Capítulo 48

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05 de novembro – Sábado

Depois que saímos da casa de Amy, Jason e eu caminhamos pela calçada. Em breve, voltaríamos para a escola (para nos arrumarmos para o nosso encontro). Ficamos em silêncio por um tempinho, apenas olhando para o chão. Pensei no que tinha acontecido quando chegamos: a tal surpresa. Que surpresa!

Não conseguia tirar aquela imagem da cabeça. Não conseguia parar de me lembrar daquilo. Queria ter conversado com Amy, queria ouvi-la me dizer como se sentia em relação a tudo aquilo, apesar de eu já ter uma ideia de como minha amiga se sentia. Era simplesmente inacreditável...

– Então, qual dessas é a sua casa? – perguntou Jason, me fazendo voltar à realidade. Olhei para ele com um sorrisinho. – A minha é apenas a algumas quadras daqui.

Arregalei os olhos.

– Sério?! – exclamei, franzindo as sobrancelhas. – Será que nós já nos encontramos alguma vez? Será que isso é possível? – Ele pareceu pensar sobre isso e, depois, balançou a cabeça em negativa. – Também acho que não. Seria impossível esquecer Drew, porque ele...

– Ah! Por que deveria se lembrar dele e não de mim? Ou de nós dois? – retrucou, gesticulando e sorrindo.

Ri, e ele deu de ombros, suspirando.

– Minha casa é aquela... – falei, apontando. Se passássemos ao lado de três casas, chegaríamos na quarta, a minha. Jason seguiu meu dedo com o olhar, observando-a. – Será que nós podemos dar uma passadinha lá? Queria muito ver meus pais... e minha irmãzinha! Pensei que eles estariam na casa de Amy, para comemorar o retorno de Emma. Estranho eles não estarem lá...

– Sei muito bem qual é o seu joguinho, Salvatore! – brincou com seus olhos castanhos fixos nos meus. – Você quer que eu conheça os seus pais! Não tem problema. Todo mundo me adora, porque sou incrível!

– Tudo bem, Senhor Convencido!

Ele ergueu as mãos. Nós rimos. Seguimos na direção da minha casa. Há quanto tempo que eu não via meus pais? Há quanto tempo não entrava no meu quarto? Há quanto tempo não conversava com Massie?

Quando paramos à sua frente, hesitei um pouquinho em subir a escada da varanda e bater à porta, no entanto, minha dúvida não durou muitíssimo tempo. Fazia meses que não os via. Sentia saudades deles, dos três!

Meu coração acelerou. Não conseguia acreditar que realmente estava de volta (não totalmente, porque voltaria para a PCS minutinhos mais tarde). Quanto tempo faltava para chegar o Natal? O Ano-Novo?

Bati à porta e esperei, inquieta. Mudei o peso de uma perna para outra. Jason percebeu como me sentia e tentou me acalmar. Não precisou muito para conseguir o que queria: só um olhar penetrante e encorajador. Ele segurou minha mão. Agradeci com um sorriso.

Um minuto havia se passado, e ninguém apareceu para nos cumprimentar. Será que eles não estão em casa? Engoli em seco, não querendo aceitar essa possibilidade. Senti como se tivesse levado um soco no estômago, decepcionada.

– Talvez eles tenham ido comprar algo no supermercado, quem sabe... – Roman tentou argumentar, só que, pelo seu tom de voz, eu sabia que ele acreditava nisso tanto quanto eu: ou seja, não acreditava.

Insisti, batendo mais algumas vezes na porta.

Um minuto. Dois. Três. Será que aconteceu algo? Se algo tivesse acontecido com eles (ou com um deles), isso explicaria o motivo de não estarem em casa, e o motivo de não terem ido ao churrasco na casa dos Howard. Olhei pela janela, meu coração quase saindo pela boca. Escuro.

MelissaniOnde histórias criam vida. Descubra agora