• vinte e dois •

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Ao chegarem na fazenda, a beleza do lugar preencheu os olhos de todos. Muitas árvores, pinheiros e eucaliptos até onde os olhos podiam enxergar.

O canto das aves tocava ao fundo como uma música ambiente. Uma rústica calçada de pedras sobre o gramado verde, de aproximadamente cem metros, traçava o caminho dos grandes portões de ferro da entrada, até a frente do casarão.

A mansão era cercada por palmeiras, altas o bastante para passarem do segundo andar. Uma carroça velha decorava ainda mais o local, cheia de flores.

Assim que os carros estacionaram diante do casarão, funcionários da propriedade se aproximaram. Enquanto José, o capataz, cumprimentava Arthur e Guilherme, outros três homens descarregavam as malas dos veículos.

José era um senhor de aproximadamente cinquenta anos. Tinha as mãos calejadas do trabalho pesado e era gordinho. Tinha no rosto uma barba por fazer e cabelos grisalhos escondidos sob o chapéu surrado que sempre usava.

Rodrigo se aproximou de Maite, que estava parada ao lado do carro em que veio.

- Então, como foi viajar ao lado do loiro galã?

Maite riu sem humor, revirando os olhos. - Não foi muito agradável, na verdade.

- Não deve ter sido tão ruim quanto ficar preso em um carro com aquelas duas garotas insuportáveis. - ele disse, sério.

- E o Guilherme. - Maite acrescentou.

- Na verdade ele foi muito legal, pra minha surpresa.

Maite olhou para o amigo, incrédula.

- Pensei que ser legal fosse contra a natureza dele.

Os dois riram juntos.

- Arthurzinho! - a voz melosa de Lilian chamou.

Rodrigo e a amiga prestaram atenção. A garota abraçou Arthur pelas costas, deixando-o claramente desconfortável.

- Você não vai me levar pra conhecer a fazenda? - ela perguntou  com um largo sorriso, enquanto ele tentava se livrar dos braços da garota sem envergonha-la.

- Logo levarei todos para conhecer. - disse, se afastando sutilmente.

Ana, a governanta se aproximou e, após os cumprimentos e apresentações, levou cada um ao seu quarto, onde suas malas já haviam sido deixadas.

Após trocar de roupas, vestindo algo mais confortável, Maite saiu do quarto, com os olhos presos na tela do celular. Não havia sinal no telefone, o que a deixava sem notícias de Leo e seu gato.

- Mai! - chamou Rodrigo.

Ela virou-se, olhando para o corredor atrás de si. Rodrigo saiu de seu quarto, fechando a porta em seguida.

- Vamos juntos. Esse lugar é tão grande que é possível que eu me perca. - ele disse, se aproximando.

Desceram as escadas juntos, passaram pelo saguão principal e pela sala de estar, mas não encontraram ninguém. Maite ouviu um ruído vindo da cozinha, e o seguiu com seus ouvidos atentos. Rodrigo seguiu a amiga, curioso.

Maite avistou Ana na cozinha, conversando com outra mulher, que preparava o almoço.

- Com licença. - disse, batendo na porta entreaberta.

- Sim, querida. - a mulher de cabelos grisalhos se aproximou, sorrindo.

- Desculpe interromper. A senhora por acaso viu Arthur ou Guilherme?

- Ah, vi sim. Eles estão no estábulo. Sabe onde fica?

- Ainda não, mas nós achamos. - ela disse, sorrindo. - Obrigada.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora