• capítulo trinta e cinco •

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- Tem certeza que não quer ir lá e... Dar adeus? - Maite perguntou, colocando o cinto de segurança.

- Adeus, não. Eu quero é esquecer que um dia conheci aquela mulher. - respirou fundo - Eduardo foi meu melhor amigo. Eu jamais vou perdoar Betina por tê-lo tirado de mim, assim como ela tirou Loki. - esbravejou, rangendo os dentes. - Antes de matar ele em um acidente de carro que ela mesma causou, ela já havia tirado ele de mim. De nós. Ela fez ele se afastar de nós. Ele perdeu os amigos, e depois perdeu a vida. Por causa dela! - Arthur rosnou, contendo as lágrimas.

Maite virou o rosto, tentando esconder o choro. A notícia da morte de Eduardo parecia uma brincadeira de mau gosto. O nó em sua garganta a sufocava. Ela só queria acordar daquele pesadelo.

- Quer ir pra casa? - Arthur perguntou, colocando a chave do carro na ignição.

- Não. - ela disse, secando seu rosto. - Podemos ir para outro lugar? Ficar no meu apartamento vai ser doloroso, vou lembrar do Edu em cada canto que eu olhar.

- Já sei onde vamos, então. - o loiro disse, dando partida.

Os dias se passaram, mas conviver com a perda de um amigo não se tornava mais fácil. A cada encontro com o grupo de amigos, havia um lugar vazio à mesa. Até para Léo, que jurou nunca perdoar Edu, sua ausência foi dolorosa. Inclusive meses depois, no jantar em que Léo e Rodrigo anunciaram a data do casamento, as lágrimas vieram pois havia um espaço vazio que jamais seria preenchido novamente. O que restaram foram as diversas lembranças, e muitas histórias divertidas. Eduardo era a alma da festa. O garoto popular, amigo de todas as horas, e no fim foi traído por sua lealdade.

***

Eram apenas 8:00 da manhã, mas Arthur já sentia o sol queimando em sua pele pálida. Fios de suor escorriam por seu rosto, entre os fios dourados de sua barba rala, enquanto ele corria, dando voltas no Parque da Redenção*, que ficava à poucas quadras de distância de seu novo endereço.

O endereço, no entanto, não era a única coisa nova na vida de Arthur. Agora o loiro dirigia uma bela Grand Cherokee 2020, o carro dos seus sonhos. Pode-se dizer que a vida estava sendo generosa com ele nos últimos meses.

Secou o suor de seu rosto com a toalha que tinha em sua mochila, e dirigiu empolgado para casa.

Seu novo endereço era uma bela casa de dois andares no estilo industrial, com um belo jardim e um espaçoso quintal, cercada por muros altos, que lhes garantiam proteção e privacidade.

Ao entrar, encontrou apenas o gorducho Sirius, tirando um cochilo no sofá da sala. Tomou um banho gelado e, com a toalha enrolada em seu quadril, ligou para sua garota.

- Pode falar? - ele perguntou, assim que ela atendeu.

- Se for rapidinho, posso. - Maite respondeu, sorrindo.

- Que saco! Não achei que namorar uma veterinária residente significasse passar as manhãs de sábado sozinho e pelado em casa.

Maite prendeu o riso - Eu também não gosto nenhum pouco da ideia de fazer plantão enquanto tem um homem gostoso e nu na minha casa... - ela sussurrou.

Arthur riu. - Sabe que dia é hoje, né?

- Claro que sei. Planejou algo? - perguntou, curiosa.

-Pode apostar que sim! Teremos uma noite muito especial.

- Estou ansiosa para ver o que você planejou. Preciso ir agora, amor. Te vejo mais tarde, ok?

- Te vejo mais tarde, gostosa.

Arthur pode ouvir a risada tímida de Maite, antes de encerrar a ligação. Era o aniversário de um ano de Maite como veterinária contratada da Clínica Weiller. Um ano da realização do seu sonho. Para ela, era um dia muito importante, e Arthur iria garantir que não passaria em branco.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora