Você entende?

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POV - Narrador

— Eu andei dando uma olhada em algumas opções dentro das suas exigências e como você não demonstrou preferência entre casas ou apartamentos, eu trouxe as duas opções — a moça, que aparentava não ter mais do que seus 27 anos, informou à Daniela.

— Certo! — a loira suspirou e começou a analisar suas opções — Aparentemente eu não terei muito o que escolher, afinal você me deu seis opções e levando em consideração essas fotos aqui, quatro delas eu já dispenso — Daniela mal deixava a mulher a sua frente falar — Sendo assim, só tenho duas opções. Uma e meia, na verdade.

— Ela é dura na queda, né? — a jovem que tentava, sem nenhum sucesso, fazer com que Daniela achasse um novo lugar para morar falou diretamente com Deyse.

— Você não faz ideia, Brenda! — as duas riram, enquanto a loira continuava analisando as fotos que lhe foram entregues dos imóveis que estavam a venda e/ou alugando.

— Quando poderemos ir dar uma olhada? — ela nem se deu ao trabalho de levantar a cabeça para falar.

— O dia que for melhor para você, Daniela — a moça assumiu uma postura um pouco mais séria diante daquela pergunta. Aquela era a primeira vez, em duas semanas de procura, propostas e ofertas, que a jovem ouvia aquelas palavras. E elas soaram como música para seus ouvidos.

— Pode ser amanhã pela manhã?

— Claro! Já estou agendando as visitas — Brenda respondeu já digitando em seu computador.

— Até que enfim! — a ruiva soltou espontânea — Brenda, não me leva a mal, mas eu não aguentava mais ver você todos os dias e sair daqui sem pelo menos marcarmos uma visita.

— Eu entendo você! Sem dúvida alguma essa foi a vez que mais demorei para encontrar algo que agradasse o cliente — dessa vez as três riram — E ainda não é certeza que o contrato será fechado.

— Brenda, vai dar tudo certo! — Deyse já se levantava para ir embora — Ela é difícil, mas não é impossível.

— Obrigada, Brenda! — Daniela agradeceu lhe entregando o tablet que usara para avaliar as fotos dos imóveis que haviam sido selecionados — Nos vemos amanhã então! — se despediram entre elas e foram embora. Daniela estava em seus piores dias e Deyse tinha certeza absoluta do motivo. Na verdade, não era preciso uma bola de cristal para saber que todo aquele mal humor era por causa da Diana. Ou melhor, por causa da falta de aparição da morena.

— Você precisa parar de descontar todo esse mal humor nas pessoas, Daniela — as duas mulheres já desciam as escadas da imobiliária e se dirigiam para o carro de Deyse. A ruiva começou seu comentário esperando que sua amiga o respondesse, mas a mesma não o fez, então ela achou melhor esperar que estivessem dentro do automóvel para prosseguir, e assim o fez — Ninguém tem culpa das suas frustrações — a loira a fuzilou com os olhos, mas logo em seguida suspirou derrotada. 

— Eu não achei que ela fosse demorar tanto, Deyse — a mais velha soltou com a voz embargada.

— Você achou que ela viria correndo para os seus braços logo depois de você contar a ela sua história, mesmo você tendo ficado tanto tempo longe? — Deyse realmente sabia como dar um choque de realidade em Daniela e sabia disso. A loira soltou o ar preso em seus pulmões e levou uma das mãos à testa — As coisas não são assim, Dani. A Diana provavelmente criou uma puta de uma barreira para manter você longe por tudo que ela sentiu quando você foi embora, aí do nada você volta e no primeiro dia já ultrapassa toda essa proteção dela com um único beijo. Não satisfeita, você vai lá e conta pra ela tudo o que aconteceu na sua vida, fazendo nascer um conflito gigantesco de sentimentos dentro dela... Como é que você pode achar que ela iria digerir tudo isso tão rápido e ainda aceitar que ela realmente quer ficar contigo de um dia para o outro? — um silêncio absoluto se fez por alguns instantes.

Sexy BossOnde histórias criam vida. Descubra agora