• Epílogo •

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Sete anos depois...

Maite:

É bom estar entre amigos novamente. E principalmente, é bom ver Leonardo vivendo seus sonhos. Ao contrário de mim, ele sempre quis ter filhos, e hoje cá estamos, no aniversário de cinco anos da pequena Amor.

Olhando em volta vejo diversos brinquedos infláveis, muitos balões com as cores do arco íris por toda parte e crianças brincando, enquanto seus pais tentam supervisionar.

Lembro de quando soube que ele e Rodrigo seriam pais. Lembro de como chorei de felicidade, porque de alguma forma eu já amava essa garotinha, sem nem mesmo conhecê-la.

Quando a Amor chegou na família ela já tinha três anos. Já havia passado por alguns casais, mas sempre acabava sendo rejeitada, por um pequeno motivo; ela tem síndrome de down.

"Pequeno motivo" eu digo, porque é assim que ele se parece comparado ao tamanho da felicidade que essa menina trouxe para Léo e Rodrigo.

E agora, vendo Rodrigo tentando fazer uma trança no cabelo castanho claro de Amor, enquanto Léo tira fotos da situação, eu percebo que ela pode até não ter nascido de um deles, mas com certeza nasceu para eles.

Eles são uma família linda e me sinto privilegiada por fazer parte da vida deles, apesar da distância. Bem, eu e Arthur ainda temos a nossa casa aqui, mas na verdade viemos muito pouco para cá.

Desde a minha pós graduação, Arthur e eu fundamos a Weiller Logística Veterinária, uma Startup que garante o envio de medicamentos, equipamentos e profissionais capacitados para todas as partes do mundo; santuários de animais, reservas ecológicas, zoológicos, parques de preservação. Graças ao sucesso do nosso projeto, vivemos viajando pelo mundo, colecionando lembranças, escrevendo uma página da nossa história em cada país que visitamos.

Até passamos algum tempo sem atuar na medicina veterinária, apenas administrando a nova empresa e os novos funcionários, mas medicina veterinária é a nossa paixão, fomos unidos por essa paixão, e acredito que iremos permanecer atuantes até a velhice. A solução que encontramos foi aumentar a equipe administrativa, e voltar para o trabalho de campo.

- Parece cansada, amor. - Arthur comenta, sentado ao meu lado, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

- Estou mesmo. - sorrio amarelo. - O que acha de darmos tchau para os rapazes e fugirmos? - o provoco, sussurrando ao seu ouvido.

Ele sorri, entendendo perfeitamente a minha proposta. Fica de pé e estende a mão para mim. Eu seguro sua mão e levanto. Caminhamos juntos, de mãos dadas, até nossos amigos, do outro lado do quintal.

- Ei! Ainda tem cerveja gelada no freezer! - Rodrigo diz, ao nos ver em sua direção.

- Nós já estamos indo, irmão. - Arthur diz, dando dois tapinhas no ombro de Rodrigo.

- Ficamos felizes de receber vocês. - Rodrigo diz, abraçando Arthur e em seguida, eu.

- E nós ficamos felizes em vir. - digo com sinceridade. - A família de vocês é linda, e eu fico feliz porque sei que o Léo sonhava muito com tudo isso.

Nesse momento, percebo Leo se aproximando, de mãos dadas com a pequena Amor.

Arthur se abaixa e estica a mão, para cumprimentar a garotinha.

- Como a minha princesa está? - ele pergunta, sorrindo.

- Eu tô feliz! - ela responde, com entusiasmo. - O papai me deu uma bicicleta, e um capacete, e cotoveleiras e joelheiras. - ela conta, enumerando com os dedinhos.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora