Capítulo 5

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09 de julho – Sábado

Meu corpo doía. Minha cabeça latejava intensamente. Abri os olhos, perdida e confusa. Não sabia onde estava exatamente, sentindo apenas um calor me aquecendo. Ouvi o ruído de chamas queimando e pessoas conversando, preocupadas. Tentei repassar os últimos acontecimentos, me lembrando da língua de destroços e do programa que estava participando.

Pelo visto, ainda estávamos em uma caverna, e nenhum dos grupos tinha encontrado a bandeira.

Fazendo uma careta de dor, me apoiei nos cotovelos para me ajudar a levantar. Ainda me sentia fraca, mas me sentia melhor do que antes. Estava com fome também, meu estômago roncando era a prova disso. E precisava beber água. Passei a língua na boca seca.

Ao olhar para meu moletom pendurado em um pedaço de madeira para que secasse, percebi que não o estava usando mais. Olhei para o lado, onde meus companheiros se encontravam, sentindo um alívio por todos estarem bem. Notei uma barraca ao lado de Drew Axel...

– Amy, graças à Deus você está bem! – exclamou Bridget, me agarrando com força. Minha cabeça doeu. Ao invés de chorar de dor, eu sorri. – Estava tão preocupada com você... Tivemos que ajudar Jason a tirar você de lá, no entanto, você não acordou de imediato. Pelo menos, seu coraçãozinho ainda batia, o que me deu esperança. Não faça isso de novo, entendeu?

– Estou bem. Tenha calma – falei com a voz baixa, abraçando-a de volta.

– Tentamos fazer boca a boca em você... – manifestou-se Drew, atraindo a nossa atenção. Ele ficou vermelho. – Tentamos acordá-la, mas nada parecia funcionar, o que foi bem estranho.

Sorri, olhando para ele.

– Obrigada por tentarem me ajudar. Por quanto tempo fiquei desacordada, afinal?

Jason deu uma breve risada, balançando a cabeça em negativa.

– Tempo suficiente para deixar de ser sexta-feira – respondeu Jason, um pouco rancoroso. Poderíamos ter perdido por minha causa, e eu sabia disso. – Mas não se preocupe, a bandeira não foi encontrada ainda. Pelo visto, eles a esconderam em um lugar inimaginável.

Respirei fundo, fechando os olhos, pensando no que Jason tinha acabado de dizer. Passei as mãos nos olhos, que se encheram de lágrimas. Eu era um peso para a equipe, assim como também poderia ser um peso para minha mãe. Ou talvez eu realmente fosse o que ainda a mantinha sã.

Me sentei direito e me virei para eles.

– Sinto muito por atrasar vocês – falei, depois de um tempo, olhando para Jason, Drew e, depois, Bridget. – E sinto muito por preocupá-los. Eu não queria que perdêssemos bastante tempo. Se tiver algo que eu possa fazer, tipo, para mudar isso...

– Não se preocupe, Amy, isso não tem muita importância – retrucou Bridget, sorrindo para mim, aparentemente, bastante aliviada. – Nós ainda temos chance de conseguir encontrar a bandeira.

– Poderíamos ter tido mais chance, mas e daí? – Drew balançou os ombros como quem não se importa. – Todos nós pensamos que aquela era a bandeira verdadeira. Acho que muitas das outras equipes farão o mesmo que nós.

Assenti com a cabeça, tentando não me sentir mal por nos atrasar. Tirei um sanduíche natural e a garrada d'água da mochila ao meu lado, o que me fez lembrar imediatamente da minha mãe. Ela podia ter ficado bastante assustada. E a chance de ela se sentir orgulhosa de mim havia acabado. Eu a tinha destruído por completo ao fingir ser mais corajosa do que realmente era.

Um ponto para o meu ego idiota!

Os garotos comiam biscoito enquanto Bridget se juntava a mim e comia seu sanduíche. Nós ficamos ali por um tempo, tentando esquecer o motivo de realmente estarmos juntos. Pelo menos, nós tínhamos ficado com dois garotos bem legais, e com várias coisas em comum. Jason só era irritante de vez em quando.

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