Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)

Capítulo cinco

Eu não sabia o que estava acontecendo. Não sabia se deveria interromper ou deixá-la continuar falando, como se nada de estranho estivesse acontecendo. Aquela situação jamais havia acontecido comigo, assim como ficar com qualquer garota por mais de um dia.

Ela respirou fundo, como se tivesse ensaiado as falas.

- Eu não acho que tenha cometido um erro Gun, só acho que me precipitei.

- Eu não estou te entendendo.

- Eu só estou dizendo que talvez nós tenhamos confundido as coisas.

- Você não quer mais ficar comigo, é isso?

Samantha olhou para cima como se estivesse pensando.

- Você acha que funcionamos juntos? Quero dizer... dessa forma?

A pergunta dela me deixou ainda mais confuso.

- Espera, por que exatamente estamos terminando? Foi o ''não'' sexo ou as filmagens?

- Não é nada disso, eu só acho que não estamos prontos para um relacionamento. Eu acho que eu não estou pronta para um relacionamento.

- E quem disse que eu quero um relacionamento?

- Uau. Uau, essa foi forte, hein.

- Eu realmente não sei onde você está querendo chegar.

- Olha Gun, eu só estou falando que vamos ficar melhor como amigos.

Comecei a acreditar que Samantha tinha razão. Me perguntei rapidamente se eu estava apaixonado por ela ou se estava apaixonado pelo sentimento, em seu mais puro significado. A vida era engraçada. Em um momento eu estava caminhando nas nuvens e dormindo na lua e no outro, me perguntando se estávamos realmente apaixonados ou apenas confusos.

Ela perguntou novamente.

- Você acha que funcionamos juntos?

- Eu sei que tenho sido um babaca e não quero mais ser esse tipo de pessoa. Não contigo! Eu não sei se te amo e não precisamos decidir isso agora, mas eu peço por favor que você considere, que não seja covarde a ponto de não querer tentar descobrir.

- É agora que eu vou parecer a pior pessoa do mundo, mas preciso ser sincera. Eu sei o quanto o seu filme é importante para você e isso só vai funcionar se formos amigos. Eu estou certa da minha decisão e gostaria que você a respeitasse.

- Eu não sei o que dizer. Eu não sei o que pensar. Eu preciso ir embora, me desculpe.

Caminhei rapidamente em direção à porta e em seguida para o meu carro.

Samantha saiu atrás de mim, pedindo para esperar e chamando pelo meu nome. Com pressa, entrei no carro e desapareci o mais rápido possível da vista dela.

Eu devia estar focado nas filmagens do curta metragem e não em regras absurdas de um relacionamento. Algo estava errado, pois relacionamento sempre foi o menor dos meus problemas. Talvez eu estivesse mesmo mudando, talvez o velho Gun estivesse ficando para trás, cada vez mais.

O que mais me incomodava era que aquilo estava importando demais. Era o segundo fora da mesma menina. Talvez fosse um sinal.

Assim que cheguei em casa, joguei as chaves do carro no sofá e me joguei de bruços com a cara enfiada em cima de uma almofada. Parecia um corpo sem vida.

- O que aconteceu agora?

- Constance, Constance, Constance. O dia foi terrível.

- Não conseguiram fazer o filme?