minha atenção. Um desafio que eu estava esperando a anos: Fazer um filme.
Depois de um tempo estudando cinema, você espera pelo momento em que pode finalmente mostrar tudo o que aprendeu e esse momento havia chegado para mim.
Eu precisava fazer um curta metragem de conclusão de curso e isso estava me deixando realmente animado, como se tudo em minha vida estivesse funcionando. Eu nunca pude reclamar da minha vida, quer dizer, um pai ausente ali e uma mãe ausente aqui me fez querer lidar com a vida sozinho, mas no final das contas, com a Constance por perto, nada parecia tão assustador.
Peter havia ligado mais cedo, mandando eu me arrumar e que passaria para me buscar em alguns minutos. Era um grande dia.
Iríamos procurar uma locação para as filmagens.
Peter tinha um gosto genérico e por esse motivo tinha um camaro amarelo. Um bom gosto, porém comum.
- Você tem certeza que essa é a casa que estamos procurando? - perguntei.
- Sim, eu analisei as fotos e tudo que precisava ser analisado. Confia em mim.
Peter estava jogado no banco, dirigindo apenas com uma mão, totalmente sério e concentrado. Sem aquele Camaro, Peter passaria despercebido na multidão. Assim como eu. Samantha tinha razão. O dinheiro não nos definia, mas nos possibilitava.
- Por que eu não tive acesso a essas fotos? Eu sou o diretor.
Peter me olhou com uma expressão tediosa.
- A nível de informação, nós dois somos os diretores e depois, eu quero que seja surpresa cara, você vai ver.
Peter não era irresponsável, por isso não me preocupei mais do que isso.
- É um casarão mal assombrado, tipo Scooby-Doo - continuou falando. - Você vai curtir. Com certeza.
Continuamos andando de carro por mais alguns minutos até que chegamos em um portão afastado de tudo que havia naquela cidade. Um enorme portão de ferro, daqueles que as pessoas entravam e nunca mais saíam. Não vivos. Aquilo era exatamente o que eu estava procurando, então fiquei ainda mais animado.
O portão abriu sozinho, como se alguém estivesse nos esperando. Peter entrou com o carro e dirigiu por uma pequena estrada até um velho casarão, parecendo abandonada. Meus olhos brilharam quando vi o tesouro que teríamos.
A casa realmente parecia coisa de Scooby-Doo. Devia ter uns três andares, branca e com a tinta parcialmente descascada. Uma típica casa mal assombrada. Era o que precisávamos para rodar nosso curta de terror.
Um homem estava parado na porta. Não aparentava ser tão velho e pelo sorriso no rosto, demonstrava ser uma pessoa paciente. Ele estava usando um chapéu e parecia um cowboy saído diretamente de um filme de faroeste. Um daqueles de verdade. Ele também estava segurando um maço de papéis.
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Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)
RomanceTudo o que o jovem cineasta Gun queria, era terminar seu curta metragem de conclusão de curso e receber a tão esperada glória e fama que desejava. Mas quando é confrontado por seus sentimentos e acaba se apaixonando pelo irmão de uma aluna nova, com...