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Louis voltou a ajudar Harry nas matérias (depois que ele choramingou um dia inteiro sobre estar indo mal nas aulas de latim), mas não eram apenas os resumos, ele mantinha Harry na sala de estudo durante os períodos livres e fins de semana, o ajudava com as tarefas e explicava pacientemente cada tópico.

E, bem, por consequência disso eles passavam mais tempo juntos do que com os outros garotos. Nenhum dos dois mencionou a conversa no observatório, o que agradou Harry (talvez ele pensasse muito sobre aquilo, mas não queria afastar Louis novamente) e deixava Louis aparentemente mais relaxado. Eles ainda discutiam e implicavam um com o outro, apesar da trégua. Louis era a pessoa mais orgulhosa e cabeça dura do mundo e Harry não ficava muito atrás.

— Esse não é o ponto da história, Harry — Louis disse frustrado. — Não é o romance, eles nem terminam juntos. Eu particularmente acho que a narração do fascino de Nick por Gatsby foi uma grande observação e crítica sobre o luxo e o egocentrismo daquela época. Gatsby fez de tudo para chegar aonde chegou, dava glamurosas festas que sempre eram lotadas de pessoas e, mesmo assim, mesmo que tenha sido só para chamar a atenção da garota, ele acaba completamente sozinho quando morre. Tudo girava em torno do dinheiro e poder.

— Mas a narração é justamente sobre o romance entre Gatsby e Daisy! — Harry rebate impaciente. Eles estavam discutindo a resposta do último exercício de inglês ("Qual foi o verdadeiro significado da maior obra de F. Scott Fitzgerald?") já fazia quase uma hora. Harry estava a ponto de arrancar os ouvidos pra fora da cabeça. — Ele enriquece só para oferecer uma vida melhor pra ela. Uma vida que ele acreditava que ela merecia.

— Ah, bobagem — Louis zomba e abanda uma mão no ar. — Ele só era obcecado por ela. E pela vida na Classe Alta, também.

— Voce é um merda insensível — Harry murmura exausto.

Louis para de escrever em seu caderno e lança um olhar ofendido para Harry.

— O que? Eu não sou insensível! Você que é todo sentimental.

E então eles começavam a discutir novamente. Às vezes durava dias (de modo que Harry se recusava a dormir no mesmo quarto que Louis e buscava auxílio em Niall e Zayn); às vezes era só uma troca rápida de farpas e às vezes eles nem se falavam durante os estudos. Mas sempre voltavam. Louis parecia mais suave durante algumas tardes, como se algo o obrigasse a estar em constante modo calmo, ou então aparentava estar tão preocupado que nem ouvia Harry o chamando varias vezes. Harry ainda não fazia ideia do que acontecia com ele para causar as constantes trocas de humor, mas até seus amigos confirmavam que havia algo.

— Ele só precisa lidar com muita coisa — Liam disse distraidamente enquanto se atarefava de fiscalizar o quarto dos meninos. — Mas faz isso do modo dele, Louis não gosta de levar outras pessoas para sua "bagunça". Falando em bagunça, vocês estão vivendo em um dormitório ou em um lixão? Cristo.

— Problemas de família — Niall solta quando eles estavam conversando sobre o humor extremamente ácido de Louis durante o treino de futebol. — Ele tenta se distrair da forma que pode, você sabe.

— Ele precisa manter aqueles garotos em sua mão — Zayn comenta quando eles saem da aula e Louis estava cercado de outros garotos, todos rindo de algo que ele dizia para James McVey (que grudava em Louis igual um carrapato). — É assim que ele consegue alguma vantagem aqui dentro.

— O lance das pílulas? — Harry pergunta ao que eles se afastam do corredor, ele ignora o olhar de McVey em suas costas e o de Louis preso em seus movimentos. — Eu prometi que não falaria sobre isso, mas...

— Talvez seja melhor assim — Zayn assegura e passa um braço pelos ombros de Harry, tentando conforta-lo. — Mas não tire conclusões precipitadas sobre essa história, tudo tem dois lados.

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