Capítulo dez

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Naiara🎀

Não deu nem para comer meu sanduíche em paz, Perigo fez questão de me fazer cancelar o meu pedido. Ele montou em sua moto e logo depois eu subi na mesma, segurei em sua cintura e bufei, estava morrendo de fome.

Assim que chegamos, ele foi direto para a sala e deitou no sofá todo esparramado, ligou a televisão e ignorou a minha presença alí. Cruzei os braços e o encarei.

Naiara: Perigo.. - Ele me encarou. - O que quer que eu faça?

Perigo: Um rango! Tô numa larica monstra. - Disse e voltou o seu olhar para a televisão que passava velozes e furiosos.

Naiara: Além de ser objeto sexual tenho que ser empregada também.. - Murmurei baixinho, contando com que ele não ouvisse.

Perigo: Vou te mandar o papo! - Ele levantou e chegou perto de mim, cheio das marras apontando o dedo para o meu rosto. - Não fui eu que pedi para tu ficar comigo! Ninguém te obrigou! A partir do momento que tu passou a ser minha puta, passou a ser a minha propriedade. - Ele disse em alto e bom som, engoli seco.

Perigo: E eu posso mandar em você, posso fazer o que eu quiser! Pq agora tu é minha. - Riu irônico. - Tá ouvindo? - Ele apertou o meu queixo e eu assenti já com as lágrimas caindo sobre minhas bochechas.

Não podia reclamar, não podia me defender e nem fazer nada pois eu sei! Sei que tudo que ele disse é verdade. Ele nunca foi atrás de mim, eu que precisei e recorri a ele, fui eu, somente eu. E se estou sofrendo hoje, a culpa é completamente minha e eu tenho a consciência disso.

Limpei minhas lágrimas e caminhei até a cozinha. Abri o armário e peguei um pacote de macarrão, pus a água para esquentar junto do azeite e do sal. Enquanto o macarrão estava cozinhando, fritei linguiça calabresa e fiz um molho. Quando tudo já estava pronto, misturei, pus no prato e joguei queijo ralado por cima.

Peguei a coca-cola na geladeira e pus no copo. Chamei Perigo e o mesmo sentou na cadeira e comeu em silêncio enquanto eu o observava.

Perigo: Come aí pô! Vai ficar me encarando, col foi. - Eu ri de sua gírias e ele deu um sorriso de lado.

Pus o macarrão em meu prato e comi tudo silenciosamente, sentia minhas bochechas queimarem toda vez que ele me olhava de relance. Odeio que as pessoas me vejam comendo, quanto mais ele, sinto vergonha, não sei pq! Mas desde pequenininha eu sou assim.

Assim que acabei de comer e ele também, lavei todos os pratos, copos e talheres. Sequei um por um e pus tudo arrumadinho, tenho toque com organização, minha mãe diz que é coisa de doido mas eu digo que é apenas um aperfeiçoamento.

Senti duas mãos sendo postas em minha cintura e tremi. Ele desceu a sua mão direita, desabutuou a minha calça e desceu com a mesma até minha intimidade.

Naiara: Perigo.. - Fechei os olhos me condenando por estar amando aquilo.

Perigo: Shh, calada! Vai dizer que não gosta? mente para mentiroso não. - Sua voz grossa ecoou.

Ele fazia movimentos circulares em meu clitóris, massageava e eu revirava os olhos sentindo o prazer tomar conta do meu corpo. Assim que ele viu que eu estava prestes a gozar, foi acelerando os movimentos até todo o meu líquido chegar deixando minha calcinha completamente molhada.

Ele deu um beijo molhado no meu pescoço e deu uma risadinha maliciosa. Segurou em meus ombros me virando de frente, segurou na minha bunda e me levantou, me pondo em cima da pia. Suas mãos percorreram até minha perna apertando minha coxa e dando um tapinha de leve na mesma.

Segurei em seu rosto e olhei para sua boca, ele fez o mesmo e tomou iniciativa de começar um beijo quente. Seus lábios dançavam nos meus, eu sentia mil e uma sensações, não conseguia explicar ao menos o que eu sentia ao beija-lo. Ele terminou o beijo com uma mordida em meu lábio inferior.

Sorri abertamente e ele apenas deu um sorrisinho amarelo. Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e olhou no fundo dos meus olhos. Posso até dizer que naquele momento tudo a minha volta parou, sei lá, uma sintonia absurda. Pela primeira vez eu não sentia vergonha de olha-lo e nem de ter seu olhar fixo sobre mim.

Talvez ele não fosse tão ruim como as pessoas diziam. Talvez por trás desse ogro, exista uma pessoa, uma pessoa boa e eu acredito plenamente nisso.

Fomos interrompido por seu rádio apitando. Arregalei os olhos assim que ouvi Marquin avisar que os milicianos estavam invadindo. Logo após o mesmo avisar pude ouvir os barulhos dos fogos.

Perigo: Atividade, atividade aí fi! Já to brotando. - Ele desligou o radinho e me olhou. - Não saí daqui. - Eu assenti desesperada.

Ele já ia saindo mas eu segurei em seu braço.

Naiara: Toma cuidado. - Ele assentiu e saiu do meu campo de visão.

Perigo 💸🔫

Saí da minha goma com pressa. Porra, agora o bagulho ia ser de verdade, a bala iria comer firme, Nem já estava sem paciência para esses comédias. É sempre a mesma coisa! Eles tentam invadir, não conseguem pq são poucos e no final sobra para o morador.

Nos últimos meses inúmeros inocentes morreram por culpa desses pau no cú. Namoral mermo cara, pode até ser engraçado eu, bandido, estar dizendo isso! Mas sempre foi mó paz, morador não tinha medo, morador não morria aqui, muito pelo contrário, morador não queria sair daqui! Havia muita dificuldades mas viviam de boa.

Não tinha guerra, nem troca de tiros, já foi tempo que a Maré pegava fogo. Depois que mudou de dono foi só lazer fi! Compra droga quem quer, quem não quiser que não incomode. Bailão foi feito para todos nós curtir. Mas como nada é perfeito, surgiu esses comédias lá da puta que pariu para querer botar ordem aqui.

Pus a blusa no rosto, atravessei minha fuzil nas costas e pus munição na cintura. Saí de casa o mais discretamente possível, cortava caminho pelos becos conhecidos apenas por nós. Olhei de longe e vi um comédia, todo de preto, estava sentado, provavelmente escondido, ele falava com alguém no telefone.

Dei um sorriso vitorioso e tirei minha fuzil das costas destravando a mesma. Mirei na cabeça do comédia que estava completamente avoado, antes que eu atirasse, senti uma queimação no braço. Olhei para trás e vi que tinham me acertado.

Perigo: Filho da puta. - esbravejei.




Continua? Estou sentindo muita falta dos comentários de vocês!

um beijo. 😘

Opostos [Morro]Onde histórias criam vida. Descubra agora