Acordei ensopado na cama. Parecia que o Sol havia se aproximado da terra nas minhas últimas horas de sono. Mal conseguia me movimentar, com tamanho desconforto. Olhei pela janela e de longe vi algumas pessoas com roupas leves tomando drinques no bar do condomínio e outras mergulhando na piscina. O calor estava realmente de ''matar''. A algumas semanas atrás estava fazendo frio e agora a previsão do tempo dizia que esse seria o dia mais quente do ano.
Pulei da cama e fui direto para o chuveiro. Fiquei alguns minutos embaixo da água gelada esperando recobrar a minha consciência para então decidir com sanidade o que iria ser feito durante o dia.
Era domingo e a idéia era continuar fazendo o nosso filme, porém não demorou muito para perceber que seria impossível trabalhar naquele calor. Assim que saí do banho, enrolado em uma toalha, peguei o telefone e liguei para toda a minha equipe, cancelando as filmagens do dia e sugerindo que todos tirássemos o dia de folga juntos. Reunir pessoas que trabalhavam juntas, em situações de lazer, era um dos segredos para o sucesso, ainda mais quando essas pessoas eram amigas a longa data. Não teria como errar.
Logo atrás do parque da cidade havia uma trilha que descia um morro e dava em uma cachoeira muito grande onde as pessoas costumavam ir em dias de calor. No último ano meu pai ''obrigou' o prefeito a analisar o lugar para que pudesse ser uma área de lazer. A cachoeira foi avaliada pelas autoridades e liberada para todos se divertirem, desde que não levassem bebida alcoólica no local. É claro que essa regra nunca foi obedecida e até hoje nenhum problema realmente grave aconteceu. Mas o foco não era encher a cara e morrer afogado, mas sim liberar qualquer tensão que pairava sob minha equipe de filmagem.
Peter e eu eu estávamos em seu carro indo para a cachoeira. Combinamos de encontrar o resto do pessoal lá.
- Precisamos passar na casa da Samantha.
Peter estava prestando atenção no volante.
- Como vocês estão?
- Melhores amigos do ano.
- É sério? Sem chances de vocês voltarem?
Olhei para fora da janela, lembrando em que momento tudo começou. Foi quando meu ego idiota, junto com a minha bunda, foram se exibir para Samantha na sala de aula.
- Voltar ao que? Dormir na cama dela? Sem nem poder tocá-la?
Disse rápido demais, sem pensar.
- Esse é problema então? Você está parecendo um desses machistas que só ficam com as mulheres por sexo. Nem eu sou assim, Gun.
Peter estava com aquele olhar de julgamento e eu realmente me senti desconfortável ao ouvir aquilo. Me ajeitei no banco para responder.
- Não é exatamente isso Pete. Samantha e eu não temos química, a coisa não flui. Sabe, quero alguém que faça algo por mim, algo diferente, algo que vá além do normal. Quero alguém que mude meu mundo de cabeça para baixo.
Peter nem tentou esconder o riso.
- Você tirou isso de algum roteiro de romance?
- Tanto faz - respondi, entediado.
Estávamos a poucos minutos da casa de Samantha.
- Então vocês vão tentar ser amigos? - perguntou Peter.
- Já somos.
Esbanjei um sorriso grande como se aquilo solucionasse todos os meus problemas.
Peter estava próximo à casa de Samantha e me lembrei o que estava prestes a acontecer. Comecei a me sentir desconfortável, me ajeitei no banco e notei que Peter não parava de me julgar.
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Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)
RomanceTudo o que o jovem cineasta Gun queria, era terminar seu curta metragem de conclusão de curso e receber a tão esperada glória e fama que desejava. Mas quando é confrontado por seus sentimentos e acaba se apaixonando pelo irmão de uma aluna nova, com...