• dezessete •

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- Você tem certeza que quer entrar aí? - Eduardo perguntou, receoso.

- O rapaz das festas está com medo de entrar em uma boate? - Arthur riu, tirando o cinto de segurança.

Eduardo encarou a fachada da casa noturna através do vidro escuro do carro.

- Acho que você está tentando provar algo para si mesmo. - disse. - Cara, você não é assim.

- Mas posso aprender a ser. - disse, saindo do veículo.

Eduardo o seguiu, apressado.

Ao entrarem no local, uma luz vermelha pulsante atingiu seus olhos. A música era tão alta que Eduardo sequer ouvia a própria voz.

Conforme caminhavam entre as pessoas em direção ao bar, alguns conhecidos cumprimentavam Eduardo. Arthur, que caminhava alguns passos à frente, não notou que o amigo ficara para trás.

Ao chegar no bar, Arthur pediu uma dose de vodca. Até Eduardo alcança-lo, ele já estava na terceira.

- Não acha melhor pegar leve? - Eduardo gritou, fazendo-se ser ouvido.

- Somos dois bonitões solteiros e bem sucedidos. Pegar leve pra quê? - Arthur perguntou, virando mais uma dose.

Eduardo conhecia Arthur muito bem. Em anos de amizade, nunca viu Arthur dentro de uma boate. Ele não era desse tipo. Ele era o tipo de cara que prefere um barzinho com amigos, um cinema, um jantar.

Mas nunca uma balada.

Sentou-se ao lado de Arthur, que estava com os cotovelos apoiados no balcão. Após poucos minutos viu uma loira de cabelos longos, presos em um rabo de cavalo, se aproximar.

A mulher disse algo ao ouvido de Arthur, que respondeu no mesmo gesto.

Arthur se levantou, abraçou a loira e deu um beijo em seu rosto.

Embora estivessem próximos, a música alta impedia que Eduardo ouvisse o que eles sussurravam no ouvido um do outro.

A garota puxou Arthur pela mão para a pista de dança, onde se tocavam de maneira íntima enquanto dançavam juntos.

Eduardo permaneceu no bar, observando o amigo, como uma babá.

Longos minutos se passaram, e os dois continuaram dançando as músicas de batida eletrônica sob as luzes coloridas.

Em um movimento calculado, a garota envolveu o pescoço de Arthur com seus braços e eles se beijaram. Para Eduardo e para qualquer pessoa que conhecesse Arthur, tal cena era difícil de acreditar.

Arthur nunca foi do tipo festeiro ou pegador. Apesar de ser o típico galã e conquistar qualquer mulher sem muito esforço, o loiro era o típico demissexual, mesmo sem jamais ter se assumido como tal.

Para Arthur, era impossível sentir atração sexual por alguém com quem ele não tivesse nenhum vínculo afetivo ou intelectual.

E Eduardo sabia disso. Por isso vê-lo aos beijos com uma estranha era completamente incomum.

A garota sussurrou algo ao ouvido de Arthur, com um sorriso travesso nos lábios. Em seguida puxou-o pela mão, o guiando entre as pessoas.

Ao notar que Arthur se afastava, Eduardo rapidamente pagou a comanda do bar e correu, sem sequer esperar pelo troco.

Com dificuldade, atravessou o grupo de pessoas aglomeradas na pista de dança, chegando à porta de saída.

Olhou em volta, procurando por Arthur. Algumas pessoas estavam na calçada, em frente a casa noturna. Na esquina, avistou o carro do amigo fazendo a curva.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora