De repente você percebe que nem tudo está tão ruim.
Ok, eu estava em um milhão de problemas, fisgado por cada enrascada que poderia me matar, mas ainda assim, poderia ser muito pior. Eu costumava ser uma pessoa positiva na vida, daquelas bem otimistas que achava que tudo tinha uma razão. Talvez eu estivesse enganado, mas hoje, justamente hoje, eu estava me sentindo desse jeito.
Depois que saí da casa de Peter, sem nem mencionar uma palavra sobre a estranha conversa que tivemos antes de dormir, corri direto para casa.
Peter era meu melhor amigo e me conhecia tão bem quanto eu o conhecia. Eu poderia colocar a mão no fogo e afirmar que ele sabia o que estava rolando entre mim e Dylan. Talvez não tão a fundo.
Entrei no apartamento e dei de cara com a Constance preparando café da manhã.
Constance só preparava um café da manhã farto daquele jeito por um motivo.
— Meus pais estão em casa? — perguntei surpreso.
— Bom dia Gun. Estou ótima!
Constance estava segurando uma travessa com um bolo decorado em cima.
— O que é isso?
Me aproximei do bolo na tentativa de roubar um pouco da cobertura com o dedo, mas Constance deu um tapa em minha mão e eu fiz uma careta de dor.
— Isso é da sua mãe. Ela me pediu pra preparar por que disse que vai a uma conferência de atores. Ou algo do tipo.
Constance estava com uma expressão de dúvida como se tentasse resgatar a informação do subconsciente.
— Então ela vai passar alguns dias fora.
— Não cobre tanto de sua mãe, ela faz o melhor que pode.
— Qual é Constance, ela não faz.
— Tem razão, ela não faz! Pode passar o dedo
Constance quase enfiou o bolo na minha cara e então passei o dedo na cobertura de baunilha que estava uma delícia.
Eu estava cheio de dúvidas e Constance era a pessoa mais competente para me ajudar nesse momento. Claro, que eu não poderia perguntar qualquer coisa, pois se contasse sobre Dylan, ela ia me arrastar para a igreja para me converter e se eu contasse de AK, ela chamaria a polícia sem pestanejar. De qualquer forma, não era sobre nenhuma destas coisas que eu queria perguntar.
— Constance, você acha que eu estou diferente?
— Você está lindo! Era isso que queria ouvir?
— É sério Constance!
— Ok, você está um caco! Parece que não dorme há dias. O que você anda fazendo?
— Eu estou transportando maconha durante a madrugada.
Constance me olhou sério e logo depois voltou a sorrir, balançando a cabeça.
— Bobo — disse ela.
— Você acha que eu estou diferente? Se você não me conhecesse e me visse na rua, acharia que eu sou algum tipo específico de pessoa? Alguém que você julgaria?
— Não estou te entendendo Gun.
Nem eu mesmo estava entendendo. Resolvi simplesmente parar de incomodar Constance com o assunto.
— Nada não, eu estou em conflito. Quem sabe eu me encontre mais pra frente.
— Eu tenho certeza que a decisão que você escolher tomar vai ser a melhor. Você é uma boa pessoa e qualquer coisa que você faça, vai influenciar o bem estar dos outros. Eu sei, por que é assim que me sinto em relação a você.
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Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)
RomanceTudo o que o jovem cineasta Gun queria, era terminar seu curta metragem de conclusão de curso e receber a tão esperada glória e fama que desejava. Mas quando é confrontado por seus sentimentos e acaba se apaixonando pelo irmão de uma aluna nova, com...