Dos muitos que dançavam, percebeu que alguém vinha em sua direção.
Era Hevort.
Ele sentou ao seu lado, a quase todo momento soluçava. Ficaram em silencio por algum tempo, Wallar pensou em iniciar a conversa, mas não apreciava conversar com pessoas bêbadas.
- Vocês da terra são engraçados, depois de vinte luas no mar, se entediam de uma forma que faria qualquer um pular do navio. - disse Hevort, em seguida bebeu da cerveja.
Ofereceu a Wallar que aceitou apenas por educação, havia criado uma simpatia quando recebeu um prato com comida dele. Wallar podia não admitir, mas gostava de sua companhia.
- Então, o que perturba sua mente, príncipe? - disse Hevort.
- Nada. Apenas desejo ver terra novamente. - disse Wallar não gostando de ser chamado daquela forma.
- Então se alegre, amanhã estaremos nos portos de Rasevir para o seu agrado. Lá, terá muitas coisas para alegra-lo, tem tavernas, casa de jogos, corrida a cavalos e torneios, muitos torneios. Eles são um povo que gostam muito de ação. E você precisa de muita ação para se recuperar.
Wallar acenou e devolveu a garrafa a Hevort.
- Você deu uma bela surra naqueles mercenários, magia e tudo mais. Você carrega mesmo os privilégios de um príncipe, usar magia é raro hoje em dia.
Wallar mexeu os ombros.
- Não sou um príncipe.
- Sim, de fato não é. Até onde sei, príncipes tem famílias e carregam com orgulho seus nomes. Já você...
Wallar recusou a cerveja.
- Tive meus motivos, e não espero que os julgue como bons ou ruins.
Hevort riu.
- Gosto de você, Wallar. Porém, suas atitudes quando atribuídas a você não revela ser algo sensato ou que realmente pertence a você. - Bebeu da garrafa até perceber que havia acabado.
- E saiba que não julgo suas atitudes, na verdade eu lhe entendo. Quando me alistei na frota, tive que deixar meus pais, minhas irmãs..., mas apenas o fiz por um objetivo longe de qualquer insensatez, a única diferença entre mim e você é que tenho um lugar para voltar, tenho um lugar onde pessoas desejam minha volta... - Hevort olhou de soslaio percebendo que alguém se aproximava deles.
Wallar apenas escutava, sem olhar em seus olhos. Hevort levantou e pôs a mão em seu ombro, naquele momento Wallar jurou ter visto seu irmão Sendrik.
- Você pode dizer o mesmo, Lahar? - disse seriamente. - Não pode voltar para aquilo que abandonou, pois, aquilo que um dia o amou, já não existe mais...
Então o deixou dando espaço a mulher que vinha até eles.
Ao se aproximar pode-se perceber que era Jenna.
- Você ainda está horrível! - disse, em seguida pôs uma mecha de cabelo atrás da orelha. - Parece que a tempestade não está o ajudando.
Wallar observou Hevort indo embora.
- Devia? - disse, ao lembrar do que Jenna tinha dito.
- Claro. Olhe para todos aqui, Wallar. Todos estão dançando, alegres. Essa alegria somente se revelou quando a tempestade veio. E parece que somente você não está lúcido.
Houve um silencio momentâneo, Jenna e Wallar estavam sentados nos barris, observavam atentamente para o caos a sua frente, Wallar notou seus amigos comerciantes participando da festa, dançavam e também bebiam sem preocupação alguma.
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Eren - A Conquista
FantasyJaar Derni, um Feiticeiro de Guerra, que forçado a esconder sua identidade, se exila na pequena cidade de Oliva. Depois de muito tempo resolve ir com seu filho Niek, a Narvor, participar do Festival das Andorinhas, de certo também deseja ver seu ir...