Todos começaram a sair da casa como se estivessem a evacuando. Alguns realmente animados, outros em um completo e perturbador silêncio. Samantha e Peter estavam ao meu lado, caminhando desanimados e não havia uma única palavra que pudesse ser dita.
Senti uma mão no meu ombro e quando me virei para trás vi Buggie. Em seu rosto havia um hematoma roxo.
— Desculpa por isso — apontei para o machucado.
— Eu provavelmente mereci.
— O que você quer aqui? — Peter tomou a frente e Buggie se encolheu novamente.
— Caramba, eu só quero ajudar. Eu nunca quis nada disso que o AK falou, precisamos fazer alguma coisa pra evitar.
— Ele tem razão. — Uma mulher extremamente bonita chegou, logo atrás de Buggie e sua pele brilhava com a luz da lua que acabara de surgir no céu.
Era Olívia.
— Precisamos nos encontrar essa noite e evitar que todos se matem nessa guerra maluca — disse Buggie.
Sem rodeios, ele pediu para que nos encontrassemos em sua casa as 22h e era importante que eu levasse a minha câmera. Não sabíamos para o que exatamente, mas confiamos que Buggie deveria ter um plano em mente. Logo depois disso, ele e Olivia saíram em caminhos separados, sem chamar muito a atenção.
— Ok, temos duas horas antes de nos encontramos com eles. Samantha, acho melhor você passar essa noite com a gente. Não vamos nos separar agora — disse enquanto caminhávamos para o carro de Peter. Ela concordou sem relutar.
O papo dentro do carro não poderia ser outro.
— O que acontece quando AK atacar a prefeitura? Porque a prefeitura? — perguntou Samantha.
Comecei a explicar tudo o que lembrava.
— É onde fica o escritório dos Grandes. Existe até uma sala especial para o chefe deles, mas ainda não sabemos quem é. Acho que o plano do Buggie envolve descobrir isso — disse.
Peter também começou a explicar o que lembrava.
— AK tem um carregamento de armas, e se os Grandes estão pensando no massacre novamente, com certeza já devem ter um arsenal preparado. Isso resultaria numa guerra civil no meio da cidade. Muita gente vai morrer — disse ele.
— E supostamente, vamos estar no meio — concluiu Samantha.
— É... Supostamente — disse por fim.
Quando chegamos no meu apartamento, fomos direto para o meu quarto, onde comecei a procurar a minha filmadora por todo canto. Não a encontrei.
— Pete, você pegou a minha filmadora mais cedo, onde você deixou?
— Humm, na sala, talvez.
— A maria vai jogar ela fora se a ver jogada por aí novamente!
Corri para a sala pra recuperar a meu bem tão precioso mas quando cheguei, Constance já estava lá, com a filmadora ligada nas mãos. Ela estava assistindo uma das filmagens e eu pude ouvir o aúdio do conteúdo. ''Você é o cara mais bonito da face da terra'' e logo depois ''É difícil dizer o que eu mais gosto em você. Sua boca...''. Era a filmagem que havia feito de Dylan, num momento muito íntimo. Meu coração disparou e eu queria poder tomar aquilo das mãos de Constance e gritar com ela por ter mexido nas minhas coisas, mas eu jamais conseguiria fazer uma coisa dessas. Eu iria contar para ela, mas não queria que fosse dessa forma.
— Constance?
Perguntei com a voz baixa.
Ela se assustou e estremeceu. Se virou devagar para mim e em seus olhos escorriam lágrimas. Ela estava claramente triste.
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Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)
RomanceTudo o que o jovem cineasta Gun queria, era terminar seu curta metragem de conclusão de curso e receber a tão esperada glória e fama que desejava. Mas quando é confrontado por seus sentimentos e acaba se apaixonando pelo irmão de uma aluna nova, com...