Parte 33. O inferno

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Meu encontro com os mestres de Monte Shasta.

Parte 33. O inferno

Já havia passado a hora do almoço quando tomei a estrada para o sul de Shasta. Estava tranquilo quanto ao tempo; teria cerca de 6 horas até chegar nas proximidades de São Francisco.

Antes teria de cobrir cerca de 60 quilômetros na Interstate 95, cobertos por chamas até o dia anterior.

Estrada havia sido reaberta para o trânsito de veículos mas era preciso ter cuidado. As autoridades avisavam que seria bom não utilizar o celular ou rádio para poder avisar a tempo de escapar de incêndios reincidentes que poderiam encurralar motoristas desavisados a qualquer momento.

Tomei a estrada e comecei a ver no horizonte alguns sinais da fuligem do incêndio. A névoa foi se tornando cada vez mais densa dando uma impressão de fim de mundo à paisagem. A reserva do Parque de Mount Shasta parecia um grande paliteiro de troncos queimados a perder de vista no horizonte. Segundo as notícias algo como 20 a 30 mil hectares haviam pegando fogo só nos últimos dias. A cena desoladora estava se repetindo cerca de 300 km ao sul em outra grande reserva florestal. Era óbvio que alguns fatores climáticos extremos estavam por trás de tamanha vulnerabilidade. Fazia muito sentido que aquela montanha pedisse ajuda os homens. As comunidades locais tinham plena consciência do problema e agradeciam aos esforços dos bombeiros e demais voluntários que combatiam as chamas insistentemente.

Não havia nenhuma possibilidade de visitar as cavernas de Shasta pois o incêndio poderia voltar a qualquer momento - era a hora de seguir em frente em direção a Redding. Felizmente tudo correu bem e a zona desolada começou a ser substituída por algumas árvores ainda verdes e progressivamente por uma floresta preservada. Meu caminho de volta estava assim garantido.

Estava muito clara a mensagem que a montanha passava aos homens: um ecossistema muito bonito porém muito frágil precisava ser respeitado e preservado, não somente por ações locais mas por políticas de ordem global

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Estava muito clara a mensagem que a montanha passava aos homens: um ecossistema muito bonito porém muito frágil precisava ser respeitado e preservado, não somente por ações locais mas por políticas de ordem global. Não era preciso ser místico ou esotérico para chegar a essa conclusão.

O inferno estava logo ali e tinha acabado de ser cruzado. Outros virão se nada for feito.

 Outros virão se nada for feito

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Meu encontro com os Mestres de Mount ShastaOnde histórias criam vida. Descubra agora