• doze •

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- Hoje foram só quarenta minutos. - Betina disse, olhando no relógio em seu pulso.

- Se você não tivesse se atrasado no seu sexo matinal, poderíamos ter corrido uma hora.

Betina riu. - Ah, estou aproveitando melhor o meu brinquedinho. Agora não tenho mais que me preocupar com o Arthur.

- Você e o Gus estão juntos, então? - Erika perguntou, sentando-se em um dos bancos de concreto da praça, sob a sombra de um plátano, com as folhas ainda verdinhas em pleno verão.

Ofegando, a ruiva colocou a garrafa em seus lábios e deixou que a água gelada invadisse sua garganta, virando a cabeça para trás. Seus fios alaranjados estavam presos em um rabo de cavalo, no topo de sua cabeça. Ela usava uma legging cinza e regata branca cavada, deixando à mostra o top esportivo preto.

Todas as manhãs, Erika e Betina saíam para correr na Praça da Redenção, uma praça enorme e arborizada, onde muitas pessoas praticavam esportes, como corrida e ciclismo, ou até mesmo faziam piquenique no vasto gramado.

As duas garotas sempre corriam naquela praça. Era próxima do apartamento de Erika e do trabalho de Betina. Após a corrida pela manhã, Betina tomava uma ducha na casa da amiga e ia para o trabalho.

- Eu até gosto do Gustavo, mas não tem como nós ficarmos juntos. - Betina disse, com desdém.

- Por quê?

A loira sentou ao lado da amiga, ignorando a pergunta. Cruzou as pernas e apertou o laço do cadarço de seus tênis branco. Tirou o celular do suporte de seu braço e checou a hora.

- Vamos lá? Logo preciso ir ao trabalho. - ela disse, mudando de assunto.

A caminhada até o apartamento de Erika era curta, e as duas faziam aquele trajeto todos os dias, nos últimos três anos. Para elas, manter a boa forma era crucial, mesmo que sentissem dor ou fome. O importante era ter um corpo magro e durinho.

- Então você vai desistir do Arthur? - Erika perguntou, enquanto as duas caminhavam.

- Nem pensar! - Betina riu, sem humor. - Eu vou fazer ele rastejar. Seja por amor ou por dor.

Erika riu. - Imagino que já tenha um plano.

- Com certeza. E já que ele fez questão de dizer que não me ama mais, vai ser na dor. Ele vai perder o que ele mais ama, assim como eu perdi ele.

***
Após uma manhã inteira ouvindo as discussões de Arthur e Guilherme, Maite precisava se distrair um pouco, e Leo sabia como fazer isso. Na mesa de sempre, no Larsson Bistrô, dessa vez, com a presença de Eduardo. O jovem jornalista estava animado com uma festa que estava organizando, onde sua banda e algumas outras iriam tocar. O assunto entusiasmou Maite e Leo, que davam muito incentivo para o amigo em seu passatempo.

- E quando vai ser? - Leo perguntou, ainda com os olhos no cardápio.

- Mês que vem. - Edu respondeu - Ainda teremos tempo de divulgar mais um pouco. Vai ser um grande evento!

- Que ótimo, Edu! Nós com certeza iremos! - Maite disse, com um sorriso gentil nos lábios

Maite adorava ouvir a banda de Eduardo. Além de ser seu gênero musical preferido, Eduardo era o tipo de amigo disposto a ajudar de qualquer forma, e ela gostava de incentiva-lo a fazer música.

O garçom aproximou-se, anotou os pedidos e afastou-se novamente.

- Eu vi o Pedro ontem. - Edu disse para Leo. - Ele perguntou de ti.

Leonardo sentiu seu coração parar por uma fração de segundos, mas permaneceu calado, tentando controlar suas expressões faciais.

- Eu nunca soube o real motivo do término de vocês. - Edu continuou.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora