XXVII

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Harry traçou a borboleta tatuada em seu abdômen com a ponta dos dedos.

A luz fraca do sol iluminava a sala na manhã seguinte, banhando o corpo de Harry com o calor morno. Em cinco anos seu corpo modelou graças as horas queimando frustrações na academia e ganhou dezenas de tatuagens espalhadas na pele leitosa, o deixando tão maduro que Harry às vezes não reconhecia a si próprio quando olhava o próprio reflexo. Ele toca fraco a pequena cicatriz que as folhas em seu quadril escondia com a tinta preta; mas ele ainda conseguia sentir o relevo apesar da tentativa de anulá-la.

O apartamento estava completamente silencioso quando ele acordou pela primeira vez. Provavelmente Liam e Niall haviam saído para deixá-lo dormir em paz e voltaram antes que Harry acordasse novamente, fazendo-o se dar conta que dormirá quase um dia inteiro e em algum momento alguém tirou seus sapatos e o cobriu com uma grossa coberta. Suas costas doíam pela falta de espaço, mas Harry preferia sentir sua coluna travar do que entrar em seu antigo quarto.

Harry franziu os lábios e suspirou, encarando o teto. Ele estava tão bêbado de sono que quase não notará os sons de panela vindo da cozinha, indicando que Liam ou Niall havia acordado e preparava o café.

E pelo cheiro de ovos, era Niall. Liam odiava preparar ovos mexidos tão cedo.

Harry sorri sereno quando reconhece a voz de Niall cantarolar algo calmo e distraído. Ele soube que Niall seria um sucesso desde o momento que o ouvirá tocar pela primeira vez, chegava a ser surreal o quanto Horan se entregava a arte e colocava toda a sua alma naquilo. O primeiro CD fez Harry e Liam explodirem de orgulho (Liam chorou, mas ameaçou Harry caso ele contasse a alguém) e quando Niall lotou um estádio pela primeira vez aos vinte anos... Uau. Harry ficava arrepiado só de lembrar.

— Você vai continuar fingindo que está dormindo ou vai vir comer? — Niall perguntou quando finalizou sua cantoria, pegando Harry de surpresa.

— Eu estou dormindo, cale a boca — Harry retruca e ouve a risada de Niall. Céus, ele não havia se dado conta do quanto sentia a falta da presença daquele pequeno irlandês até aquele momento.

— Ah por favor, você não me engana seu idiota louco — Niall brinca e aparece na sala instantes depois, oferecendo um prato com ovos e torradas para Harry acompanhado de um copo com suco. Harry tenta disfarçar a careta pela quantidade exagerada de comida e senta na beira do sofá. — Você vai comer toda essa merda sem reclamar.

Harry ergue as sobrancelhas e aceita o prato, deixando o copo ao lado de Niall na mesinha em que ele estava sentado.

— Quando você chegou? — Harry pergunta com uma falsa inocência e morde a torrada.

— Ontem, pouco depois de vocês — Niall revira os olhos e acena na direção do corredor. — Liam me arrastou para o centro e me obrigou a ajudar a escolher um smoking. Pegamos um pra você também, a propósito.

Harry assente enquanto mastigava e cruza as pernas no pequeno espaço do sofá.

— Vocês encontraram a Gemma? — Harry pergunta. — Eu esqueci de ligar para avisar que chegamos.

— Ah, ela esteve aqui ontem à noite — Niall sorriu e entrega o copo com suco para Harry. — Íamos te acordar para jantar, mas ela nos ameaçou com uma faca caso chegássemos perto de você. Uma faca, cara!

Harry balança a cabeça sorrindo fraco e olha por cima de seu ombro quando os passos de Liam se aproximaram. Ele olhou entre Harry, Niall e o prato no colo de Harry.

— Por que ele ganha café da manhã e eu não? — Liam reclama falsamente e ocupa o lugar vago ao lado de Harry, roubando um pedaço da torrada. — Precisamos estar na casa de Gemma em uma hora para arrumar, segundo ela não temos a capacidade de nos aprontarmos sozinhos.

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