Capítulo trinta e nove

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Perigo. 🔫

Caminhei de um lado para o outro. Estava assim a umas duas horas, pensando e repensando. Criando coragem para ir ver a Naiara! Não sei como ela irá reagir ao me ver e muito menos de como ela vai me tratar. Tenho consciência do erro que cometi! Não confiei nela, desacreditei de tudo que a gente viveu junto, fui um cuzão.

Mas caralho, qualquer um no meu lugar ia ficar desnorteado! Ver a mina na garupa do Marcos me deixou doido. Na hora da raiva me esqueci do quanto a Naiara é esquecida, do quanto ela é inocente e não vê maldade em nada. Olhando para trás tenho vergonha do que pensei dela, deixei ela nas mãos do diabo ao invés de protege-la dele.

Olhei para frente e encarei Nem adentrando a boca. Caminhei até ele rapidamente.

Perigo: Qual foi Nem? Vai negar voz mermo?

Nem: Já me resolvi com tua mulher. O assunto que rolou entre nós não diz respeito a você. - Ele olhou no meu olho. - Tá me perguntando por quê? Vai lá e encara no olho dela caralho. Tu não é homem?

Perigo: Eu só quero saber por quê tu não acabou com ela.

Nem: Porque não era certo caralho! Porque ela foi apenas uma vítima nisso tudo. E eu me arrependo pô... Perlla estava certa, Naiara nunca seria capaz de fazer nada ruim. - Ele apertou meu ombro. - Vai viver tua vida Perigo, aproveita em quanto é tempo. Vai atrás dela porra... Tu sabe que vida de bandido é isso, viva o agora e para de me perguntar, caralho. - Dei um sorriso de lado e abracei o mesmo. Ele lutou um pouco contra mas no final retribuiu.

Perigo: Tamo junto irmão.

Nem: Sempre viadinho né! - Dei o dedo.

Falei com os moleques que estavam na contenção e arrastei minha moto para a casa da Naiara. Fiquei uns dez minutos na esquina da rua, criando coragem para encara-la novamente. Nesse meio tempo avistei Perlla saindo da casa dela, aproveitei o momento e fui até lá.

A porta estava aberta. Entrei dentro da casa e estava um silêncio absoluto. Caminhei até o quarto e ouvi barulho de chuveiro. Ouvi ela cantar uma música aleatória e dei um sorriso.

Vi um embrulho na cama e abri o mesmo. Arquiei a sobrancelha ao ver aquele mini macacão escrito bebê da dinda.

Naiara: Perlla? Eu acho que eu senti um negócio estranho na barriga... - Ela riu. - Não é muito cedo para isso? - Pausou. - Perlla?

O chuveiro foi desligado e logo em seguida a porta foi aberta. Naiara arregalou os olhos ao me ver. Eu só pude analisar seu corpo, as marcas das agressões eram bem evidentes ainda. Mas meus olhos não conseguiam parar de encarar a sua barriga desnuda que estava visivelmente altinha.

Seus seios estavam mais fartos e ela estava ainda mais linda.

Naiara: O que você está fazendo aqui?

Perigo: Vim trocar uma idéia contigo pô.

Naiara: Depois de tudo que você me fez passar? Chega a ser cômico.

Perigo: Só preciso que tu me deixe falar.

Naiara: Então fala Diego, eu tô aqui te ouvindo. Me dê mais uma das suas desculpas esfarrapadas.

Perigo: Eu me arrependo para caralho tá ligado... De desacreditar de você, de não te proteger quando você mais precisava. Eu tô ligado do quanto eu fui um cuzão. - Ela cruzou os braços.

Naiara: Tem noção do quanto doeu? Criar esperanças pensando que você estava montando um plano para ir me buscar... Eu só pensava em você! Para mim tu era a única pessoa que podia me tirar daquele caos, a única pessoa que eu podia contar. - Ela mordeu os lábios. - E você estava aí, querendo que eu morresse, desejando tudo de ruim para mim por causa da merda de uma foto.

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