Bulletproof Heart

Nada não pode ser consertado

|| Em uma entrevista da bandinha morta, eles perguntam se eles conheciam fanfics, e o Ray disse para os fãs pararem de fazer eles transarem uns com os outros nas fanfics. Vou dar um pequeno spoiler desse capítulo para vocês e dizer que o Ray estaria muito decepcionado comigo ||

- Me ajude a levantar esse móvel, Frank. - Gerard me disse enquanto fazia força para erguer o divã do primeiro andar da casa abandonada pela escada, tentando levá-lo para cima. Peguei a outra ponta do pequeno sofá e percebi que era mais pesado do que aparentava.

Depois de alguns minutos, conseguimos erguer o divã e arrastá-lo até uma das suítes.

- Ufa, finalmente. - Way suspirou. - Eu trouxe algumas coisas para decorarmos os quartos. Bom, não decorações verdadeiras, mas para tirar um pouco do aspecto deprimente da sujeira e velhice daqui. Espere aí. - Gerard correu até o corredor e buscou uma mochila que trouxera com ele enquanto caminhamos até a casa, mais cedo naquele dia. - Aqui tem tudo que vamos precisar, pelo menos a curto-prazo.

Eu abri a mochila que ele havia largado no chão e tirei alguns panos que atrapalhavam minha visão para os outros itens, até que vi diversas folhas com desenhos em uma pasta, que eu decidi que traria na conversa depois. O objeto de minha escolha foi uma caneta permanente, que seria perfeita para escrever algumas frases interessantes no local.

- O que acha de batizarmos uma das paredes, huh? - perguntei, e Gerard sorriu.

- É uma ótima ideia, mas você precisa ser criativo. Não basta uma mensagem como "Vão para o inferno, seus idiotas" para marcarmos a casa como nossa.

- Você pensa que eu escreveria algo tão clichê e sem sentido assim? - eu ri.

- Não quis te subestimar. Então, me impressione, Frank Iero. - Gerard se sentou na ponta da cama de casal e olhou a parede do quarto, esperando que eu tomasse a iniciativa de escrever.

Aproximei-me da parede e tirei a tampa da caneta, pensando em alguma frase. Com a ideia em minha mente, comecei a anotar as palavras em letras grandes.

- Que tal? - perguntei.

- "Fomos nós que roubamos aquela guitarra." - ele leu a mensagem em voz alta, e riu baixinho. - Nada poético, Frank. Nós certamente precisamos de uma piada interna melhor.

Sem me dar tempo de responder, eu e Gerard escutamos um barulho vindo da frente da casa, e ambos sabíamos que era o barulho provocado por quem escala o portão enferrujado da frente.

Eu e ele corremos para descer as escadas e, quando abrimos a porta da entrada da casa, vimos três meninos a poucos metros de distância. O último deles havia acabado de descer do portão.

Os três usavam roupas claras e estilosas, que aparentavam serem novas e caras. Eles eram altos, mas com certeza tinham idades entre a minha e a de Gerard. Um deles tinha o cabelo mais longo e castanho, enquanto os outros dois usavam cortes curtos e eram loiros. Começaram a caminhar até nós, e fizemos o mesmo para entender o que estava acontecendo.

- Olha só, Bruce, parece que duas bichas decidiram se meter no nosso lugar. - o moreno, ao lado do garoto do meio, falou para o outro. Eu me encolhi e engoli em seco, desejando que aquela situação não fosse real para escapar do constrangimento. Gerard percebeu, colocou a mão discretamente em meu ombro e deu alguns passos à frente, ficando mais próximo deles.

- O que vocês querem? E o que significa "nosso lugar"? - perguntou.

- Nós estávamos perfeitamente bem aqui até que vocês dois chegaram e tomaram, como se ninguém usasse a casa. - o suposto líder do trio, que considerei ser Bruce, disse.