15 de setembro – Segunda-feira
– Por que chamam o prédio de Casa Assombrada? – perguntou Amy para Jason, enquanto tomava um gole de suco. Estávamos almoçando e nos preparando para o primeiro dia de prova. – Foi inspirado em uma casa assombrada?
Selena riu, revirando os olhos, e Jason apenas balançou a cabeça em negativa.
– O prédio não foi inspirado em uma casa assombrada – respondeu Jason, ignorando a risada de Selena. Amy fingiu não se incomodar. – Só o chamam assim porque é onde faremos nossas provas. Tipo... como se elas causassem espanto nas pessoas. Ele foi inspirado no Palácio de Buckingham, mas parece que ninguém o chama assim.
– Ah... bom saber – disse Amy, dando de ombros. – Como se eu já não estivesse nervosa o suficiente para as provas.
Pensei em dizer algo para acalmá-la, no entanto, sabia que era difícil tratar sobre isso com Amy. Selena tinha tentado ajudá-la em uns assuntos, enquanto eu estudava com Jesse. Talvez Jesse devesse ter ajudado Amy. Selena não parecia ter tanta paciência com ela.
Terminamos de comer em silêncio e seguimos para a Casa Assombrada (ou o Palácio de Buckingham) (como queira chamar) para fazermos a nossa primeira prova: de História. A fila já estava se formando do lado de fora do Palácio, enquanto as assistentes de Nolan guiavam os alunos para onde deveriam ir.
Nossa vez não tardou a chegar. Parei diante de Reese Patterson, que me inspecionou de cima a baixo e sorriu.
– Senhorita Salvatore, sua sala será a de número vinte. Basta subir dois lances de escada, que se encontra no final do corredor. Se quiser subir de elevador, vai precisar andar só mais um pouquinho para alcançá-lo. Caso não consiga se localizar, há assistentes em todos os andares. Elas lhe indicarão para onde seguir.
Assenti com a cabeça e entrei na Casa Assombrada com o coração acelerado. Amy veio ao meu lado, suas mãos suando e as pernas se balançando. Kathy e Selena não pareciam nervosas nem um pouco. Jesse... mais ou menos. Drew estava uma pilha de nervos. E Jason ou não estava tão abalado ou fingia não estar.
Apenas Selena ficou na mesma sala que eu. Me despedi dos meus amigos com acenos, desejando "boa prova" para eles. Amy deu um sorrisinho e passou as mãos no short jeans. Queria dizer que daria tudo certo. Queria acalmá-la, no entanto, não tinha tempo para isso.
Selena me levou até a sala em que faríamos a prova. O cômodo era apenas um quadrado quase que completamente vazio. Havia várias mesas, uma ao lado da outra, diante de cada parede. Selena e eu nos sentamos lado a lado. As outras cadeiras estavam quase todas ocupadas.
– Quando o sinal tocar – começou a dizer, olhando para mim –, o visor à sua frente vai se acender. Então, só precisará colocar sua mão, assim como você faz para abrir a porta do nosso quarto. Ele vai ler sua digital e abrir sua prova no sistema. Enquanto isso, uma cabine se formará ao seu redor. Sabe... para impedi-la de colar. Vai entender o que estou dizendo quando acontecer...
Selena não terminou de falar, e o sinal tocou. Engoli em seco quando o visor se acendeu, exatamente como ela tinha dito que o faria. Estendi minha mão à sua frente, assim como todo mundo ao meu redor, e uma luz verde se acendeu. Então, apareceu um círculo na tela junto com uma porcentagem. Acima dele, estava escrito: "Boa prova, senhorita Salvatore".
Enquanto carregava, uma finíssima rachadura parecia se formar na parede ao meu lado. Na verdade, várias rachaduras finíssimas preencheram as paredes daquela sala. Era como se estivesse saindo uma parede de dentro delas. Uma parede fina, que parou de crescer até chegar nas minhas costas. Ela me trancou em um cubículo, que, aparentemente, só se abriria quando eu concluísse a prova.
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Melissani
Fantasy*"Melissani" foi escrito em coautoria com Lívia Jatobá (@ashocolatadaa)* Chegue mais perto e pegue uma pipoca, porque está começando o programa Além do Alcance, onde só aqui é dada a chance de estudar com bolsa integral nas melhores escolhas que ess...