Depois de chegar em casa, pensei se havia parecido que eu tinha tentado forçar alguma coisa com Samantha. Por mais que soubesse que não, a culpa ficava martelando sob minha cabeça.
Nós dormimos a noite toda, como duas crianças que tinham brincando o dia inteiro no playground. Mas nós não tínhamos brincado. Não mesmo.
Acho que ter saído da casa de Samantha logo cedo sem avisar, como se estivesse em fuga, não foi uma boa ideia, mas a todo instante eu me sentia desconfortável, como se não me encaixasse naquela situação. Era como se eu estivesse em um lugar estranho, rodeado de pessoas estranhas. Mas não havia ameaças. Apenas Samantha e seu irmão super simpático.
De qualquer forma, me pareceu certo ir embora.
Em casa, no conforto do meu quarto eu pude finalmente relaxar e esquecer tudo o que havia acontecido. Ou tudo o que não havia acontecido. Eu tinha muita coisa para me preocupar, além daquilo.
Hoje seria mais um grande dia. Iriamos à casa alugada rodar a primeira cena do curta, o qual eu já havia escolhido um nome e escalado uma equipe de produção e atores competentes. Claro que não eram atores profissionais, apenas outros alunos do curso do qual podíamos desfrutar e eles iriam ganhar horas extra-curriculares por ajudar. Fui até a escrivaninha, peguei o roteiro e não pude conter o orgulho. Seria meu primeiro filme usando técnicas profissionais. O filme se chamaria ''O último de nós'' e contaria a história de um menino com problemas mentais dizendo que havia demônios na casa onde vivia com os irmãos.
Peguei o iPhone e procurei por um nome na lista de contatos e assim que encontrei, apertei no botão verde.
- Piper? Como vai a minha produtora preferida?
- Nem vem com essa Gun, eu ainda estou muito furiosa contigo.
Droga.
Piper era uma amiga de longa data. Não tanto tempo quanto Peter, mas eu já a considerava uma velha amiga. Nos conhecemos na primeira semana do curso de cinema e ela foi a única que não me deu mole. Aquilo foi o suficiente para chamar a minha a minha atenção e quando me dei conta, ela se tornou a primeira garota a ser minha melhor amiga.
- Se fizer algo sem me avisar novamente, eu juro que vou dar um murro em você e no Peter.
Tudo bem. Eu era culpado. A produtora é quem cuidava das locações, diárias e todo o resto, mas eu não queria perder a chance de conseguir um lugar muito legal para rodar as cenas.
- Eu tenho certeza que você não vai se arrepender Piper, eu não queria perder essa oportunidade.
Ela ficou muda durante alguns segundos.
- Sei... Olha, eu já comprei a comida e mandei o Tom e o Sammy para a locação para preparar um café da manhã para a equipe. Eu estarei lá em alguns minutos.
- Certo, eu vou terminar de arrumar tudo e também já estou indo para lá.
Tom e Sammy eram amigos próximos, do curso de cinema e ambos se ofereceram para nos ajudar. Pareceu uma ótima ideia, pois os dois tinham ótimas experiências em diferentes áreas do cinema.
Depois de procurar, arranjei uma caixa para colocar os objetos pequenos, como claquete, pilhas, microfones extras, lâmpadas, fitas adesivas e mais algumas coisas que poderíamos precisar.
Não foi difícil encher o carro com equipamento, mas não haveria espaço para mais nada, além de mim. Teria que fazer duas viagens, para deixar o equipamento e depois levar Samantha à locação, já que a havia convidado para ser uma das minhas atrizes.
O caminho para a Casa dos Ecos pareceu mais curto do que a primeira vez e assim que cheguei pude ver umas dez pessoas correndo de um lado para o outro. Estacionei a Ferrari e pedi ajuda para alguns dos meninos a descarregar o carro e começar a preparar o set.
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Ego Intacto (ROMANCE GAY) (completo)
RomanceTudo o que o jovem cineasta Gun queria, era terminar seu curta metragem de conclusão de curso e receber a tão esperada glória e fama que desejava. Mas quando é confrontado por seus sentimentos e acaba se apaixonando pelo irmão de uma aluna nova, com...