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Havia-se completado mais de vinte e quatro horas desde que eu, Tom e Elisa passamos a tarde conseguindo informações para montarmos o plano, e nas horas seguintes iríamos roubar, depois de muito tempo sem atos como esse, uma das lojas de conveniência da região.

Eu estava no meu quarto e de Gerard, praticando e relembrando como tocar guitarra enquanto o tempo passava. Quando errava um acorde ou não conseguia seguir o ritmo pela velocidade correta, eu me distraia com pequenas coisas, como brincar com o piercing na minha boca ou simplesmente olhar a distância o que Gerard havia posto na sua estante de objetos. Sem dúvidas, havia muitas histórias em quadrinhos para um rapaz de vinte e um anos.

Assim que eu pensei nele, o mesmo abriu a porta e sentou-se na sua cama, sem dizer nada, mas prestando atenção se eu iria tocar alguma música segurando a guitarra. Ao ver que eu não estava com confiança para isso, ele desistiu e começou uma conversa.

- Como você se sentiu? Quando a Elisa admitiu que eu dei a ideia para ela de assaltarmos aquele lugar.

- Eu me senti orgulhoso de ter um colega de quarto com uma mente criativa o bastante para me tirar da rotina. - Ele sorriu.

- Você não vai se sentir assim, caso não dê certo.

- Por que não daria certo?

- Não sei. Eu acho que parte minha só quer ser aceito por vocês. É uma bobagem, eu sei. Mas é um fato. - ele contou.

- Você já foi aceito.

A felicidade em seu rosto aumentou depois da minha afirmação, e seu momento de insegurança parou.

- Bom, para termos certeza que tudo vai dar certo, é melhor nos juntarmos aos outros quatro. Eles estão revisando o que vamos fazer e os papéis de cada um. Vamos?

Eu e ele levantamos de nossas respectivas camas e saímos do quarto. Os quatro outros nos viram chegar e logo pareciam decididos a ir direto ao ponto.

- Frank, eu e o pessoal estávamos pensando que eu e você não podemos voltar na loja sem um disfarce ou algo do tipo. Como nós entramos nela ontem, já existem gravações nossas nas câmeras de segurança. - Elisa falou. Ela tinha razão, mas eu queria participar da adrenalina e da parte emocionante, e me adiantei para isso.

- Vocês já definiram o que cada um de nós fará? - perguntei.

- Nós pretendíamos fazer isso agora. - Robert explicou.

- Então, eu tenho uma ideia. Eu e mais uma pessoa usaremos as máscaras de disfarce. Nós dois seremos os assaltantes, que vão intimidar o atendente no caixa. A Elisa pode ser a motorista e esperar no carro, para as câmeras não reconhecerem ela. Dois outros podem entrar na loja antes de nós, e agir como clientes normais, uma distração.

- E a pessoa restante de nós? - Thomas disse, e eu percebi que faltaria uma função.

- Essa pode ficar no armazém. Cuidando para que dê tudo certo. - Jamia sugeriu de repente.

- Eu fico. Acho que me desacostumei um pouco a fazer isso. - Rob se candidatou.

- Eu posso ser o assaltante, ao lado do Frank. - Gerard disse.

- Então, é isso? Temos o combinado de cada função? - Todos confirmaram minha questão com a cabeça. - Ótimo. Eu vou buscar as máscaras.

Em um dos cômodos usados para depósito, as duas máscaras repousavam discretamente em um canto. Uma delas, um tanto carnavalesca, cobria somente a região dos olhos e do nariz, era amarela e tinha detalhes em azul. Eu sabia que selecionaria aquela para Gerard. A outra era perfeita para que eu não fosse reconhecido. Cobria totalmente o meu rosto e imitava uma espécie de Frankenstein roxo de cabelos verdes. Peguei os dois objetos e me preparei para sairmos.

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