12. Planos fora do pano

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NUM DOS QUARTO DO CASTELO-FORTE

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NUM DOS QUARTO DO CASTELO-FORTE.

Dinter-Dim caminhou até minha cama e, com dificuldade para conseguir subir no colchão alto, sentou nela. Estava concentrado, longe daquele Bobo sério e arrogante que conheci no meu quarto e que vez ou outra transparecia de algum lugar dentro dele.

– Eu não esperava ter que contar isso a vocês duas – ele começou na sua vozinha fina –, mas Cornélio me disse que enviaria um novo amo e que eu deveria explicar a ele quais eram seus planos.

– Meu avô tinha planos? – perguntei.

– Cornélio não protegia o Muro do seu lado à toa, Cris-Cristine – ele disse meu nome com certa dificuldade, tentando não ser arrogante como antes, e só então pensei que desde que nos conhecemos ele não tinha me chamado pelo nome muitas vezes. Na verdade, eu não lembrava de nenhuma. – Desde que os Gran-Magos começaram a ser atacados por aqui, Cornélio sentiu que algo estava errado e comunicou-se comigo depois de anos. Pediu para que eu fosse seus olhos e ouvidos do lado de cá.

– Mas meu avô não tinha acesso à Penina? – Olhei dele para Dâna. – Quero dizer, ele não podia simplesmente vir aqui averiguar por si mesmo?

– Ele não podia deixar o posto do lado de lá, exceto por duas possibilidades: se convocado pelos outros quatro Gran-Magos, o que não aconteceu, ou para lutar pela proteção do Muro, mas como tudo não passava de simples suspeitas dele, ele jamais poderia deixar o posto, por isso pediu a mim, entende?

– E funcionou? – Dâna, de pé do meu lado, quis saber. Ele a olhou meio hesitante, como que pensando se responderia, mas eu pedi antes disso:

– Responda.

Suas orelhas, como antenas para os lados, sacudiram e ele fez uma leve careta antes de aceitar – realmente estava sendo difícil para ele acatar minhas novas ordens.

– Há duas semanas recebemos aqueles viajantes de Mediév com notícias nada boas do clã MacSkull, lembra? – ele olhava para Dâna. – Então o rei foi àquele vilarejo para descobrir o que tinha acontecido ao clã, mas todos voltaram malditos por aquela magia. Quando os vi voltarem sem resposta nenhuma e, pelo contrário, com ainda mais problemas, tive certeza que Cornélio não estava errado em suas suspeitas. Tinha algo de muito podre acontecendo! Corri e contei a ele.

– E... como vocês estavam se comunicando? – dessa vez foi eu quem quis saber.

– A Chave-Magna – Dinter-Dim disse. – Elas também são passagens entre as realidades, o espaço-tempo. Cornélio estava usando o caderno para me levar até o outro lado. Ele me desenhou nele e pôs um encantamento, então todas as vezes que ele queria falar comigo deixava o caderno aberto. A magia, então, me transladava para lá.

Só então entendi o que vovô quis dizer no testamento.

– Claro, não o deixe aberto! – E mesmo assim, não consegui segurar a dúvida que me veio: – Mas não tinha só o seu desenho lá. Por que só você saiu?

Crônicas de Penina - Livro 1 - Os desenhos de Cornélio (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora