• dezesseis •

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Maite despertou com o toque de seu celular. Era Leonardo, ligando pela sexta vez. Ela recusou a ligação, ajeitando-se na cama.

Sentou-se, olhando em volta. Suas roupas estavam jogadas no chão, assim como as de Gustavo.

O quarto era enorme. As paredes eram cinzas com alguns quadros abstratos. A mobília era branca, assim como o imenso tapete sob a cama. A parede ao lado esquerdo do quarto era de vidro, com uma vista panorâmica para cidade abaixo.

Levantou-se, enrolando seu corpo nu no lençol branco que a cobria. Seguiu os sons que vinham da cozinha. Encontrou Gustavo, vestindo apenas uma cueca box preta enquanto preparava omeletes.

- Bom dia! - ele disse, sorridente. - Dormiu bem?

Seus fios cacheados estavam desgrenhados, e seus olhos ainda estavam inchados de sono, mas ainda assim ele era terrivelmente charmoso.

- Eu nem lembro, na verdade. - ela respondeu, bocejando.

Gustavo riu. - Quando chegamos aqui nós bebemos algumas taças de vinho. Na verdade, duas garrafas. - completou. - Está com fome?

- Não. E acho melhor eu ir pra casa.

- Não vá. - Ele pediu, virando-se de frente para ela.

Maite percorreu seus olhos pelo corpo exposto de Gustavo. Ele exalava auto confiança. Seu corpo era modelado, mas não como se ele vivesse dentro de uma academia. Seus ombros largos e braços fortes reluziam contra a luz do sol que atravessava a janela. Apoiou seu quadril na bancada ao lado do fogão, cruzando os braços diante de seu peito.

- O que você sugere? Que eu passe o dia aqui e depois vá pra casa, esperar por uma migalha da tua atenção? - Maite perguntou, desafiando-o a responder.

- Eu sugiro que você passe o dia comigo, na minha cama, pra gente ver alguns DVDs de shows, transar e esquecer dessa briga boba. - ele disse, sorrindo. - Eu não trago ninguém aqui. Te trouxe porque você é especial pra mim.

Maite permaneceu em silêncio. Apenas o observando, tentando esconder o quanto ele a afetava.

Gustavo desligou o fogão, serviu o omelete em um prato e se aproximou de Maite.

Ele a beijou, acariciando seu rosto e seus cabelos negros.

- Sei que errei. Deixa eu me redimir, eu gosto tanto de estar contigo. - ele sussurrou, olhando em seus olhos.

***

As manhãs de sábado costumavam ser rotineiras para Arthur. Após o café da manhã ele e Loki saíam para uma corrida no Parque da Redenção. Mas desde o término com Betina, muita coisa mudou na vida de Arthur.

Depois de ver Maite com Gustavo na noite anterior, ele dirigiu até o seu apartamento e bebeu uma garrafa de whiskey até cair no sono.

O que lhe causou profunda irritação não foi ver Maite com outro homem. Foi ver Maite com Gustavo, o mesmo cara com quem Betina o traiu.

Era pessoal. Gustavo parecia querer uma competição com Arthur. E ele estava ganhando.

Após uma ducha rápida para se livrar da ressaca, Arthur dirigiu até a casa de Eduardo. Loki estava morando lá, temporariamente, e Arthur já sentia saudade do cão.

Enquanto a carne assava na churrasqueira, Eduardo e Arthur falavam sobre a noite anterior, sentados na pequena escada que dava acesso da varanda ao gramado, nos fundos da casa de Edu.

- Eu não fazia idéia, Arthur. Eu nunca imaginei que Gustavo e Betina tivessem qualquer tipo de vínculo. Eles mal se cumprimentavam na minha frente. Foi uma surpresa pra mim. - Edu disse, jogando a bolinha de tênis para longe.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora