Deitado em sua cama, Gustavo estava encarando o teto há mais de dez minutos, esperando por uma mensagem de Betina. Ele virou o rosto e encarou o celular ao seu lado, sobre a cama.
Mesmo depois de anos se relacionando com a loira, Gustavo ainda tinha esperanças de que ela o valorizasse, de que ela visse que ele era o cara certo para ela.
O toque do aparelho lhe surpreendeu. Em um movimento rápido pegou o telefone, na esperança de que fosse Betina lhe ligando.
Era Adrian.
- Oi. - disse, frustrado.
- Porra! Que desânimo é esse, Gustavo?
- Nada, só estou cansado. - mentiu.
- Eu sinto que estou falando com um velho de oitenta anos.
Gustavo riu. - O que quer?
- Quero te lembrar de que você combinou de encontrar o pessoal do trabalho lá no pub que o Jonathan nos falou. Então nem pense em inventar alguma desculpa para não ir. Vai tomar um banho e vem pra cá!
- Adrian, eu não sei se é uma boa. Tô realmente cansado.
- Coitadinho do Gustavo, quer ficar em casa choramingando pela piranha loira. Deixa de ser otário, Gustavo! Se você não aparecer naquele pub eu vou até aí te tirar desse apartamento.
- Tá bom. - Gustavo disse, bufando. - Te vejo lá.
- Esse é o meu garoto! - Adrian gritou entusiasmado.
Gustavo desligou. Jogou o celular sobre a cama e caminhou até o banheiro, deixando no chão uma trilha das roupas que tirava de seu corpo.
Enquanto a água gelada caía sobre seu corpo, seu pensamento voltou para Betina. Pensou em quantas vezes fizeram sexo naquele box, sob aquele chuveiro, e em todos os cantos daquele apartamento.
Era doloroso admitir para si mesmo, mas Betina jamais iria corresponder aos seus sentimentos. Gustavo sabia disso, mas a verdade é que ele se conformava com as migalhas. Mesmo que ela jamais correspondesse, tê-la por algumas horas em sua cama bastava.
***
Maite ainda estava com o roupão branco e a toalha enrolada no cabelo, encarando o interior do guarda roupas.
- Acho que vou de vestido. - disse à Leo, que a olhava da cama.
Leo se vestia muito bem, geralmente usava cores escuras e frias. Seus perfumes eram sempre femininos. Adocicados e cítricos.
Ele estava sentado na cama de Maite, com Sirius em seu colo. Delicadamente acariciava o felino com um movimento
repetitivo, enquanto apreciava as luzes da cidade pela janela.- Eu adoro aquele preto! - apontou, sorrindo.
Maite sorriu, tirando do cabide o vestido indicado. Em poucos minutos vestiu-se e em seguida se maquiou. Nos olhos, um delineado preto. Nos lábios, batom vermelho matte.
Soltou os cabelos, naturalmente ondulados e sorriu para seu reflexo no espelho.
Estava linda e confiante.
***
Ao chegar no Taverna Pub, Eduardo encontrou Maite e Leo na mesa do canto. Sentou-se com eles e logo pediram uma rodada de chopp.
A noite estava agradável, o clima quente do verão estava amenizado pelo ar condicionado no interior do local. Haviam mais pessoas que o normal, poucas mesas ainda estavam livres.
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O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]
RomansaRecém formada, depois de anos focando apenas em seus estudos, Maite conseguiu a tão sonhada vaga no programa de residência da Clínica de Medicina Veterinária Weiller. Almejando seu progresso profissional e sem tempo para romances, a jovem se desesta...