Eren - A Conquista

Capítulo 4 - O Destino

Quando criança, Wallar sempre sonhou em poder e respeito, desejava se tornar algo de grande fama como os Reis Magos. Seu desejo por grandes feitos fora tão grande que planejou desde criança o que deveria fazer: conquistar o máximo de títulos possíveis, por isso, passou toda sua infância estudando sobre quase todas as coisas, mesmo tendo o pensamento que tais conhecimentos eram pouco úteis, e no final tudo resultou no distanciamento de sua família.

Mas havia algo a mais que ele considerava especial e gastou boa parte de sua infância a estudando, era a poesia. Sua imensa fascinação pela poesia lhe fez admirar toda a criação, pois, tudo era uma poesia que precisava ser lida, e pensava em como poderia alguém, viver nesse mundo, sem antes perceber que o título de maior poeta que existe, pertencia ao deus Ményã, O Imanifesto.

Aos treze anos, iniciou a escrita de seu livro, O Destino de Todos, com a intenção de compreender o mundo ao seu redor. Assim, seu livro era repleto de observações sobre tudo que lhe vinha a ser interessante, teorias sobre os porquê de todas as coisas, sempre atento ao destino de todos.

Quando se deparava com um mendigo ou com um dos pele-vermelhas, sempre se perguntava se seria o destino ou apenas consequência dos seus atos? O que ambos poderia fazer para se tornar um rei? Ou quais seriam seus grandes feitos futuramente? Sua vida se resumia a perguntas sobre como tudo ocorria e o que estaria prestes a acontecer.

Aos vinte e quatro anos, continuava com o mesmo pensamento e o mesmo objetivo, mas agora fazia onze anos que escrevia seu livro e ainda estava inacabado.

Deitado em sua cama, inclinou-se sobre e olhou para o livro em cima da escrivaninha, pensou em procurar anotações que fizera a respeito da Profecia de Sélan, mas naquele momento, deitado em sua cama, algo lhe doía. O rompimento de laços com sua família, que fora totalmente sua culpa.

Sentia um amargor lhe corroendo por todo o peito, a imagem de Lina chorando, de seu irmão...

Então reprimiu todo o sentimento de amargura que lhe apertava o peito, mesmo sabendo que, "A negação de qualquer sentimento, é a ruína de qualquer homem" pensou.

A veneziana chacoalhou pelo vento, o despertando de seus pensamentos. Naquela manhã, após abrir a veneziana, no pequeno espaço aberto entre as casas a sua frente, observou ao longe o Porto-Norte, podia ver os navios de três mastros, como havia suspeitado.

Havia passado várias luas e a Frota Daer d'Mont, ainda continuava atracada. Então percebeu que estava certo a respeito de Samir, que ele não era mentiroso, suas fontes que não eram confiáveis.

Após ver os navios sentiu falta dos inesperados companheiros da taberna, Allas, Kurt, Helg e Samir com sua criatura Hikkar. Eles foram as únicas pessoas que teve contato após sua saída do castelo, porém sentia um pequeno temor em revê-los, revelar ser um feiticeiro na taberna não foi muito sábio. Sendo que ele não se considerava um, apenas tinha um pouco de facilidade em usa-la, mesmo não sabendo como.

Ele sabia que os feiticeiros em Eren, eram vistos como traidores. Após a Queda da Aliança em na cidade Avijdera, feiticeiros passaram a ser escassos e raros, quase esquecidos, ninguém se atrevia a usar qualquer tipo de magia ou ter ligações com tais. Magia era apenas permitida ser praticada pelos poucos magos da corte ou aqueles que possuíssem permissão para tal atividade, sendo, que era raro o rei conceder.

Qualquer um que fosse flagrado e não possuísse nenhum tipo de autorização ou reconhecimento do rei tinha as mãos cortadas, depois era jogado direto nas masmorras, em casos de demonstração de clemencia.

Naquela manhã antes ir em uma taberna, ele havia esquecido duas coisas; Primeiro esquecera de consultar em seu livro, tudo sobre a Profecia de Sélan e o nome do feiticeiro que a águia havia lhe falado; segundo, esquecera sua bolsa de ouro.