• capítulo trinta e quatro •

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Os raios de sol invadiam o quarto, atravessando a janela. Apesar do clima frio lá fora, havia sol. A claridade despertou Maite, que abriu os olhos com dificuldade.

Ao olhar em volta, viu Sirius ao seu lado, sobre a cama, e imediatamente reconheceu seu quarto. Aos poucos as lembranças da noite anterior surgiam em sua mente. Levantou-se, percebeu que estava usando sua camisola branca. Seus cabelos soltos e bagunçados cobriam seus ombros. No seu braço havia um curativo com gaze. Pegou um casaco quentinho de dentro do seu guarda roupas e vestiu, indo em direção a porta do quarto.

Ao sair de seu quarto encontrou Arthur. O homem estava na cozinha, tomando café. Usava um suéter cinza e calça sarja preta que combinava com suas botas de couro da mesma cor. Estava sentado, com os cotovelos apoiados na bancada da cozinha. Em uma mão segurava uma xícara, e na outra seu celular, onde olhava com atenção.

- Oi. - disse a garota, caminhando devagar.

- Oi. - respondeu, virando-se para ela. - Como se sente?

- Ainda não acordei o suficiente pra responder essa pergunta. - respondeu, com um sorriso amarelo.

Arthur levantou-se e serviu uma xícara de café para a garota, enquanto ela se acomodava em uma banqueta, do outro lado da bancada.

- Quero conversar contigo, Maite. - ele disse, brando, alcançando-lhe a xícara de café.

A garota permaneceu em silêncio, sentindo o aroma da xícara em suas mãos.

- Eu não sei o que fazer. - Arthur admitiu, suspirando. - Talvez eu devesse me afastar de você, pra não te ver passar por isso novamente. A Betina está fora de si, e enquanto ela estiver livre, será uma ameaça para mim. E enquanto você for próxima a mim, será um alvo para ela também.

Maite permaneceu em silêncio, ainda segurando a xícara, estática sobre aquela banqueta de aço. Sua cabeça estava uma confusão. A ideia de se afastar de Arthur lhe entristecia.

- Mas eu não quero isso. - ele continuou, quebrando o silêncio. - Na verdade, eu quero cada vez mais estar contigo. - revelou, olhando a garota nos olhos.

- Eu... Eu não quero que você saia da minha vida. - ela disse, pensativa. - Eu e você... Nós somos amigos. Nós trabalhamos juntos. Eu... Eu não sei. - balbuciou, triste.

- Eu me sinto culpado pelo que aconteceu. - Arthur falou, encarando a xícara em suas mãos. - E não digo isso por que quero que você tente me convencer do contrário. Se não fosse minha ex namorada você não estaria ferida, e eu não paro de pensar nisso.

- Arthur, foi só um corte no braço. Eu estou bem. - Maite disse, tentando amenizar

- Ela não mirou no seu braço. Ela poderia ter acertado seu rosto. Ela tentou! - ele diz, revoltado.

Maite ficou em silêncio por alguns segundos, pensando na situação.

- A polícia disse algo? Eles estão procurando por ela? - perguntou.

- Ela está sendo procurada, e agora o Eduardo também. - Arthur disse, deixando sua decepção em evidência.

- Então você já sabe? - Maite perguntou, com pesar na voz

- É, eu sei. Gustavo foi até a Clínica para falar comigo sobre isso.

Maite lembrou-se do momento em que viu Gustavo entrando na sala de Arthur, mas não disse nada. O silêncio voltou a pairar no apartamento.

Arthur encarava a xícara de café em suas mãos, como se buscasse dentro dela a solução para seus problemas. E por mais que a garota diante dele quisesse confortá-lo, ela também estava se sentindo perdida. Lamentava as escolhas de Eduardo, temia por sua própria segurança e, a cima de tudo, não queria nem pensar na possibilidade de se afastar de Arthur.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora