Capítulo doze

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15h. Olivia parecia estar ainda mais linda do que quando a vimos mais cedo, se é que isso seria possível. Atrás dela havia um pequeno furgão branco adesivado de companhia de tv a cabo, cujo as chaves estavam em sua mão. Nos aproximamos rapidamente e percebemos que a Casa dos Ecos já estava totalmente fechada. A casa que havíamos alugado, agora era covil de criminosos. E o pior, Peter e eu estávamos juntos a eles.

— Eu juro que vou fazer um roteiro sobre isso, se sobrevivermos até o fim — comentei em voz baixa.

Peter não demonstrou nenhuma reação e essa era a sua forma de lidar com a situação. Quando finalmente chegamos até Olivia, ela se encostou no furgão e firmou um dos pés no pneu.

— Que bom que são pontuais. Posso me acostumar a gostar de vocês. O plano é o seguinte: Vamos dirigir até a Ilha da Palma, pegar o carregamento com a conexão de lá, voltar e partir para a fazenda do AK. Sem sermos notados.

Dei um sorriso forçado

— Ah, que fácil.

— Se sairmos agora, chegaremos à Ilha ao anoitecer e se tudo der certo levaremos a carga pra fazenda amanhã cedo.

Peter arregalou os olhos e disse.

— Você vai deixar o furgão aqui? Nem pensar! A Piper vai estar aqui pela manhã e vai querer saber de quem é esse carro.

— Não é meu problema — disse ela por fim.

Olivia entregou a chave para mim e se dirigiu ao furgão. Entrou e sentou no meio. Peter entrou logo depois e ficou na janela.

Assim que deixamos a cidade, senti que nunca mais iríamos voltar. E eu queria voltar. Ah, como queria. Queria voltar para Dylan.

Olivia abriu o porta luvas e sacou duas armas carregadas. Entregou uma a Peter que pegou com muita delicadeza e ficou com a outra.

Ela então continuou a explicar o plano:

— Eles vão estranhar uma van branca indo para a Ilha da Palma e se por acaso formos parados e revistados, encontrarão a van completamente vazia. Óbvio que eles conhecem esse processo e já fizeram isso um milhão de vezes, então o nosso problema é a volta. Não podemos ser parados na volta.

— E o que você sugere que façamos? — perguntei sem tirar os olhos da estrada.

— Vamos tomar um atalho durante a volta. Vamos cortar pelo interior e sair à frente deles.

— Por que não fazemos isso agora? — perguntou Peter.

— Podemos usar o atalho apenas uma vez. Se formos pegos na ida, irão ficar sob atenção e nossos riscos aumentam.

— Vejo que pensou em tudo — disse, quase sorrindo.

— Digamos que sim.

Era quase 19h e já havíamos passado pela polícia e por sorte eles não haviam nos parado. Seguimos viagem tranquilamente, sem muita conversa. Olivia falou algo sobre estar preocupada com o chefe de drogas da Ilha por ele ser um pouco extravagante e que era famoso por mudar os planos em cima da hora.

Peter olhou durante tempo de mais para Olivia e ela percebeu e retribuiu o olhar. Ele de um sorrisinho estridente e perguntou.

— Como funciona essa coisa toda?

— O que você quer saber?

Olivia parecia estar meio entediada.

— Por que estamos indo pegar maconha em outra cidade? Sendo que AK pode produzir suas próprias mudas na cidade.

Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora