- Eu não acredito! Ele fez o quê? - Leonardo gritou com um sorriso no rosto.
- Me beijou. - Maite repetiu sem tirar as mãos do volante.
Ela tentou não sorrir. Seu rosto se contraiu, mas o sorriso foi mais forte. Ela estava feliz, gostou de conhecer Gustavo.
- E agora? Vocês vão se ver de novo? - ele perguntou, entusiasmado.
- Eu não sei, ele pegou meu número, talvez me ligue.
Apesar de que Maite quisesse muito gritar e pular, pois havia ficado com um cara legal, experiências anteriores haviam tomado um rumo não muito bom, e ela temia que a história se repetisse.
Enquanto o amigo especulava por cada detalhe, ela dirigia pelas ruas da cidade em direção ao seu apartamento.
Ao abrir a porta de seu apartamento, Maite foi recebida por Sirius, seu gato.
- Oi, coisinha linda da mamãe! - ela disse, fazendo uma voz caricata e infantil ao pegá-lo no colo.
Era comum Leonardo passar os finais de semana no apartamento da amiga. Após Maite tomar banho apressadamente, os três dormiram juntos em sua cama.
Maite, Leonardo e Sirius.
***
Durante a tarde de domingo, Leo e Maite foram à uma praça. Lá haviam pistas de skate, de corrida, um grande espaço arborizado com muitos bancos e algumas barraquinhas de comerciantes.
O lugar era frequentado por muitas pessoas, mas para Leo e Maite não era um costume ir até lá.
Os dois desceram do carro de Maite e caminharam até um banco, sob a sombra de um ipê florido. Sentaram-se e conversaram por toda a tarde.
Embora se vissem com frequência, nunca faltava assunto para os dois.
Maite contou ao amigo sobre como se sentia em relação ao beijo de Gustavo. Ela odiava criar expectativas, mas não conseguia evita-las.
Apenas uma conversa e um beijo foram suficientes para fazê-la pensar em Gustavo durante todo o domingo.
Entre um assunto e outro, Maite avistou um Golden Retriever farejando algumas árvores. Ele arrastava uma coleira, como se tivesse fugido.
Ela se aproximou do cão devagar, conversando com o mesmo. Leo permaneceu sentado, seguindo a amiga com os olhos.
- Ei, amiguinho. - ela falou analisando o animal. - Está perdido?
Ao notar sua proximidade o animal abanou o rabo e correu em sua direção.
Ela se abaixou, segurou a coleira do cão enquanto o mesmo encheu seu rosto de lambidas.
Examinou o animal brevemente. Ele não tinha ferimentos, pulgas ou carrapatos. Estava limpo e saudável.
Ainda segurando o animal pela coleira, levantou-se novamente e olhou em volta, procurando pelo possível dono.
Entre tantas pessoas, seus olhos encontraram um rosto familiar.
Arthur Weiller, correndo em sua direção.
Ao se aproximar, Maite notou os músculos de seu chefe, geralmente escondidos sob o jaleco.
Ele vestia uma camiseta branca, quase transparente pelo suor. Uma bermuda folgada, de tecido leve, marcando suas coxas grossas e tênis de corrida.
- Ele fugiu! - Arthur disse, parando em sua frente. - Sempre viemos correr aqui, mas hoje ele quis correr sozinho. - ele deu um riso leve.
- Achei melhor segurar ele. Se fosse para a rua poderia ser atropelado. - ela disse, dando a Arthur a ponta da guia do cão.
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O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]
RomanceRecém formada, depois de anos focando apenas em seus estudos, Maite conseguiu a tão sonhada vaga no programa de residência da Clínica de Medicina Veterinária Weiller. Almejando seu progresso profissional e sem tempo para romances, a jovem se desesta...