18. Novos rumos

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UMA SEMANA DEPOIS

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UMA SEMANA DEPOIS.

Coisas boas aconteceram nos dias que se seguiram àqueles fatos.

Embora todos ainda estivessem muito alarmados e atentos, e parecesse que cada movimento feito dentro dos limites do Castelo-Forte estava sendo vigiado e supervisionado, eu consegui sentir uma sensação de tranquilidade na rotina que aprendi a ter.

Pela manhã Ernet me acordava e eu ia treinar com ele na ala oeste, agora bem mais movimentada. Ele me explicou que, devido ao ataque, os soldados tinham que dar dobrado nos treinos para eventuais ameaças. Sem o rei para dar as ordens, e sem um conselheiro para, pelos menos, administrar os interesses reais, a Corte da Cidade-Forte estava sob o comando provisório dos chefes dos clãs, que reforçaram as ordens de que nada deveria entrar ou sair do castelo até que o rei estivesse em plena consciência de novo, embora, fora isso, eles não pudessem tomar grandes decisões; sua jurisdição se resumia apenas em organizar as coisas para que elas não saíssem do controle. Os Mestres de Dulin, por outro lado, atendendo à urgência do que se tinha sucedido, voltaram imediatamente para a Guilda levando o pedido de aliança que o rei Geofrey os fez – exceto Otiniel, que decidira ficar até que o rei estivesse bem. Desde a noite do ataque, a frequência dele à biblioteca do castelo só intensificou bastante.

Portanto, toda esta estabilidade e segurança me deu certa liberdade para treinar sossegadamente nos dias daquela semana, sem ser interrompida pelos problemas que ameaçavam aquelas muralhas do lado de fora. Ernet pegou pesado comigo, em certos momentos acredito que cheguei ao meu limite, mesmo assim, percebi que Ernet era um bom tutor e que sabia brincar nas horas certas e ser rude quando precisava; ele também sabia identificar fraquezas e trabalhar em cima disso para que eu as melhorasse. Não era à toa que ele era comandante de tropas, pois era um homem forte e habilidoso, sem dúvidas. Ele me ensinou a manusear espadas – mesmo que eu não fosse carregar uma por serem pesadas para mim – e a levantá-las – ainda que não fossem adequadas para os meus músculos em desenvolvimento.

– Ainda que não seja sua companheira, é bom saber usá-la – ele disse num dia desses, enquanto eu tentava acertar um boneco de treino. – Nunca se sabe quando precisará de uma. Acerte em baixo. Defenda pela lateral. Ataque por cima. E mire sempre no centro! São esses os princípios.

No fim das contas, espadas eram mesmo interessantes de usar. Aprendi também um pouco de arco e flecha e luta corporal, mas o que mais me dei de bem foi com o manuseio das adagas e com a possibilidade de lançá-las – era tão fácil para mim, eu sempre acertava o alvo quase naturalmente – e assim eu acabei descobrindo a mira como um dos meus talentos, o que foi bom.

Quanto a Dâna, que segundo Ernet me faria melhorar na luta corporal, nas técnicas de sobrevivência e também me ensinaria a cavalgar, não apareceu em nenhum dos treinos, nem em nenhum dos dias da semana, e isso desde aquele noite no corredor do aposento real. Achei estranho, pois ela seria minha outra tutora e acredito que teria coisas para me ensinar também, mas nem Ernet, nem Celina e nem mais ninguém sabiam por onde ela andava.

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