Meu encontro com os mestres de Monte Shasta.
Parte 2. A noite escura
Pouco tempo depois, veio uma fase ruim, bem ruim, daquelas que acontecem uma ou outra vez na vida de cada um.
Ela veio de longe, para dizer a verdade. Estava incubada há muito tempo. Estava evidente, mas o cego não queria ver.
Aí ela veio, veio forte, veio com tudo. Trouxe junto a depressão, a angústia. Trouxe o desespero que faltava para se virar a mesa.
Virei a mesa e então me vi só. Lia muito, refletia, meditava - e dormia esperando que tudo aquilo passasse.
Minha vida estava mudando.
Eis que surgiu outra pessoa no caminho: um novo chefe em um novo emprego. João era uma pessoa extremamente intuitiva e comercialmente agressiva. Bastante simpático, era muito articulado. Tinha suas manias, sonhos megalômanos. João queria mudar o mundo e tentava por todos os modos influenciar os tomadores de decisão para aquilo que acreditava ser sua missão: limpar as águas do Brasil.
Na parede de sua sala tinha um quadro que lembrava os da Júlia. Era uma flor de lótus ardendo em três chamas coloridas. Perguntei, ele me explicou: o azul era poder, amarelo sabedoria, rosa o amor. Dizia que era preciso ter tudo isso junto e equilibrado. Era o fogo da transmutação do mestre ascencionado Saint Germain.
Trabalhamos juntos por um tempo, foi divertido. Cuidei das águas do Rio de Janeiro. Eu e João nos dávamos bem, estava tudo bem até a hora em que ele maltratou uma pessoa. Não admiti, pedi demissão.
Estava no fundo do poço, no meio da noite escura da alma.