Parte 2

178 39 171
                                    

continuação da parte 1...

- Obrigado... - Ficou sem postura, derramou um pouco do liquido na palma da mão e deslizou pelo braço e pescoço. - Certo, agora devemos ir, a peça já deve ter começado, reze para Ményã que ainda tenha comida e cerveja.

Seguiram para o banquete, as ruas ainda possuíam movimento, conversaram metade do caminho sobre suas vidas, por curiosidade de seu irmão, Jaar explicara como a pequena cidade Oliva, melhorara nas plantações de verduras, frutas e principalmente de oliva; sobre o prefeito incompetente que vivia trancado na prefeitura de tão gordo que tinha dificuldade de andar; sobre a guarda ser cheia de magricelas sem força para levantar uma espada, que a metade da população vivia nas tabernas, bêbados ou procurando estar.

Como esperado, Erik o ignorou, mudando drasticamente o assunto para mulheres e flores, desta vez arriscando ser poético nas suas falas e sempre que podia, acenava para jovens na rua, mostrando seus dentes brancos.

- Estou dizendo, irmão, Denise Dellato é a melhor chance de você... - Parou instantaneamente, com uma expressão de medo no rosto. - Oh Ményã, os Delattos, Jaar! Eles me encomendaram flores e essências! - Sua voz era puro medo - Essa não, eles vão me matar se tiverem partido sem suas encomendas! - Erik conhecia bem Krak Delatto, um ferreiro conhecido por sua "simpatia" no trabalho de forjar espadas. Dizia na cidade que o aço gritava quando martelado por ele, não, não o aço, mas os rapazes que flagrara levantando a saia de sua filha ou quem olhasse torto para ela.

- Ainda devem estar nos portões da cidade Erik - Disse Jarr, tentando acalmá-lo - Não se preocupe.

- Não me preocupar?! Você não o conhece mesmo. Chega, preciso ir, espero que ainda estejam nos portões oeste e diga para Niek que mandei um abraço. - Disse enquanto corria.

                                                                                   ....

Quando chegou, a peça que se chamava, Calios Amedrontado, estava na cena final, todos nas mesas estavam atentos para o espetáculo, os integrantes estavam vestidos de forma cômica como esperado.

- Oh Ményã, eles vãos me roubar, me roubar, roubar! - Sorriu a platéia enquanto a figura engraçada de Calios gritava com a aproximação de dois bandidos.

- Não se desespere meu amigo gordo, não roubaremos sua comida! - A platéia gargalhou, incluindo Calios.

- Veja, ele já comeu tudo, inclusive o seu ouro.

- Então devemos abri-lo e pegar o seu ouro.

Jaar caminhou em direção a mesa rodeada por guardas, os integrantes da mesa ainda não o notaram, estavam entretidos na peça, percebeu que a águia que pertencia a Calios estava no ombro de Niek, o conhecendo bem, devia ter dado de presente a ele. Um dos guardas ao redor da mesa interrompeu seu caminho.

- Ei! Um passo pra trás, quem é você? - Indagou o guarda sem elmo. Enquanto na cena, Calios continuava balbuciar palavras e faziam todos rir.

- Ora, quem sou eu? Sou Jaar Derni, soldado! Desejo falar com Calios.

- Terá de esperar a peça acabar, ele pediu que ninguém, até mesmo aqueles que se acham conhecidos dele, o interrompesse. - Na cena, Calios foi segurado por um dos bandidos, enquanto o outro, alegando que ele havia comido o ouro, abriu com uma faca sua barriga, a plateia se assustou, as crianças fecharam os olhos enquanto numa engraçada encenação ele morria com ouro saindo de sua barriga.

- Saia da frente soldado - Ordenou Jaar.

- Me chame de soldado outra vez e arrancarei seus olhos com minhas próprias mãos, talvez assim passe a enxergar um Capitão da Guarda quando vir um! - Rosnou o Capitão, era Vymer Zard, deu um empurrão para Jaar se afastar. Vymer tinha um rosto sério e severo, vestia uma bela amardura de aço leve, com cor azul e amarelo tingindo algumas partes de sua armadura, ela delineava todo o seu corpo. Sem o elmo de águia mostrava seu cabelo negro como breu, e olhos marrons, seguido de um rosto triangular.

Eren - A ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora