capítulo dezesseis

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Perigo🔥

Olhei nos olhos da mina e vi verdade, papo reto, por um segundo até esqueci das coisas ao meu redor mas sei que isso não tá certo não cara, isso tem que acabar de vez mermo. Sei do fardo fudido que eu ia ficar nas costas se acabasse com a vida da mina fazendo ela ser mulher de bandido.

Perigo: Para de falar bobagem, Naiara, tá doidona? - Ela mordeu os lábios.

Naiara: Eu nunca tive tanta certeza na minha vida. Deus sempre me disse que era você! Mas eu só pude entender agora. - Deixei uma gargalhada escapar.

Perigo: Ah... então Deus te falou? Ótimo então, faz assim, avisa para Deus que eu sou bandido, todo errado! Mato mermo, faço o caralho a quatro, tem certeza que é isso que ele quer para tu?

Naiara: Você não entende... - Deixou algumas lágrimas caírem. - Diego... - Ela se aproximou e segurou o meu rosto ficando a poucos centímetros de distância de mim. - Eu te aceito como você é! Independente de ser todo errado ou não. Se você não entende isso agora, tudo bem, eu espero por ti.

Perigo: Vai para casa Naiara, tá na tua hora. - Ela pressionou os lábios, fechou os olhos e assentiu. - Eu vou te deixar em paz.

Ela virou e saiu dali andando.

Perigo: Santinha? - Ela virou. - Fica bem. - Ela deu um meio sorriso e saiu da minha casa.

Fiquei encarando aquela porta por minutos depois dela sair, suspirei fundo e acendi um balão. Na moral, Naiara entrou na minha mente de uma forma absurda. Ela diz com tanta convicção sobre "Deus" que dá quase para acreditar que é verdade.

Mas não caio nessa porra não pô! Tô ligadão nos bagulhos. Sempre me disseram para confiar e acreditar em Deus, que ele iria me ajudar nos piores momentos e que seria a escapatória para qualquer problema.

Minha fé foi ralo a baixo quando meu pai morreu inocentemente e deixou eu e minha coroa sozinhos. Aonde estava Deus? Aonde estava a solução para os meus problemas? Ram, porra nenhuma, ladainha mermo fi, nem adianta. Vi de perto pô! Que eu tava sozinho no mundão, uma criança de apenas oito anos. Tive que botar comida em casa com meus próprios braços e posso garantir que não foi com a ajuda do tal Deus não.

Perdi metade da minha infância aprendendo a usar uma arma. Fui só crescendo conforme fui adquirindo conhecimento da vida do crime. Fui me destacando no meio dos moleques até Wanderley ( o dono de todo o complexo da maré, acima de Nem ) me promover até chegar como sub da maré. Foi muito suor escorrido, muita luta e a única fé que eu tinha era em mim mesmo.

***             

Aproveitei o meu tempo livre para ir ver minha coroa, fazia tempo que eu não ia visitar a mesma. Montei na minha moto e arrastei para casa da mesma, assim que cheguei vi Pietro sentado na calçada brincando. Encostei a moto na calçada e caminhei até o mesmo.

Perigo: Fala moleque. - Ele deu um sorriso forçado. - Ou, qual foi da parada?

Pietro: Tava cum sôdade pô, você esqueceu de mim. - Disse e eu sorri de orelha a orelha. Peguei o mesmo no colo e baguncei seu cabelo.

Perigo: Perdoa o irmão! Prometo aparecer mais, tá bom meu moleque? - Ele assentiu. - Cadê a mãe?

Pietro: Tá lá dentro fazendo macarrão cum salsicha de novo. - Revirou os olhos eu gargalhei entrando com o mesmo no colo.

Vi minha coroa cozinha e dei um beijão em seu rosto. Tava morrendo de saudades da minha veinha.

Eliane: Vou nem falar nada para tu Diego! Tu some cara. - Pôs sua mão na cintura e fez cara de brava.

Perigo: Dessa vez é verdade mermo pô! Mas prometo melhorar mãe, tá difícil o serviço. - Eu disse e ela riu irônica.

Eliane: "Serviço"... - Ironizou.

Nem rendi muito assunto para ela, sei que toda vez que começo a falar disso, nós discute e a única coisa que eu não quero é isso, dr com a minha mãe.

Comi um pratão de macarrão com salsicha gargalhando do moleque! Minha mãe teve que bater nele para ele comer, quase enfiou a salsicha guela a baixo.

Pietro: A mãe col foi cara! Num gosto de salsicha não, nem adianta. - Disse chorando.

Eliane: E quem foi que te perguntou se você gosta ou não? Vai comer o que tem Pietro, tá muito abusado. - Ele fez bico.

***                  

Mais tarde fui para boca. Conferi algumas entregas que Nem pediu e de último arrastei para o bar do zé, tomar um gelo. Sentei do lado de Coringa e fiquei jogando papo fora.

Olhei para o outro lado da calçada e por um segundo meu peito subiu e desceu rapidamente. Naquele momento eu só queria saber quem era o comédia que alisava Naiara daquela forma. Tentei me levantar da cadeira mas Coringa me segurou.

Coringa: Se tu não quer fazer a mina feliz, não impede dela ser com outra pessoa mano, papo reto. - Engoli seco e voltei a sentar. Tranquei o maxilar e bati minha mão fortemente na mesa atraindo alguns olhares. - Tem certeza que quer deixa-lá ir?




Oiii amores! Adivinham quem voltou e está com celular novíssimo?🙆‍♀️

Voltei com tudo e quero saber o que vocês querem/pensam que pode acontecer nessa história?

Deixem a sugestão aqui nos comentários.

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