Não deveria nem estar aqui ...

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POV - Narrador

Seu telefone tocou a despertando de seus devaneios. Já era a sexta ou sétima vez que tocava, mas ela não o atendia, pois sabia que era Richard e não queria discutir com ele antes das sete da manhã. Mais uma vez o som estridente do aparelho invadiu seus tímpanos. Não aguentando mais aquele som irritante, muito menos a vibração do celular contra o porta chaves de seu carro, Daniela o atendeu.

— Alô! — sua voz saiu seca e objetiva.

— Graças a Deus, Dani! — respondeu a voz do outro lado — Onde você está?

— Deyse!? — indagou reconhecendo a voz de sua amiga.

— Quem mais seria? — não esperou a mulher responder e prosseguiu — Fui na sua sala e você não estava lá, então te liguei inúmeras vezes e você não me atendeu... — fez uma pausa e suspirou pesadamente — Estava preocupada! Porque não me atendeu antes?

— Achei que fosse o Richard... — respondeu e notando que a mulher do outro lado não iria dizer nada, acrescentou — Seu número apareceu como privado na chamada, se soubesse que era você teria atendido na sua primeira tentativa.

— Tudo bem! — suspirou mais uma vez — Você está bem?

— Érr... — gaguejou não tendo certeza da resposta.

— Onde você está, Daniela? — perguntou Deyse de maneira incisiva.

— Estou dentro do meu carro, no estacionamento — respondeu de pronto, sabendo que não conseguiria mentir para a outra.

— Mesmo lugar de sempre? — Daniela concordou com um simples "uhum" — Okay, estou descendo — Deyse não esperou uma resposta e desligou o telefone em seguida.

Daniela colocou o telefone celular de volta no porta chaves e levou suas mãos até o volante, apoiando a testa nelas logo em seguida. Em sua mente vagava os pensamentos do dia anterior, do que tinha feito com Diana em sua sala e a deplorável cena com Richard. A loira se perguntava se havia feito a coisa certa, nas duas ocasiões.

"Definitivamente foi a coisa certa", pensou quando repassou, pela quinquagésima vez, tudo que havia ouvido e proferido no momento tenso que teve com Richard. Já em relação ao prazer que sentira com Diana, ainda não sabia dizer se tinha sido a melhor escolha, mas como consolo tinha o fato de que havia sido uma experiência e tanto.

— Pelo menos você gozou no final, foque nisso... — falou para si mesma, enquanto erguia sua cabeça e levava as mãos até o rosto. Uma batida no vidro do carro ao seu lado, lhe fez sobressaltar-se — Droga, Deyse! — a ruiva se dirigiu para o lado do passageiro com um sorriso travesso nos lábios.

— O que a senhora está fazendo aqui? — disse logo após de adentrar o carro e fechar a porta — Até onde eu sei você deveria estar na sua sala às 07h00... — Daniela a olhou intensamente e suspirou.

— Eu não sei se consigo entrar nessa empresa hoje — olhou na direção em que ficava o elevador por alguns instantes e logo depois voltou a olhar para a mulher a seu lado —  Não deveria nem estar aqui...

— Dani, o que houve? Sua cara não está das melhores.

— Você quer que eu comece por onde... — soltou uma risada sarcástica e prosseguiu — Quer que eu fale primeiro de como Richard foi um escroto ontem e como me fez sentir um medo real de conviver na mesma casa que ele ou você prefere que eu te conte o quão prazerosa foi o começo da minha noite com Diana? — soltou praticamente em um único fôlego e sem pensar muito.

— Pera aí... Oque? — Deyse parecia perplexa — Você e a Diana? A nossa Diana? Digo, a da empresa? — Daniela apenas assentiu — Okay, okay! Já voltamos nesse assunto — a ruiva pressionou seus dedos indicadores em suas têmporas e soltou o ar de seus pulmões — O que Richard fez, dessa vez?

Sexy BossOnde histórias criam vida. Descubra agora