Este é o primeiro capítulo da Kath. Espero que gostem!
28 de outubro – Sexta-feira
Era tarde de sexta-feira, e as aulas haviam acabado. Estava no Coliseu, junto com a equipe de torcida. A peça foi um sucesso! Mary e Lola receberam vários elogios, e também sofreram as consequências de seus atos. Por humilharem tanto as pessoas, muita gente implicou com elas por causa do beijo. Apesar disso, a peça teve uma repercussão muito boa.
Várias pessoas assumiram seus namoros. Um garoto do time de futebol admitiu que estava namorando um cara da equipe de xadrez. Uma garota do grupo de Química postou na internet que estava namorando uma garota do Coral. Esses são apenas dois exemplos, de vários, e isso me deixava feliz. O beijo das Rainhas do Drama, mesmo que tivesse sido só na peça, estava quebrando barreiras.
As pessoas continuavam a implicar com Mary e Lola, reproduzindo o vídeo do beijo delas repetidas vezes para que as duas o vissem e se irritassem, especialmente Reagan. As pessoas tinham duas desculpas para implicar com elas por causa disso.
A primeira: porque Mary humilhava todo mundo. E a segunda: porque Mary não fazia parte do Teatro, ao contrário de Lola, e, como ela fez Julieta e impediu que outras pessoas da equipe tivessem a oportunidade de atuar na peça como a protagonista, foi bem feito ela ter que fazer esse "sacrifício".
Ainda não tínhamos começado a ensaiar, pois as garotas continuavam a rir de Mary, dizendo que ela não poderia mais liderar a equipe, nem fazer parte dela, por causa da sua gravidez. Já vi Mary Reagan furiosa, porém, nunca desse jeito. Mesmo as garotas reclamando e ridicularizando-a, ela continuou no Coliseu, tentando demonstrar indiferença.
Alguns dos garotos do time estavam lá, dentre eles: Charlie, Mitchell e Aaron. Não podia me esquecer de Logan e Jason, que conversavam com o treinador Eric.
Mordi o polegar, tentando não escutar os pensamentos de todos ao mesmo tempo, que era bem fácil ultimamente. Porém, como estava estressada e preocupada por causa das ruínas encontradas, não conseguia controlar isso direito: os pensamentos surgiam e me incomodavam com frequência. Pensamentos de outras pessoas.
Alguns profissionais começaram a se reunir, há alguns dias, para procurar mais coisas na caverna Melissani que pudessem explicar a aparição dessas ruínas. Eles queriam respostas, assim como nós. Só que eu não queria que eles as encontrassem. Não fazia ideia de como as pessoas reagiriam quando descobrissem a verdade...
Reagan nos dispensou, com a mão na testa, dizendo que precisava descansar. Deu-nos as costas e caminhou em direção ao namorado. Enquanto seguia para a saída do Coliseu, ouvi alguém chamar meu nome. Não sabia quem era exatamente, até me virar e me deparar com Aaron Miller, o garoto "novato".
– Você é Katheryn Bell, não é? – indagou com um sorriso, arqueando as sobrancelhas e olhando para mim com seus olhos castanhos.
Aquiesci com a cabeça.
– Algum problema? – retruquei, cruzando os braços, sem querer conversar com ninguém no momento (especialmente com garotos do time).
Ele engoliu em seco.
– Problema? Não, mas... – sua voz falhou, e ele passou a mão no cabelo, preto. Mordi o polegar, lendo seus pensamentos. Em poucos segundos, sabia exatamente o que Aaron queria. Esperei que prosseguisse. Não facilitaria as coisas para ele. – Estou um pouco perdido nos assuntos de Matemática... Você poderia me ajudar?
– Ajudá-lo? – disparei, mordendo o polegar com mais força, tentando prender o riso (sabia, tanto quanto ele, qual era sua real intenção, e não era estudar). – Vamos ser sinceros, Aaron. Você não quer que eu lhe dê aula, nem que o ajude a estudar. Também não sou muito boa em Matemática, e acho que deve saber disso... Que tal amanhã, na entrada da escola? Não se esqueça de pedir autorização ao diretor.
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Melissani
Fantasi*"Melissani" foi escrito em coautoria com Lívia Jatobá (@ashocolatadaa)* Chegue mais perto e pegue uma pipoca, porque está começando o programa Além do Alcance, onde só aqui é dada a chance de estudar com bolsa integral nas melhores escolhas que ess...