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Narradora:

Minah dava vários puxões - como forma de punição - nas próprias orelhas.

-- Burra, burra, burra! -- Ela realmente se esqueceu?

-- Tinha que ser você, não é mesmo? Sempre avoada -- dizia o filho de Absolem.

-- Mas eu juro! E-eu tenho absoluta certeza que fechei o portal. Não é sr.Absolem? -- A garota das orelhas de coelho tentava se explicar mas, sua voz falha causava uma certa desconfiança para o jovem.

-- Ela fechou, pai? -- Perguntou o garoto para a borboleta.

A pequena criatura de asas azuis se aproximou do ouvido do jovem, que com um pequeno sinal, confirmou a resposta.

-- Sendo assim, como podemos explicar esse corpo estirado aqui? -- apontou para Isabel, que estava desacordada e totalmente imobilizada em teias cor de salmão, que foram feitas entre duas grandes árvores.

Minah olhou bem para o local.
Isso não poderia incriminá-la.
Quando se desce pelo túnel, não é a floresta o primeiro lugar a se encontrar.
Passou a mão nas mechas da garota, tirando-as de seus olhos.
Isabel estava dormindo pesadamente.

O rapaz curioso, se aproxima também. Olhando detalhadamente para a expressão atordoada de Isabel.
Colocou as mãos no tronco e percebeu que a teia estava muito firme, como se tivesse sido feita há alguns minutos.

Antes de Minah levantar a hipótese que a tal menina tivesse vindo até o portal com as próprias pernas, uma grande aranha se aproxima dos três.

-- Posso saber o que estão fazendo aqui? Isso é invasão de privacidade. -- O inseto de quatro olhos e quase dois metros, dizia intimidador.

O jovem se assusta, e tira as mãos do tronco, já Minah apenas esbugalha os olhos sem saber o que dizer.

Absolem queria explicar toda a situação mas, na sua condição física de borboleta, seria impossível.

Uma mísera maldição o impedia.

Angustiado por isso, apenas rodopiou ao vento.

-- Olá! Err.. viemos buscar algo, ou melhor dizendo, alguém qu-- a aranha logo os interrompeu.

-- Eu estou ocupada, e não posso te ajudar, sinto muito. -- disse virando as costas e fingindo-se de desentendida. Havia dias que não comia nada, por culpa da crise dos reinos; e agora que conseguiu algo, não cederia aos jovens facilmente.

Minah se aproximou dos troncos onde a teia estava formada e começou a puxar, na tentativa de desfazê-la.
Já se sentia culpada por trazer a humana para o submundo; se ela virasse petisco, o peso na consciência só aumentaria.

Mas a textura era grossa. Impossível de se rasgar.

-- O que você está fazendo?-- gritou a aranha faminta.

Algo cintilante, na cintura de Isabel, chamou a atenção de Minah.
Ela logo abriu uma brecha com os dedos e puxou tal objeto, agradecendo mentalmente por ser um punhal.
Com a ajuda da arma, começou a destroçar a teia com muita facilidade.

O baque do corpo de Isabel contra o chão, fez Namjoon cerrar os olhos para Minah que, envergonhada, puxou a jovem para o lado do tronco, apoiando seu peso nele.

Isso deixou a dona aranha furiosa. Que se atirou para cima da menina-coelho.
Todavia seus instintos logo foram acionados e a menina correu com fugacidade.

-- Namjoon, me ajuda. Não quero ser a próxima refeição! -- Minah berrava.

O rapaz pulou sobre o grande inseto. E com ajuda do peso de seu corpo, começou a pressionar a aranha para o chão. Mas não por muito tempo.

Welcome to Wonderland •Jeon Jungkook (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora