Opostos [Morro]

Capítulo cinquenta e oito

Naiara. 🎀

Sorri ao olhar para o amor da minha vida bem ali nos meus braços. João formava um biquinho em seus lábios enquanto dormia profundamente. Eu poderia ficar horas e horas olhando para o meu filho que eu não cansaria. É a coisa mais linda que eu já vi em toda minha vida, o amor mais puro.

Hoje finalmente é o dia que iremos sair da maternidade, depois de três dias muito cansativos. João é muito quietinho, chora apenas quando está com fome ou quando preciso trocar a sua frauda. Mas convenhamos que é estressante dormir longe de casa, do seu conforto, então estou muito animada para poder voltar.

Renata: Meu amor, você tem certeza que não vai querer que eu fique uma semana com vocês?

Naiara: Tenho mãe! Diego vai me ajudar com tudo. - Ela assentiu pegando João do meu colo. — Eu só preciso que você venha com a gente agora pois eu preciso falar com você!

Renata: Tudo bem, algo importante? — Ela perguntou preocupada.

Naiara: Sim.

Minha mãe beijou a cabeça de João e pude perceber o seu nervosismo, já que ela não parava de mexer a perna por um minuto.

Perigo: Prontas para ir para casa? — Diego perguntou.

Naiara: Mais que prontas!

(...)

Perigo: Dormiu. — Disse sorrindo bobo, encarando João que adormeceu profundamente em seu colo.

Naiara: Sabia que ele ia amar o seu colo. — Sussurrei e dei um selinho nele.

Perigo: Assim que você terminar de conversar com a sua mãe, vem dormir, tu deve estar cansadona. — Diego murmurou e eu concordei.

Caminhei até a sala e mamãe estava sentada no sofá, um tanto pensativa, ela esfregava suas mãos umas nas outras. Sentei do seu lado e acariciei seu ombro.

Naiara: Não vai ser simples o que vou falar, mas você precisa saber disso. - Fechei os olhos. - Na verdade você é a pessoa que mais precisa saber.

Renata: É o meu filho Naiara? Você o encontrou? — Minha mãe disse e soltou o choro que estava preso em sua garganta. — Eu sonhei com ele essa noite, eu senti a presença dele! Eu lembro que eu abraçava ele e não conseguia ver o seu rosto de jeito nenhum. Mas sei que Deus me avisou que algo estava por vir.

Naquela momentos meus olhos estavam arregalados e meu coração batia muito forte. Como pode isso ter acontecido?

Naiara: Sim. Nós sabemos quem é o meu irmão. — Assenti. — É o Nem mãe, é ele, sempre foi ele! Estava bem na nossa frente mas nunca percebemos.

Mamãe me olhava com a respiração desregulada, seu peito subia descia rapidamente e ela apertava as minhas mãos com toda força do mundo. As lágrimas em seu rosto, viraram rios. A abracei imediatamente.

Renata: Meu Deus! Meu filho... — Soluçou. — Como eu nunca percebi meu Deus? O meu menino!!!!!!!

Minha mãe me apertava como se eu fosse sumir a qualquer momento. Seu choro era alto e contínuo. Eu nunca tinha visto ela daquela maneira.

Renata: Todos os dias da minha vida eu pensei nele, não teve um que não pensei! — Ela balbuciou.

Naiara: Eu sei, mãe, eu tenho certeza disso. — Murmurei acariciando seus cabelos negros.