• quatorze •

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Deitado em sua cama, Gustavo estava encarando o teto há mais de dez minutos, esperando por uma mensagem de Betina. Ele virou o rosto e encarou o celular ao seu lado, sobre a cama.

Mesmo depois de anos se relacionando com a loira, Gustavo ainda tinha esperanças de que ela o valorizasse, de que ela visse que ele era o cara certo para ela.

O toque do aparelho lhe surpreendeu. Em um movimento rápido pegou o telefone, na esperança de que fosse Betina lhe ligando.

Era Adrian.

- Oi. - disse, frustrado.

- Porra! Que desânimo é esse, Gustavo?

- Nada, só estou cansado. - mentiu.

- Eu sinto que estou falando com um velho de oitenta anos.

Gustavo riu. - O que quer?

- Quero te lembrar de que você combinou de encontrar o pessoal do trabalho lá no pub que o Jonathan nos falou. Então nem pense em inventar alguma desculpa para não ir. Vai tomar um banho e vem pra cá!

- Adrian, eu não sei se é uma boa. Tô realmente cansado.

- Coitadinho do Gustavo, quer ficar em casa choramingando pela piranha loira. Deixa de ser otário, Gustavo! Se você não aparecer naquele pub eu vou até aí te tirar desse apartamento.

- Tá bom. - Gustavo disse, bufando. - Te vejo lá.

- Esse é o meu garoto! - Adrian gritou entusiasmado.

Gustavo desligou. Jogou o celular sobre a cama e caminhou até o banheiro, deixando no chão uma trilha das roupas que tirava de seu corpo.

Enquanto a água gelada caía sobre seu corpo, seu pensamento voltou para Betina. Pensou em quantas vezes fizeram sexo naquele box, sob aquele chuveiro, e em todos os cantos daquele apartamento.

Era doloroso admitir para si mesmo, mas Betina jamais iria corresponder aos seus sentimentos. Gustavo sabia disso, mas a verdade é que ele se conformava com as migalhas. Mesmo que ela jamais correspondesse, tê-la por algumas horas em sua cama bastava.

***

Maite ainda estava com o roupão branco e a toalha enrolada no cabelo, encarando o interior do guarda roupas.

- Acho que vou de vestido. - disse à Leo, que a olhava da cama.

Leo se vestia muito bem, geralmente usava cores escuras e frias. Seus perfumes eram sempre femininos. Adocicados e cítricos.

Ele estava sentado na cama de Maite, com Sirius em seu colo. Delicadamente acariciava o felino com um movimento
repetitivo, enquanto apreciava as luzes da cidade pela janela.

- Eu adoro aquele preto! - apontou, sorrindo.

Maite sorriu, tirando do cabide o vestido indicado. Em poucos minutos vestiu-se e em seguida se maquiou. Nos olhos, um delineado preto. Nos lábios, batom vermelho matte.

Soltou os cabelos, naturalmente ondulados e sorriu para seu reflexo no espelho.

Estava linda e confiante.

***

Ao chegar no Taverna Pub, Eduardo encontrou Maite e Leo na mesa do canto. Sentou-se com eles e logo pediram uma rodada de chopp.

A noite estava agradável, o clima quente do verão estava amenizado pelo ar condicionado no interior do local. Haviam mais pessoas que o normal, poucas mesas ainda estavam livres.

O Lado Bom Do Adeus [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora