PARTE 2

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Estava ali a muito tempo, desde quando sol ainda surgia entre as colinas apreciava o seu nascer, mas nunca esquecendo do café da manhã. Logo, antes que perdesse a paciência escutou alguém vindo, sabia que era a quem havia chamado, poucos andavam pelo jardim ou poucos eram permitidos.

Ao se aproximar, Nvik e Ollad ficaram surpreso por ela não estar acompanhada pela presença do rei, Ezira Doraza.

Elena ficou de pé para recebe-los. Encarou Ollad, com graciosidade pôs uma mecha de seu cabelo vermelho atrás de sua orelha.

- Ollad? - disse a rainha.

- Sim?

- Por mais que aprecio sua companhia, desejo de ficar a sós com Nvik, por favor, nos deixe. Se puder, apareça hoje na Praça da Justiça ao meio dia, haverá um julgamento, o rei Ezira não poderá ir, desejo que me faça companhia. - disse a contra gosto, mas seu rosto expressava apenas simpatia.

- Como desejar, Elena, estarei a sua espera, até breve. - Então, se reverenciou de forma elegante agradando-a, depois os deixou a sós.

Ali ficaram os dois, em silencio.

- O que deseja, Elena? - disse Nvik com os braços atrás do quadril. - O que a incomoda ao ponto de solicitar minha presença? - disse Nvik, ciente que, embora nunca tivessem qualquer inimizade ou mesmo qualquer resquício de amizade, Elena nunca se agradou de sua companhia por completo, sempre o ignorando a medida do possível; Nvik nunca descobriu o porquê, mesmo sentido o mesmo por ela, um sentimento na qual não havia qualquer laço de companheirismo.

- Oh, Nvik, desejo muitas coisas; gostaria de poder viver eternamente para sempre observar o nascer do sol; gostaria de sempre sentir o aroma adocicado deste jardim, e por último... - Ela começou a caminhar em passos tão calmos quanto a superfície de um lago.

- Por favor, caminhe comigo.

Nvik estranhou, mas decidiu não pensar a respeito de caminhar ao seu lado. Caminharam em silencio, a rainha parecia distraída com as águas jorrando das fontes e com os cantares dos pássaros que naquela época atraía as mais belas aves, muitas delas com belas cores que muito combinava com o jardim.

- Como está o rei? - disse Nvik, apenas para quebrar o silencio.

Elena continuava distraída, sem ao menos se dignar em olhar em seus olhos.

- Nada bem; como de costume, fica bêbado todas as noites; após acabar o vinho ele chora como uma viúva pela morte de Ornij até dormir, e todas as noites isso se repete em um ciclo agoniante para os guardas que cuidam de sua segurança.

Nvik sentiu um amargor encher seu peito, sentia pena do rei, um sentimento semelhante como se seus pais estivessem passando fome e não pudesse fazer nada para ajuda-los.

- Uma pena.

Elena bufou e parou, só então passou a encara-lo.

- Pena? Como você descreve o que sente, Nvik? Por algum momento, seu "remorso", tentou impedi-lo de matar Ornij, como o rei Ezira alega todas as noites antes de dormir? Por acaso sente que suas atitudes que causaram a ruína do rei? - disse Elena, sua expressão estava séria, com suas sobrancelhas levemente baixas e juntas.

- Eu não o matei, Elena. - disse Nvik de forma lenta, demonstrando propositalmente sua irritação com a acusação.

- Não diga isso para mim, diga isso para todos em Nothenur, ou talvez para toda Éndar. Sabe que eu, e Ollad, são os únicos que nunca o acusaram de tal crime, estou apenas dizendo é bobagem o que diz, você não sente nada pelo rei, talvez até esteja contente com a situação.

Eren - A ConquistaOnde histórias criam vida. Descubra agora