Krum, o Auror

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Às seis da manhã, no sábado, Scorpius foi acordado com uma voz penetrando sua mente. Distante. Como se ele estivesse dentro de um poço e alguém o chamasse lá do topo.
-Scorpius. -sussurrou a voz enquanto ele dormia. -Malfoy, acorda!
Scorpius despertou no susto, vendo um rapaz de agigantar sobre a cama que dividia com Albus. Com os olhos embaçados ele tentou reconhecer quem o chamava, mas nada além de um borrão falante.
-Scorpius? -a sombra repetiu.
-Estou acordado. -respondeu, com um grunhido de reprovação ao se sentar. -Você é o...
-Simon! -disse exasperado. -Também tá com amnésia?
-Só não estou vendo direito ainda, idiota.
Simon sentou-se na beira da cama. Agora a visão de Scorpius melhorava, como a imagem de uma câmera tentando focar. Simon estava de pijamas ainda, os cabelos como um ninho de pássaros verde. Parecia ansioso, algo estava estranho nele. Juntava as mãos e as esfregava quase inconscientemente.
-Então... -disse baixinho. -É hoje. Hogsmeade.
Scorpius arregalou os olhos. Tinha esquecido completamente daquele compromisso durante aqueles últimos dias. Haviam tantas coisas na sua cabeça que a consulta de Simon com Anabel tinha sumido. Sentindo-se culpado, Scorpius levantou da cama e puxou Simon consigo para fora do dormitório. Antes de sair espiou o relógio Sol e Lua. Eram poucos ponteiros depois do sol, deveria significar que era mais ou menos seis da manhã.
A sala estava vazia, apenas a lareira crepitava baixinho, como se também estivesse dormindo. Todos estavam na cama àquela hora.
Eles sentaram no sofá de frente à lareira. 
-Enviei a carta, creio que ela vá para Hogsmeade. Combinei de encontrá-la perto da Casa dos Gritos, e então ela o atenderá em um hotel. -Scorpius explicou. -Espero que ela te ajude.
-Espera. Você não vai comigo?
-Claro que vou. Só estou preocupado com Albus. -ele deu de ombros. -Sabe como é.
-É, eu não sou confiável sozinho.
Disse uma voz à porta do dormitório.
Eles se viraram e Albus estava vindo com passos lentos e coçando os olhos.
-Bem, -disse ele. -Eu. Albus. Estou envolvido em que?
Ele se jogou ao lado de Scorpius e pegou uma almofada para abraçá-la. Simon lançou um olhar para Malfoy, perguntando-o silenciosamente se ele poderia saber. Scorpius acenou que sim com a cabeça. Afinal, oque teria de mal com isso?
-Você não está envolvido em nada. -respondeu Scorpius. -Mas Simon vai se tratar com a minha prima, que concertou a minha cabeça depois do... acidente. Simon anda tendo sonhos de Delphi.
-Hummm. -Albus balançou a cabeça como quem entendia a situação. -Foi mal, não posso ajudar em nada.
-Eu sei. Só quero dormir de verdade uma vez. -disse Simon, como se a simples ideia de uma dormida fosse muito difícil.
Assim que parou de falar, a porta do dormitório feminino abriu. Susan saiu de lá. Parecia muito desperta... como quem nem tivesse dormido.
-Ah! Oi, meninos. -disse quando os viu. -O que estão fazendo?
Ela se aproximou e sentou no sofá ao lado. Seus cabelos estavam um emaranhado loiro, oque não era costume dela, Scorpius sempre a admirara pela disposição em deixar seus cabelos imaculados.
-Estamos combinando a visita a Hogsmeade.
Susan colocou as mãos na cabeça, surpresa.
-É hoje! Eu tinha esquecido completamente. Kevin vai estar lá! -ela levantou, com o ânimo revigorado, então correu de volta para o dormitório.
Scorpius se voltou para Simon e o deu um tapinha no ombro.
-Vai ficar tudo bem. Anabel sabe oque faz.
Simon balançou a cabeça e suspirou.
-É, acho que sim. Quer dizer, você está bem, não está?
Fazia uns dias que Scorpius não tinha pesadelos ou sonhos, estava uma paz o seu sono. Era estranho, ele esperava no mínimo um sonho comum.
Olhando para Simon, ele fez que sim com a cabeça.
-Estou ótimo.

***

Às dez, os alunos estavam começando a aparecer para embarcar. Dez alunos ocupavam o saguão, esperando ansiosos a hora que deveriam se dirigir às carruagens mágicas, entre eles: Albus, Scorpius, James, Lily, Rick, Susan, Simon e Clary. Tinham acordado mais cedo do que deviam e agora faltavam duas horas para a ida.
  Albus lembrava do seu pai lhe contando algo sobre aquelas carruagens. Lembrava-se de ter deitado, certa vez para dormir e acordar gritando de medo com um sonho horrível. Sonhos assim eram comuns para Albus, tinha-os quase toda noite, mas aquele em especial era tão horrível que o fez gritar. A resposta dos médicos para os seus constantes sonhos eram medo. Puro e inexplicável medo. Então naquela noite, quando acordou gritando, Harry correu para o seu quarto, que na época já era separado do de James. Ele chegou todo assanhado, com óculos tortos e com os desenhos da malha do travesseiro amassado no rosto. Sentou-se na beirada da cama de Albus e respirou fundo.
  -Por que gritou? -perguntou, com calma e realmente curioso. -Já atendi James a pouco tempo, ele também gritou. Sonhou com árvores também?
  Albus balançou a cabeça dizendo não. Estava envergonhado por ter gritado dormindo.
  -Al, você tem que falar comigo. -insistiu Harry. -Por que sempre se cala quando eu ou sua mãe aparecemos?
  Albus deu de ombros. Harry fazia uns dias que tentava se comunicar com o filho, mas parecia impossível. Albus não tinha a mesma admiração e respeito que os outros dois tinham, mesmo Lily, que era tão pequena, era encantada pela história do pai, mas Albus parecia ser indiferente.
  -Certo. Vou te contar uma história para dormir. -disse Harry, por fim. Albus grunhiu e cobriu o rosto com lençol. -Ah, não, mocinho. -Harry descobriu o rosto do filho e fitou a expressão de quem pedia que não contasse a história. -Vou contar, sim. Você vai ouvir. Ponto final.
  -Tá. -resmungou Albus.
  -Uau! Quase não lembrava como sua voz era!
  -Só... conte. -disse Albus virando-se de lado como se fosse dormir.
  -Vamos lá. Certa vez eu estava indo para Hogwarts, para o meu quinto ano na escola. E vi aquelas carruagens enormes nos esperando, mas tinha algo diferente nelas, por anos eu tinha visto elas se locomovendo sozinhas. Magia, supus, por anos. Mas naquele, haviam animais parecidos com cavalos alados, mas eram esqueléticos e com asas de couro como morcegos. E o seu rosto era como um crânio de dragão...
  -Pai! -Albus reclamou. -Isso era para me fazer dormir? Asas de morcego e crânio de dragão? Sério?
  Harry riu, surpreendendo Albus. Não sabia que era capaz de fazer o pai rir.
  -Desculpe.
  -Mas... essas criaturas, elas existem mesmo?
  Harry assentiu.
  -Existem. Continuam a puxar as carruagens de Hogwarts todos os anos.
  Albus arregalou os olhos.
  -Por que deixam animais tão feios puxarem um carro cheio de crianças? Não eram melhor... um cavalo alado etoniano? Como vimos na Irlanda?
  -É, seria, mas tiraria a mágica de andar numa carruagem sem cavalos.
  Naquela noite, Albus não entendeu oque o pai quis dizer. Aceitou como um delírio de um homem que apenas queria dormir após seus filhos terem sonhos perturbados. Como poderiam os cavalos puxarem as carruagens e ao mesmo tempo, que elas andassem sem cavalos?
  Mas ali, do hall do castelo, já perto da porta, Albus talvez entendesse oque o pai quis dizer. Enquanto encarava as carruagens, viu respirações se condensando do nada, bufadas quando a neve começou a cair em flocos e se chocar com uma superfície... invisível. Albus arregalou os olhos, quer dizer que realmente existiam animais puxando aquilo. Ele ficou surpreso, não sabia oque fazer com a descoberta, então... saiu correndo do castelo.
  Deu passadas largas na grama sempre aparada da frente da escola, meio escorregadia pela neve. Até ouviu alguém gritando seu nome às suas costas, mas não respondeu. Então foi diminuindo o passo. Estava perto de uma das carruagens enfileiradas. Foi para a frente de uma, e manteve distância, uma respiração se condensou a dois metros dele. Depois a um metro. Albus estava com medo, tinha que admitir, pela descrição do pai, o animal era horrendo. Ele esticou a mão, esperando que o animal o correspondesse.
  -Eu sei que você está aí. -sussurrou Albus. Esperou um pouco e seus dedos encontraram um nariz gélido e transparente. O animal cheirou a palma da sua mão e Albus correu a mão ao longo do focinho do animal, pela sua cabeça e seguiu sentindo o pescoço ossudo e a coluna do animal. -Você é... incrível. -No meio do corpo, ele sentiu as asas. Pelo toque eram mesmo de couro, nada de penas.
  -Albus Severus Potter! -um grito masculino soou da entrada do castelo, carregado de sotaque.
  Albus se virou num susto e viu um homem alto com os olhos arregalados para ele. Usava um monte de peles e tinha sobrancelhas bem escuras, mas continuava bonito. Aos poucos foi surgindo um burburinho dos poucos alunos. Albus o reconheceu quase imediatamente, quis rir e sair correndo ao mesmo tempo. Vítor era seu padrinho de coração, sempre aparecia duas vezes no mês para vê-lo desde criança, diziam que era para se sentir seguro sobre os filhos de Harry, mas acabara se apegando a Albus especificamente, e era amigo de quadribol de Gina. Mas ele ainda era um auror búlgaro. Depois da carreira de quadribol, alistara-se para o trabalho e agora era um dos melhores da Bulgária.
  -Potter! Se afaste dos Testralios imediatamente! -gritou de novo.
  Albus olhou para o nada, onde estava o animal e baixou a mão lentamente.
  -Que Testralio? -tentou desconversar.
  Vítor apontou para ele e depois para o chão na sua frente, como se dissesse: Venha aqui agora!
  Albus revirou os olhos e cedeu. Foi chegando perto e vendo os rostos chocados de Rick e Simon atrás de Vítor, parecendo remédios efervescentes dentro da água. Menos Scorpius, que parecia perdido ao lado de Vítor, que era alto o suficiente para ficar uma cabeça acima de Scorpius, que já não era baixo.
  -Krum! -Albus disse, procurando o tom de apaziguamento. -Que bom que está aqui, porque olha...
  Vítor Krum o lançou um olhar cortante e Albus se calou.
  -Não chegue perto daqueles animais. -avisou, Vítor. -Está vendo eles?
  -Não. -Albus afirmou confuso.
  -Ótimo!
  A forma como Krum falava, lembrava a Albus como Fleur transmitia todas suas raizes francesas no sotaque que nunca perdeu. Ele era mais bruto, búlgaro.
  -O que tem se eu estivesse vendo?
  -Significa que já presenciou a morte de alguém com os próprios olhos. -disse Krum rispidamente. -Não queira os ver.
  Albus engoliu. Sentia-se péssimo agora, até que estava querendo vê-los, agora nem tanto.
  -Vítor Krum? -perguntou alguém às suas costas.
  Vítor se virou e McGonnagal estava cruzando o saguão, e aos poucos, alunos curiosos paravam para olhá-los da escada ou da entrada do Salão Princioal. Da porta, Albus viu Rick de boca aberta, como se o queixo tivesse se desprendido, perto dele, Lily e James estavam perto de uma pilastra, com Clary, Susan e Simon. Todos pareciam chocados, exceto seus irmãos. Claro, Albus suspirou, mais atenção para o idiota aqui. Queria poder sumir em situações assim.
  -A que devo a honra? -disse Minerva, com gentileza ao apertar sua mão.
  -Vim falar com Albus. -disse, sempre muito objetivo.
  Albus olhou para Scorpius, que o devolveu um olhar de quem não sabia oque fazer. Ótimo. Nenhum sabia.
  -Se quiser usar umas de nossas salas, fique à vontade. -disse Minerva. -Eles irão a Hogsmeade daqui a duas horas.
  -Será o suficiente.
  Krum se voltou para Albus e meneou a cabeça, como se o dissesse: Me siga!
  Com Vítor tudo era feito à base a suposição. Suas palavras eram poucas, e seus olhares e gestos faziam o trabalho de se comunicar por ele. Então, começou a andar para a escada e Albus foi atrás, voltando-se rapidamente para Scorpius, só para sussurrar que o esperasse.
  Krum o guiou até a Sala de Estudo dos Trouxas. Era uma sala comum, sem nada demais, a não ser uma estante com artefatos inúteis e comuns, como um telefone, uma impressora, um Globo terrestre que brilhava se colocado na tomada... inúmeras coisas. Ele apontou para Albus uma cadeira de frente para o quadro, e enquanto Albus se sentava, Vítor sentou na mesa do professor.
  -Sempre quis fazer isso. -disse rindo, oque era quase raro.
  -Sonho realizado, então.
  Ficaram em silêncio por um tempo. Albus esperava que ele começasse a falar, já que ele queria conversar.
  -Albus. -chamou. Ele olhou. -Mandaram um mandato de busca para mim. Atrás de três meninas daqui. E uma delas é a sua prima.
  -Sim. -respondeu Albus. -Rose.
  -Isso. Aconteceu muita coisa, por que ninguém me contou?
  Albus torceu as mãos em cima da mesa.
  -Eu... Sabe, pensei em escrever. -começou. -Pensei muitas vezes. Desisti muitas vezes. Estaria o aborrecendo por nada, e você não precisa se importar com isso.
  Vítor parecia em choque. Albus ficou com medo de ter escolhido as palavras erradas.
  -Eu me importo. Você já me contou que não tinha mais ninguém em quem confiar. Um ataque da sua prima e olhos vermelhos parecem o suficiente para me contar.
  Potter o olhou culpado.
  -Estava com vergonha, Vítor. Sabe oque é isso? -apontou para os seus olhos e Krum franziu a testa. -Poção do Amor, Amortencia.
  Vítor arregalou os olhos, ficava mais surpreso a cada momento. Tinha esperado para falar com Albus em si, não com o ministério, que lhe contaria sua versão do fato.
  -E como isso pode acontecer?
  -"Amor" demais. -disse, fazendo aspas com os dedos. -Muita poção me envenenou. Me fez esquecer da minha vida por meses, até que... consegui lembrar de tudo. -Albus freou as palavras antes que contasse mais do que devia, mas mesmo assim suas bochechas coraram.
  -Albus... sinto muito.
  -Por?
  -Bem, eu não ajudei em nada. E eu sou seu padrinho.
Albus riu. Vítor realmente levava a sério isso de padrinho, desde que após uma briga com Harry, Albus o dissera que ele era o adulto que mais confiava em dizer alguma coisa. Na verdade, Neville era seu padrinho, mas Albus não se sentia confortável com ele, sentia que tudo que dissesse seria repetido para o pai em algum momento. E isso certamente não era bom. Se quisesse contar algo ao pai, contaria por si só.
  Albus passou as mãos nos cabelos e respirou fundo.
  -Me desculpe, Vítor. -disse ele, com sinceridade. -Mas... imagino que você não esteja aqui apenas por minha causa.
  Krum olhou para o chão, como se pensasse se valeria a pena contá-lo. Até que decidiu.
-O ministério me chamou. Pediram um esquadrão de ajuda durante a viagem para Ilvermorny. Vim mais cedo para ajudar.
  Albus balançou a cabeça, não era surpresa que tivessem feito isso.
  -Por que chamaram aurores da Bulgária? -perguntou. -Londres não tem suficiente? Irlanda? França? Algum lugar perto?
  Vítor Krum fez que não e suspirou.
  -Não é que não sejam suficientes, Albus. É os que estejam disponíveis. Muitos se negam a ajudar a essa causa.
  -Por que? -Albus perguntou indignado. Aurores estavam ali para proteger, não podiam negar. -É o trabalho deles!
  -A maioria são filhos, descendentes, de comensais da Morte. Assim como eu. Não se misturarão numa luta com os mesmos fins.
  Albus levantou e foi até a janela da sala. Já estavam criando montinhos de neve lá embaixo no gramado, ficaria difícil de andar de carruagem. Scorpius era filho e neto de ex-Comensais e sabia muito bem lidar com isso. Bem... não tanto. Se bem que no início da escola ele era bem julgado, depois de Albus e de ter fortalecido a amizade com o time de quadribol ele começou a ser mais respeitado.
  Albus se voltou para o padrinho. Vítor estava parado no mesmo lugar, agasalhado como se estivesse numa temperatura abaixo de zero. Peles envolviam seu pescoço, o casaco parecia tão pesado que Albus imaginava que se o usasse seria jogado no chão.  Mas Krum parecia confortável.
  -Você acha que estou me arriscando muito?
  -Todos estamos, mas... são crianças sumindo. E não param de sumir.
  -Então estou fazendo o certo?
  -Também não.
  Albus franziu a testa. Vítor riu da sua expressão.
  -Você me lembra o seu pai. Desmiolado. Se arriscando. No torneio tribruxo, ele se arriscou dentro da água para não deixar os alunos morrerem. Eu apenas salvei oque era meu, como mandaram. -ele disse, com pesar na voz. Como se lembrar do torneio fosse uma dor. -Cedrico ganhou naquele dia. Seu pai ficou em segundo lugar.
  -Então...
  -Tome cuidado, Albus. Você é muito jovem. Não deixe emoções atrapalharem o caminho.
  -Por que está me dizendo isso?
  Vítor não quis falar mais, apenas olhou para Albus, e ele entendeu a mensagem.
  -Rose está do meu lado. -insistiu Albus. -Eu até falei com ela, quando ela... invadiu a minha mente. Me fez sonhar com ela.
  Vítor levantou alarmado.
  -Por que não contou isso?
  -Porque eu não tive tempo! Foi hoje! Me avisou que estão criando animagos e que Delphi pretende atacar o prédio da MACUSA.
-Albus, devia ter usado um pedido de urgência para o ministério. -Vítor começou a andar de um lado para o outro, passando as mãos na cabeça com os cabelos curtos e muito pretos, apesar do rosto estar mais envelhecido. -Me escreva uma carta, enderece para alguns dias atrás. Entrarei como uma chamada sua no Ministério. Sua tia certamente vai atender imediatamente.
Albus ouvia as instruções como se as anotasse mentalmente. Balançava a cabeça para tudo que Vítor dizia.
-Isso pode nos ajudar com o ministério de lá. Ter reforços. -disse Krum. -Talvez sua presença vá ser necessária se Hermione decidir uma reunião. Terá que contar a eles o sonho.
A ideia de ficar na frente dos "juízes" do ministério, era apavorante. Seu estômago chegava a enrolar, mas ele respirou fundo, se tivesse que fazer aquilo, iria fazer. Albus concordou mais uma vez, discretamente enxugando as mãos nas calças.
-Lembre-se, o Ministério não é nada mais do que um monte de pessoas chatas vestidas de preto. Você consegue enfrentar.
Albus se perguntou se ele teria lido isso dos seus olhos. Mas provavelmente o medo devia estar escrito na sua testa com marca texto. Teria que enfrentar o ministério mais uma vez, assim como fizera no seu exame de memória. Aquelas sessão exigira tanta pressão que Albus caira no chão aos prantos, por se sentir tão vazio quanto uma caixa largada no canto.
-E... quando isso vai acontecer? -Albus perguntou. -Tenho que me preparar.
-Se tudo der certo, podemos fazer isso hoje.
Albus gelou. Sabia que seria logo, mas... naquele dia? Quando Scorpius iria encontrar a prima mecânica de mentes? Sentia-se um péssimo namorado, mesmo assim, teria que aceitar aquilo.
Então, com peso na consciência por deixar o namorado e os amigos sozinhos para aquela missão com Simon, olhou para Vítor que esperava uma resposta com ansiedade, e disse:
-Perfeito.

***

Olá, a sumida resolveu da uma passadinha e deixar isso com vocês, beijos!

Stigma - ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora