• capítulo vinte e nove •

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Gustavo caminhava pelos corredores do hospital, apressadamente.

Parou na porta do quarto 518. Respirou fundo ao tocar seus dedos na maçaneta.

Abriu a porta com cuidado, se deparando com Maite na cama. Ela estava consciente, com o cabelo levemente bagunçado e uma cara de furiosa.

- Como se sente? - Gustavo perguntou, se aproximando.

- Eu quero outro médico. - disse, sem rodeios.

Houve silêncio. Foram poucos segundos, que pareceram horas.

- Você logo receberá alta. Não pode aguentar a minha presença mais um pouco?

Maite ignorou-o. Remexeu-se na cama, endireitando sua postura, com o rosto franzido de dor.

- Você teve uma torção no tornozelo e uma concussão cerebral. Não foi grave, mas precisa ficar em observação por algumas horas. Também terá dificuldade para caminhar nas próximas semanas.

- Semanas? - reclamou, arregalando os olhos. - Eu preciso trabalhar, eu...

- Você precisa de repouso. - Arthur disse, entrando no quarto.

O loiro segurava um copo plástico de café em cada uma de suas mãos. Aproximou-se de Maite, com o rosto sério, e lhe ofereceu um dos copos.

- Podemos conversar no corredor um momento, Gustavo? - perguntou, friamente.

Gustavo assentiu, saindo do quarto em silêncio.

- Arthur... - Maite sussurrou, receosa.

- Já volto. - deu um sorriso amarelo, afastando-se.

O homem saiu do quarto, fechando a porta do mesmo. Gustavo o esperava, de braços cruzados e nitidamente irritado.

- Devo chamar os seguranças? - perguntou, sarcástico.

- Serei bem claro, Gustavo. - bufou. - Toda essa novela mexicana acabou trazendo a Maite pra uma cama de hospital. Espero que você tenha o mínimo de bom senso e se afaste dela.

- Ou você fará o quê, Arthur? - Gustavo o desafiou

- Não queira pagar pra ver. - rosnou.

- Vocês estão juntos? - arqueou uma sobrancelha, rindo.

- Não se trata de mim ou de você, seu merdinha. - Arthur o empurrou, rangendo os dentes. - Se trata da Maite. Só dela. E se você continuar sendo um problema...

- Não quero ser um problema pra ela. - recuou. - Só quero me redimir.

- Quer se redimir? Quer se desculpar por ter tratado ela feito lixo? Simplesmente deixe ela em paz.

- Isso é o que ela quer, ou o que você quer?

Arthur ignorou a pergunta, virou-lhe as costas e entrou novamente no quarto.

Lá, se deparou com o sorriso de Maite. Tímido, mas verdadeiro.

- Como se sente? - perguntou, aproximando-se.

- Com sono.

- Deve ser efeito da medicação. Você pode tomar esse café, é descafeinado. Assim que os resultados dos exames ficarem prontos, tu poderá ir pra casa. - disse, afagando seu cabelo.

Arthur sentou-se na borda da cama, observando o rosto de Maite. Seus fios pretos eram uma moldura para seu rosto. Mesmo sem maquiagem e sob a luz pálida de um quarto hospitalar, Maite era a mulher mais encantadora que Arthur já havia conhecido.

- O que aconteceu no seu rosto? - Maite perguntou, olhando para a sutura na sobrancelha do loiro.

- Guilherme e eu temos uma amizade agressiva. - riu, sem humor.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora