Capítulo cinquenta e nove

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Naiara. 🎀

Suspirei sentindo o vento gostoso bater contra o meu rosto. Abri um sorriso ao ver João Guilherme na piscina, igual um pintinho no lixo. É incrível pensar em como o tempo passou e o quanto ele está grande e inteligente. João tem quatro anos agora e já é um menino muito esperto, a criança mais linda do mundo. Por onde ando as pessoas me param querendo paparicar o meu filho, por conta da beleza e carisma dele.

Mandei um beijo para ele, que sorriu no mesmo instante saindo da piscina. Ele me abraçou e me deu um beijo gostoso na bochecha. Peguei a toalha e coloquei por cima dos seus ombros, enquanto via meu filho bater o queixos de tanto frio.

João: Tá muito frio, mamãe. — Ele disse embolado.

Naiara: Tá sim, meu amor, vamos entrar para você não pegar um resfriado. — Eu disse e meu filho concordou com a cabeça.

Aproveitei que só estávamos nós dois em casa e dormi o resto da tarde junto com ele. Eu tenho muito sono por conta da rotina e graças a Deus o João me acompanha. É difícil conciliar o dia à dia, já que faço faculdade de marketing pela manhã e trabalho home office durante a tarde. Meu maior medo sempre foi não conseguir dar atenção para o meu menino, mas isso não foi um problema. Ele vai para escola pela manhã e de tarde vai para o karatê, que por sinal, ele ama demais.

Me sinto extremamente realizada por conseguir estudar, trabalhar, dar atenção e tudo que meu filho precisa. Diego me apoiou muito quando decidi voltar a estudar, eu realmente não tenho nada para reclamar desse homem. Literalmente ele não me decepcionou em nenhum desses anos. Ele esteve comigo, firme e forte, nos momentos bons e difíceis. Teve a maior paciência do mundo quando tive depressão pós parto, sendo o pai que o João precisava.

Nós dois não temos muitos atritos. Aliás, somente um, mas hoje eu consegui convence-lo. Diego iria à igreja junto comigo. Depois de quatros anos chamando ele todos os domingos, hoje ele cedeu... e mesmo que seja apenas para me agradar, eu me sinto feliz por ele dar uma chance a esse lugar que eu tanto amo e me sinto bem.

Perigo: Não vou colocar gravata. — Ele disse me fazendo rir.

Naiara: Você nem iria comigo se colocasse. — Respondi arrancando um sorriso do moreno. — Coloca essa blusa preta mesmo, amor.

Perigo: Essa é braba.

Naiara: Virou uniforme já. — Eu disse implicando com ele.

Perigo: Tu ama, fala. — Diego disse me puxando pela cintura e selando nossos lábios. Dei um tapa em seu peito ao sentir ele apertando minha bunda. — Gostosona, mané.

Naiara: Para! Vamos logo, já estamos cinco minutos atrasados.

Perigo: Relaxa, igreja não vai sair do lugar não. — Revirei os olhos.

***
O louvor tocava e a única coisa que eu pedia a Deus em meus pensamentos era para que ele tocasse Diego de uma forma única. Que ele colocasse suas mãos no local mais íntimo dentro dele e que o curasse de qualquer ferida interna. Pedia para que Diego o reconhecesse como Senhor da nossa casa, da nossa família e da nossa vida. As lágrimas caiam sobre minhas bochechas ao sentir o espírito de Deus me confortar. Era algo como um abraço caloroso, que me dizia que iria ocorrer tudo bem.

E eu agradeci ao Senhor, por nunca me abandonar, em nenhum momento da minha vida, nem mesmo no mais difícil. Pedi perdão por todas as vezes que duvidei do agir de sua mão. Por todas as vezes que não neguei a mim mesma e resolvi agir por conta própria, sem a sua direção. Pelas vezes que dei desculpas para não estar na sua presença. Eu me derramei, ouvindo aquele louvor tremendo.

Opostos [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora