Capítulo 3 - Fragmentações

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Uma fogueira. Uma casa.

Chamas rugindo como um leão. Estrelas caindo do céu. A negra lua e o sol ardente erguiam-se lado a lado. Estava em uma floresta. As arvores rangiam com a força do vento.

"Ruther, não me deixe nesta noite, não me abandone", disse uma mulher trajando um belo vestido branco de traços dourados semelhante a finas tiras de ouro. Dançava pela floresta. "Proteja Niek" ela disse.

Viu seu filho correndo entre a floresta com um arco. Disparou a flecha contra um boneco de feno."Errou, tente de novo".

Cavaleiros de Lensy e Aedor surgiram da estrada com suas armaduras reluzentes de rubis e safiras.

A floresta se incendiou.

Uma fogueira. Uma casa.

Chamas rugindo como um leão. Na floresta via ela dançar. Veio até ele. "Não vá, fique comigo", ela o tomou pelo braço para perto de si e o abraçou.

De repente se encontravam no meio do Salão da Aliança, na lendária cidade de Avijdera - Conhecida como a cidade dos magos.
Feiticeiros. Soldados. "Escolha um lado Ruther" disse a mulher.

Morte. Traição. Reis sentenciavam a morte. "Eu a planejo. Eles executam" disse o rei com um diadema semelhante a uma coroa sem pontas com uma joia brilhante no centro, ele trajava uma túnica verde com partes tingidas de laranja que lhe cobriam todo o corpo.

Flechas voaram. Espadas sacadas. Todos a dançar. Guardas invadiram o salão, passaram a fio de espada em todos. Alguns fugiram.

"Ruther, porque nos traiu?". Gritava um homem de rosto familiar. Era seu amigo, Mark. Salão em chamas.

Uma fogueira. Uma casa.

"Conheço muitas coisas sobre você, Ruther" surgiu Nvik das chamas, em seguida ela se apagou.

Voltaram para floresta.

"É sua culpa, Ruther!" gritou a mulher de vestido brancos adornados com finas tiras de ouro, antes de ter a garganta cortada por Nvik. "É sua culpa!" continuava a falar com o sangue escorrendo pelo pescoço.

"Uma fogueira. Uma casa" disse Nvik. Sua voz era macia e ameaçadora ao mesmo tempo.

                                                                                            ***

Primeiro, sentiu o chacoalhar da carroça. Escutou o estralado das rédeas se chocando contra o cavalo que sempre sacudia a cabeça e relinchava demonstrando não gostar. Depois sentiu seu corpo arder, sua roupa estava encharcada de suor colada ao seu corpo.

Aos poucos fora recobrando sua consciência, passara a sentir todo o seu corpo que latejava no ombro e no estomago. Sua garganta queimava, sentia sede como se não bebesse por dias, sentia fome, porém, a dor latejante em seu estomago a ocultava. Quando abriu os olhos tudo estava turvo e girando, sua cabeça doía por força sua visão. Arvores. Estrada de pedra. Cantos dos pássaros. Ouvia duas pessoas conversando. Estava confuso com tudo a seu redor.

Seu respirar estava pesado, tudo era estranho não sabia dizer sera dia ou noite. Tentara lembrar de algo, mas nada lhe veio em sua memória apenas o sonho. "Ruther, não me deixe nesta noite, não me abandone" essas palavras ecoavam em sua mente. Antes de sentir seu corpo fraquejar e passar a enxergar tudo girando, pensou ter escutado nitidamente chamas rugindo como um leão.

Então, desmaiou.

Era início do meio dia. Porém, tudo estava cinza. O sol estava entre as nuvens, o vento fazia as arvores ranger. A frente da carroça se estendia a estrada de pedra que ligava a todos os reinos de Eren, facilitando assim uma viajem real ou comercial, sem riscos de a roda quebrar pelas irregulares estradas de terra. Se viajasse pela estrada de pedra certamente não teria esse problema.

Eren - A ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora