- Você disse que não teria muita gente. - Maite retrucou, estacionando o carro.
Leonardo analisou os carros estacionados em frente à casa de Eduardo.
- Pelo amor de Deus, mulher. Tem cinco carros! - ele falou alto, sorrindo.
Maite permaneceu imóvel, com as duas mãos no volante de seu Chevrolet Onix.
- Eu estou cansada, acho melhor ir para casa...
- Ah, desce logo desse carro! - ele a interrompeu, tirando seu cinto de segurança.
- Mas Leo...
- Desce, Maite! - ele insistiu, abrindo a porta.
Leo sabia ser insistente e Maite não estava disposta a desafia-lo. Os dois saíram do carro.
- Tem menos gente hoje. - ela comentou, aproximando-se do amigo.
- Porque não é uma festa. Ele disse que hoje seria só uma reunião.
Maite não era uma pessoa antissocial. Ela adorava conversar, rir, se divertir...
Com pessoas que ela já conhecesse.
Mas conhecer as pessoas, essa era a parte difícil. Não que ela não gostasse, ela só não era boa com isso.
- Que bom que vieram! - Eduardo disse, ao abrir a porta.
Eles se cumprimentaram com beijos no rosto e entraram na casa.
Havia pouca iluminação no interior da casa, vindo da tela da televisão. Duas pessoas estavam jogando vídeo game e outras três assistindo, nos sofás da sala. Havia música, não muito alta, e risadas que vinham de todos os cantos.
Eduardo caminhou até a cozinha, seguido por Maite e Leonardo.
- Tem bebida na geladeira. - ele indicou apontando o dedo. - Tem uns baseados com o pessoal lá na sala, e tá vindo umas pizzas.
- Ai, eu tô morrendo de sede! - Leonardo disse, esticando as palavras.
Ele abriu a geladeira e pegou uma lata de cerveja.
- Eu tô lá no quarto conversando com um pessoal. - Eduardo disse. - Vamos lá?
Maite assentiu, e os três foram para o quarto.
No cômodo tinham três pessoas conversando, um rapaz e uma moça na cama, outro rapaz em uma poltrona. Eles continuaram o assunto enquanto os recém chegados se acomodavam.
Mais de uma hora se passou e Maite já estava dando seus primeiros bocejos. Na maior parte do tempo ela ficou apenas ouvindo o que os outros falavam, e por vezes até rindo junto com eles.
Ela respondia o que lhe perguntavam, fazia alguns breves comentários engraçados sobre o que quer que estivessem falando, mas naquela noite Maite estava realmente cansada.
Não que ela não falasse. Ela falava muito.
Na maior parte do tempo, ela era espontânea e falava o que vinha na cabeça.
Mas com desconhecidos ela vestia seu escudo de proteção, e apenas ouvia.
A conversa era sobre música, o tema preferido de Eduardo. Ele falava com confiança sobre o assunto.
- Você está dizendo que sem o Freddie Mercury, Queen não teria feito tanto sucesso? - o homem na cama perguntou, falando alto.
- Claro que não! - Eduardo insistiu - Ele era a alma da banda!
Todos se envolveram em uma discussão sobre o assunto, e embora Maite tivesse uma opinião sobre, estava cansada das últimas doze horas de plantão.
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O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]
RomansaRecém formada, depois de anos focando apenas em seus estudos, Maite conseguiu a tão sonhada vaga no programa de residência da Clínica de Medicina Veterinária Weiller. Almejando seu progresso profissional e sem tempo para romances, a jovem se desesta...