Capítulo quarenta e quatro

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Promessa é dívida!

Capítulo dedicado a: _jaquerocha

Obrigada pela sua idéia e pelo carinho com o livro, é uma honra! <3

Naiara🎀

Assim que chegamos no hospital tivemos total assistência da equipe graças a Diego que nos mandou para um hospital particular. Papai foi atendido imediatamente. Nós ainda aguardávamos na sala de espera.

Mamãe estava duas cadeiras longe de mim. Eu a encarei mas ela continuou com o seu olhar longe.

Renata: Eu não sei o que fazer... - Ela disse e começou a chorar no mesmo instante. - Como eu vou te impedir de ficar com alguém que você ama? Eu não sou ninguém para te pedir isso.

Naiara: Eu sei que é difícil. - Murmurei.

Renata: Não Naiara, você não sabe como dói. Você irá ser mãe mas você ainda não sentiu o instinto de proteção que nós temos, você ainda não sentiu o amor que nós sentimos. Sabe, nenhuma mãe quer que seu filho saia de suas asas... E muito menos que ele se machuque. - Ela me olhou. - E sabe o pior de tudo? É ter certeza que você vai se machucar e não poder fazer nada.

Naiara: Mãe, mas como você sabe que vou me machucar? Eu apenas quero ficar com Diego e criar meu filho ao lado dele. Nada mais que isso.

Renata: É como seu pai disse, minha filha... Se Diego fosse um cara normal todos esses seus desejos seriam fáceis. - Ela balançou a cabeça. - Mas ele não é e você sabe disso!

Naiara: Ele não é um cara normal só porquê é um bandido?

Renata: Você não entende, está apaixonada, nunca irá enxergar isso.

Naiara: E o que você entende sobre isso mãe? Fala! O que você entende? - Cruzei os braços.

Renata: Eu vivi isso. - Olhei para ela confusa. - Você sempre quis saber como conheci seu pai! Então agora vai descobrir.

Mamãe sentou ao meu lado.

Renata: Quando eu morava na Serrinha com sua avó minha vida não era fácil. Eu sempre trabalhei desde muito nova, era eu quem colocava comida dentro de casa pois você sabe que sua avó era uma viciada e gastava tudo que ganhava com drogas. - Assenti. - Mas um dia eu conheci o Carlos, ele era fogueteiro na época. Nós nos apaixonamos e ele me pediu em namoro. Tudo era mil maravilhas até ele começar a me bater, ele abusava de mim e me deixava trancada sozinha na casa dele a maior parte do tempo. Lembro como se fosse ontem de como minha vida virou um verdadeiro inferno, eu só queria me livrar dele e voltar a ser livre novamente...

Naiara: Mãe... - Ela me interrompeu.

Renata: No meio disso tudo eu conheci seu pai. Ele sempre andou no meio dos traficante mas nunca foi um deles. Quando eu olhava para ele sentia algo estranho... Querendo ou não, ele era diferente de todos daquele grupo. - Eu sorri. - Ele era calmo e falava as coisas com muita convicção, sem dúvidas essas características foi o ápice para eu me interessar por ele. Nós nos aproximamos muito e acabamos virando grandes amigos, ele me dava muito conselho, inclusive sobre Carlos.
- Pausou. - Só que durante um tempo eu enjoei demais, eu tinha muita tonteira e dor de cabeça. Eu nunca desconfiei da hipótese de ser gravidez, eu era muito ingênua para essas coisas. Até que seu pai me convenceu a comprar o teste de gravidez e deu positivo. - Arregalei os olhos.

Naiara: O Ruan é filho do Carlos? - Ela negou.

Renata: Carlos descobriu minha gravidez e por incrível que pareça, ficou feliz, mas eu não o amava mais, não sentia absolutamente nada por ele a não ser ódio. Eu estava muito apaixonada pelo seu pai! Foi uma verdadeira tortura ter que conviver toda a minha gravidez fingindo sentir algo que eu não sentia por Carlos. Eu fui muito infeliz. - Ela mordeu os lábios. - Enfim, eu tive aquela criança, foram muitas complicações mas ela nasceu com muita saúde. Carlos era um pai babão, completamente apaixonado pelo filho... Mas depois de três meses, ele foi para um confronto e faleceu. Eu não tinha mais contato com seu pai e não tinha ninguém para me ajudar a cuidar do bebê a não ser a mãe de Carlos! Eu precisava trabalhar, afinal, naquela altura do campeonato eu tinha que sustentar eu, sua avó e o bebê. Eu procurei a mãe dele e deixei meu filho com ela... Mas se eu soubesse que ela sumiria com ele, eu jamais teria pedido ajuda... - Mamãe soluçou. - Eu sinto a dor aqui no meu peito até hoje, sinto falta de um pedaço de mim. - Meus olhos se encheram de lágrimas e eu a abracei.

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