Capítulo vinte

224 22 57
                                    

Peter e eu estávamos caminhando muito rápido.

Quando liguei mais cedo, avisando que tinha más notícias, ele teve a idéia de vestir roupas leves, calçar um tênis e dar uma caminhada pela cidade, assim que o sol nascesse.

Conforme eu contava o que sabia, mais rápido caminhávamos.

— Se a polícia prender AK, nós seremos presos também. Será nosso fim — disse Peter realmente assustado.

— Calma! Não se desespere até descobrirmos o tamanho do problema.

Peter parou no mesmo instante.

— Você acha que Os Grandes estão fazendo as denúncias?

— Eu tenho quase certeza que sim.

Peter se apoiou nas pernas enquanto respirava com força.

— Dylan disse o quão próximos eles estão do AK?

— Na verdade não.

— E vamos esperar?

— Não há nada que possamos fazer.

Depois de descansar dez minutos, fomos em um quiosque para tomar água de côco. Enquanto esperamos, continuamos conversando sobre nossas condições.

— Se ficarmos quietos, podemos escapar dessa. Ou podemos pedir ajuda. Talvez esteja mais do que na hora de fazer isso — disse Peter.

— Vamos esperar mais um pouco, ver se seremos chamados para outro trabalho. Eu ficarei atento a tudo que Dylan me falar, dessa forma estaremos um passo à frente de todos e se qualquer coisa fugir do nosso controle, iremos pedir ajuda.

Parecia um plano terrível, mas era o único que eu tinha no momento.

— Tudo bem. Vamos fazer isso.

Peter ficou em silêncio durante um tempo e começou a me olhar de canto, como se eu não estivesse percebendo. Aquela inquietude sempre significava a mesma coisa.

— Vamos, eu sei que você quer perguntar alguma coisa. Pergunte.

— Você conversou com a sua mãe?

Suspirei.

— Não. Não a vejo desde aquele dia. Ela está me evitando.

— E o seu pai? O que você decidiu fazer?

— Eu não contei para o meu pai e sinceramente, nem pretendo. Eu já tenho coisas demais na cabeça. Logo ele vai descobrir que estou sem carro e isso já vai ser preocupação demais para mim.

— Seu pai vai apenas comprar outro.

— Sabe, as vezes eu queria ele me desse uma bronca ou me deixasse de castigo. Acho que seria mais fácil.

— Pode ser.

Peter deu uma risada obrigatória para cortar o clima assim que a garçonete chegou à nossa mesa.

Tomamos nossa água de côco e resolvemos voltar para casa preparar as coisas para o que seria uma noite de filmagens. O festival estava se aproximando e queríamos tudo pronto a tempo para podermos participar. Estávamos empolgados e apesar dos pesares, estávamos nos sentindo com sorte.

Depois de me despedir de Peter, corri para casa. Eu tinha a tarde livre e queria descansar. Deitar na minha cama, talvez dormir até esquecer de todos os problemas. Mas não foi possível. Assim que abri a porta do apartamento, Buggie me ligou, dizendo que precisávamos nos encontrar para me informar tudo que havia descoberto e começarmos a colocar um possível plano em ação.

Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora