Capítulo vinte e oito

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Estávamos correndo a mais ou menos cinco minutos.

— Esperem. Não tem ninguém atrás da gente — disse Jon, parando de correr. — A essa altura, já teríamos ouvido eles se aproximarem.

Samantha estava com as duas mãos apoiadas na coxa, com o corpo projetado para frente, respirando com força.

— Provavelmente ele não nos entregou — concluiu Jon.

Para mim era óbvio que Peter nunca entregaria um amigo, por mais complicada que fosse a situação.

— Ele jamais faria isso — disse.

Olivia se aproximou de Samantha e apoiou a palma de sua mão nas costas dela. — Você está bem? — perguntou.

Samantha balançou a cabeça positivamente.

— Dylan respondeu. Precisamos encontrar ele o mais rápido possível para sabermos como agir — avisei a todos.

Em menos de um minuto, todos estávamos correndo novamente. Entrei no carro de Peter e localizei a chave na ignição. Samantha também entrou, seguida de Olivia. Jon e Buggie entraram no outro carro e dirigimos de volta para a cidade o mais rápido possível e torcemos para que aquilo fosse o suficiente.

No meio do caminho, pedi para Samantha mandar uma mensagem, do meu celular, para Dylan, pedindo para me encontrar. Decidi que iria conversar com ele sozinho. Eu precisava daquele momento.

Quando chegamos à cidade, estacionamos os carros no local de encontro com Dylan. O resto do grupo iria para casa de Buggie verificar se as câmeras estavam funcionando e logo eu entraria em contato para avisar qual seria o próximo passo. Peter estava nas mãos dos bandidos mais perigosos da cidade e não poderíamos esperar nem mais um segundo, além do mais, tínhamos mais algumas horas para evitar o ataque à prefeitura.

Antes de sair, Samantha veio até mim e me deu um abraço apertado. Ela olhou nos meus olhos, mas não disse nada. Olivia acenou de longe e logo depois todos partiram e eu fiquei sozinho.

Era simplesmente assustador.

A madrugada continuava fria. Olhei no relógio e marcava 2h. Não conseguia tirar da cabeça o inferno que Peter poderia estar passando, mas tentei focar no que viria a ser a conversa mais difícil que teria com Dylan. Eu não sabia o quanto ele estava bravo comigo mas dessa vez eu sentia que era diferente. Ele disse na delegacia: ''Eu sei que você precisa de ajuda'' e ele nunca esteve tão certo. Eu precisava dele mais do que nunca naquele momento.

Dez minutos depois, vi a pickup de Dylan estacionar ao lado do carro de Peter. Meu coração começou a bater mais forte e Dylan desceu do carro com calma. Ele vestia apenas uma camiseta e uma calça jeans. Seus pelos do braço estavam arrepiados devido ao vento gelado. Eu gostaria que ele estivesse de farda, talvez aquilo fizesse com que eu me sentisse mais seguro. Ele me encarou, mas não se moveu. Talvez ele estivesse na defensiva, sem saber como reagir ou sem saber como esperar a minha reação. E não consegui reagir de outra forma a não ser correr até ele abraçá-lo.

— Você está bem? — perguntou Dylan, segurando meu rosto com as duas mãos.

— Agora eu estou.

Dylan olhou dentro dos meus olhos e então disse.

— Eu não quero mais passar esses tempos longe de você, me prometa que isso nunca mais vai acontecer.

— Eu prometo! Eu prometo que nada mais ficará entre a gente!

Dylan encostou seus lábios nos meus. Senti aquela fração de segundos como se fosse o tempo mais longo de minha vida e aquilo me renovou.

Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora