XXIX

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— É a pior ideia do mundo.

— Não seja bundão, Liam.

— É a pior ideia do mundo! — Liam repete e lança um olhar repreendedor para Harry, que está encostado no balcão com um sorriso despreocupado. — Vamos ser pegos.

— Não vamos, que droga — Niall garante pela milésima vez e revira os olhos. — Eu planejei tudo.

— Justamente! — Liam diz exasperado. Harry suspira alto e se encolhe dentro de seu pesado casaco. — Quando foi que seus planos deram certo?

— Olha, o lugar está abandonado a anos — Harry diz confiante e deixa tapinhas nos ombros tensos de Liam. — Por favor, Liam. Eu preciso fazer isso e preciso de vocês do meu lado.

Liam geme descontente e joga as mãos para o alto, desistindo de colocar alguma ideia descente na cabeça dos outros dois. Niall sorri vitorioso e Harry respira fundo, aliviado. Eles realmente iriam fazer aquilo. Jesus.

— Acho melhor irmos então, são três horas de viagem até Yorkshire — Liam diz ainda mal-humorado, mas não contesta nenhum outro plano que Niall discute enquanto terminam o café da manhã.

— Eu só preciso ligar para Gemma antes — Harry avisa e sai da cozinha às pressas, não dando chances para Liam fazer perguntas. Suas malas estavam próximas do sofá, prontas para serem levadas até Holmes naquela noite.

Ele tira o celular do bolso e disca o número já decorado. Depois de três curtos toques, uma voz sonolenta e masculina é que preenche a linha.

Uh, alô?

— Michael? Eu te acordei? — Harry pergunta com a voz culpada e escuta o som de um colchão se mexendo.

Ah, não se preocupe — Michael limpa a garganta e Harry pode imagina-lo sorrindo amigável. — Aconteceu alguma coisa? Você está bem? Gemma está no banho.

Harry suspira e se prepara para suas próximas palavras.

— Você estava certo, sabe? Anos atrás quando ainda me acompanhava.

Leva alguns segundos massacrantes até Michael entendê-lo.

Estava? — Michael indaga, incerto. Harry reprime um sorriso, ele gostava de Michael. — Quero dizer, sobre o que exatamente?

— Eu preciso enfrentar meus pesadelos do passado — Michael arfa surpreso do outro lado da linha. Harry nunca havia admitido aquilo com todas as letras, ele era um garoto difícil de lidar no começo da terapia, mas Michael sempre foi o mais paciente com ele. — Eu nunca gostei de voltar para Londres achando que o problema era a cidade, mas na verdade o problema está em mim, enraizado.

Hm, o que você quer dizer com isso?

Harry brinca com a linha solta de sua calça.

— Encontrei Louis Tomlinson.

Michael fica em silêncio pelo o que parece uma vida.

Sério? Como foi?

— Eu não desmaiei, você sabe.

Michael solta uma risada aliviada.

Bom. Esse é o meu garoto.

— Eu não sou seu cachorro, idiota — Harry revira os olhos, arrancando outra risadinha de seu cunhado. — Não foi como eu esperava, na verdade. Foi um pouco estranho, como se nunca tivéssemos nos conhecido.

Você não o viu por muito tempo, é normal — Michael diz carinhoso. — Você pode tentar se reaproximar aos poucos, sabe? Como amigos ou da forma que vocês preferirem se conhecer novamente. Mas está tudo bem se você não o fizer, também.

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