Parte 3

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Continuação da parte 2...

- Acha pode roubar a cerveja de um homem e fingir que nada aconteceu, seu miserável! - Quem rosnava era Vartore d'Sá. 

- Eu o desafio para um duelo de espadas! Todos escutem! Nunca se rouba a cerveja de homem, especialmente se ele for um d'Sá! Levante-se miserável e lute como um homem! Pegue a espada! - Rosnava Vartore, segurando uma espada de uma mão. 

Wallar empalideceu. Todos os olhos do salão esperavam uma resposta de Wallar.

- Não, me des-desculpe senhor, nunca usei uma espada - disse com a voz trêmula.
Vartore ignorou o que fora dito. Esperava uma resposta digna.

- Está maluco? Não dê mole assim, está parecendo um covarde! - Sussurrou Samir inclinando-se sobre a mesa - Se ganhar dele, poderá levar pra cama a senhorita Belmonte ou a senhorita Daer.

- Talvez as duas, forasteiro! - Apressou-se em dizer Kurt.

- Kurt está certo, se recusar na frente de todos pode considerar a opção de comprar uma cabra, pois nenhuma mulher irá desejar você, vá logo! - Samir sussurrou.


Notou que Jenna o analisava, assim como Lyria. Não sabia o que decidir, certamente iria perder para Vartore, conhecia a fama deles possuírem boa destreza com espadas.

Por um momento esperou o senhor Belmonte dizer algo, interromper aquele afronte, mas ele ficou parado fitando-o, assim como todos do salão. Wallar levantou-se, olhou para Vartore, por um momento pensou em pegar a espada e poupar sua vergonha.

Baixou a cabeça desanimando todos do salão, seguiu em direção as escadas, enquanto todos os olhares da taberna estavam olhando-o com decepção, uma luta de espada alegraria tudo.

- Como pude ser derrotado por um covarde como você! - Cuspiu no chão Vartore d'Sá.
Após cuspir no chão, a espada na mesa levitou e voou como o vento na direção de Vartore. Para surpresa de Wallar e de todos, Vartore girou os calcanhares rapidamente, golpeou a ponta da espada com tamanha rapidez, cortando o ar de cima para baixo, fazendo ela inclinar para baixo e fincar no chão.

- Desgraçado, miserável, filho do diabo! Ele é um maldito feiticeiro! - Rosnou Vartore, apontando para a escada. Mas Wallar havia se dissipado como névoa.

                                                                                 ****

A noite fora da taberna estava bela. O céu negro lhe fez sentir falta do céu estrelado, quando parou para admirar a lua e uma solitária estrela, lembrou da canção do Tesouro Perdido.
O silencio havia tomado contas das ruas, sendo dissipado apenas pelo chacoalhar das armaduras, pelos gritos de bêbados, latido de cães, e miados de gatos.

Caminhara pela rua silenciosamente, de vez em quando olhava para trás temendo ser seguido. Pela rua todo momento se via subindo uma pequena elevação, fazendo-o lembrar que a cidade fora erguida sobre um pequeno monte.   

A caminho de sua casa contemplou, a Andurá e as três estátuas dos Reis Magos. O forte brilho da Andurá iluminava quase toda praça, as estatuas e algumas ruelas. Notou que ela produzia um som de harmonia, ao contrário dos incêndios onde o fogo ruge devorando tudo pela frente.

Antes de partir notou que havia mais alguém admirando-a, era um dos peles-vermelha, um povo esquecido, que ninguém sabia de sua origem e quando os questionavam, eles não falavam a língua comum.   

Ele trajava roupas imundas e desgastadas pelo tempo. Diziam que todas as noites ele ficava ali parado até o amanhecer, olhando para ela como se estivesse a falar com a árvore. Por um momento pensou ter escutado ele cantar. Se aproximou silenciosamente ao ponto de escutar sua voz.

Eren - A ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora