Harry traçou a borboleta tatuada em seu abdômen com a ponta dos dedos.
A luz fraca do sol iluminava a sala na manhã seguinte, banhando o corpo de Harry com o calor morno. Em cinco anos seu corpo modelou graças as horas queimando frustrações na academia e ganhou dezenas de tatuagens espalhadas na pele leitosa, o deixando tão maduro que Harry às vezes não reconhecia a si próprio quando olhava o próprio reflexo. Ele toca fraco a pequena cicatriz que as folhas em seu quadril escondia com a tinta preta; mas ele ainda conseguia sentir o relevo apesar da tentativa de anulá-la.
O apartamento estava completamente silencioso quando ele acordou pela primeira vez. Provavelmente Liam e Niall haviam saído para deixá-lo dormir em paz e voltaram antes que Harry acordasse novamente, fazendo-o se dar conta que dormirá quase um dia inteiro e em algum momento alguém tirou seus sapatos e o cobriu com uma grossa coberta. Suas costas doíam pela falta de espaço, mas Harry preferia sentir sua coluna travar do que entrar em seu antigo quarto.
Harry franziu os lábios e suspirou, encarando o teto. Ele estava tão bêbado de sono que quase não notará os sons de panela vindo da cozinha, indicando que Liam ou Niall havia acordado e preparava o café.
E pelo cheiro de ovos, era Niall. Liam odiava preparar ovos mexidos tão cedo.
Harry sorri sereno quando reconhece a voz de Niall cantarolar algo calmo e distraído. Ele soube que Niall seria um sucesso desde o momento que o ouvirá tocar pela primeira vez, chegava a ser surreal o quanto Horan se entregava a arte e colocava toda a sua alma naquilo. O primeiro CD fez Harry e Liam explodirem de orgulho (Liam chorou, mas ameaçou Harry caso ele contasse a alguém) e quando Niall lotou um estádio pela primeira vez aos vinte anos... Uau. Harry ficava arrepiado só de lembrar.
— Você vai continuar fingindo que está dormindo ou vai vir comer? — Niall perguntou quando finalizou sua cantoria, pegando Harry de surpresa.
— Eu estou dormindo, cale a boca — Harry retruca e ouve a risada de Niall. Céus, ele não havia se dado conta do quanto sentia a falta da presença daquele pequeno irlandês até aquele momento.
— Ah por favor, você não me engana seu idiota louco — Niall brinca e aparece na sala instantes depois, oferecendo um prato com ovos e torradas para Harry acompanhado de um copo com suco. Harry tenta disfarçar a careta pela quantidade exagerada de comida e senta na beira do sofá. — Você vai comer toda essa merda sem reclamar.
Harry ergue as sobrancelhas e aceita o prato, deixando o copo ao lado de Niall na mesinha em que ele estava sentado.
— Quando você chegou? — Harry pergunta com uma falsa inocência e morde a torrada.
— Ontem, pouco depois de vocês — Niall revira os olhos e acena na direção do corredor. — Liam me arrastou para o centro e me obrigou a ajudar a escolher um smoking. Pegamos um pra você também, a propósito.
Harry assente enquanto mastigava e cruza as pernas no pequeno espaço do sofá.
— Vocês encontraram a Gemma? — Harry pergunta. — Eu esqueci de ligar para avisar que chegamos.
— Ah, ela esteve aqui ontem à noite — Niall sorriu e entrega o copo com suco para Harry. — Íamos te acordar para jantar, mas ela nos ameaçou com uma faca caso chegássemos perto de você. Uma faca, cara!
Harry balança a cabeça sorrindo fraco e olha por cima de seu ombro quando os passos de Liam se aproximaram. Ele olhou entre Harry, Niall e o prato no colo de Harry.
— Por que ele ganha café da manhã e eu não? — Liam reclama falsamente e ocupa o lugar vago ao lado de Harry, roubando um pedaço da torrada. — Precisamos estar na casa de Gemma em uma hora para arrumar, segundo ela não temos a capacidade de nos aprontarmos sozinhos.
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Smother
FanfictionA academia dos anjos vermelhos foi o lar de rapazes da alta elite por mais de um século. Seguindo costumes cristãos para preparar os mais belos jovens, nunca houve um escândalo nas paredes conservadas do instituto. Ao menos nenhum que tenha saído do...