• capítulo trinta e três •

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Já era hora de Arthur estar no trabalho, mas antes ele decidiu fazer um desvio rápido, para resolver uma questão importante.

Desceu de seu carro, atravessou o gramado e caminhou em direção à porta da casa de Eduardo. Bateu na porta, e após alguns segundos de espera, Eduardo surgiu.

- Eu estou de saída, tenho que ir pro trabalho. - Eduardo disse, tentando fugir daquela conversa.

- É, eu sei. Eu também preciso ir logo, não vou demorar. - Arthur insistiu, entrando na casa mesmo sem ser convidado.

Parou em pé no meio da sala de estar, olhando em volta. Eduardo virou-se para o loiro, temendo a conversa que estava prestes a começar.

- Ela está aqui agora? - Arthur perguntou, encarando o ex cunhado.

- Não. - suspirou leve. - Você queria que ela estivesse?

- De jeito nenhum! - Arthur disse, fazendo um gesto negativo também com a cabeça. - Aliás, não queria nada disso.

Eduardo pode sentir a mágoa na voz de seu amigo, e o arrependimento pesou sobre seus ombros.

- Eu... Eu também não queria nada disso. - disse, com a voz pesarosa. - Não foi uma escolha minha.

- Com certeza foi, Eduardo. - Arthur rebateu. - Apoiar ela com certeza foi uma escolha sua.

- Olha, Arthur... Eu não quero brigar contigo.

- Não será necessário brigar. Você já acabou com a amizade que tínhamos. Você me traiu, traiu a Maite, traiu até mesmo o Gustavo, que por mais babaca que seja, era seu amigo. Você traiu inclusive a ti mesmo. O Eduardo que eu conheci jamais concordaria com as insanidades da Betina.

- Ela é minha irmã. Ela é sangue do meu sangue, Arthur. - Eduardo insistiu. - Você viraria as costas à Camila se ela agisse por impulso?

Arthur franziu o cenho, balançando a cabeça em um gesto negativo. - Não fale da minha irmã. - rosnou. - Camila jamais seria capaz de ferir um ser vivo.

Eduardo desviou o olhar, encarando o chão de parquet sob seus pés. Respirou fundo, sentindo-se esmagado pela tensão entre ele e o homem à sua frente.

- Eu sinto muito que as coisas tenham acontecido dessa forma. - disse, com sinceridade. - Eu não posso dar as costas à minha irmã. Ela é minha família. Você sabe como é isso, sei que você valoriza a família tanto quanto eu. Tente se colocar no meu lugar, Arthur! - disse.

- Família é importante, mas nunca ficaria a cima dos meus princípios. - Arthur disse, decepcionado.

Passou por Eduardo e saiu do interior da casa, marchando em direção ao seu carro, do outro lado da rua.

Eduardo quis gritar. Quis conversar mais, quis fazer Arthur entendê-lo.

Mas permaneceu imóvel, sentindo seus pés colados ao chão.

***

Finalmente eram 11h30 da manhã. Maite e Otávio conversavam sobre alguns pacientes em comum quando a garota percebeu Rodrigo, sentado em uma poltrona no canto da sala, chamando-a, fazendo um gesto com a mão.

- Com licença, Otávio. - a garota disse, finalizando a conversa. - O Rodrigo está me chamando, vou até ali falar com ele.

O rapaz sorriu, assentindo. Logo voltou sua atenção ao seu tablet de trabalho enquanto a garota caminhava, com um pouco de dificuldade, até o outro lado da sala.

- Tem falado com o Léo? - perguntou, acariciando sua própria barba, impaciente.

- Na verdade, não muito. Estou fazendo alguns exercícios de fisioterapia para o pé, quando chego em casa. Aí tomo um banho, como alguma coisa, assisto vinte minutos de qualquer coisa na TV e acabo dormindo. - contou, rindo de si mesma. - Mas porquê? Tá tudo bem com vocês?

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora